Descobrir outros rumos
Seria muito bom que ninguém se lhe alheasse desta realidade. É urgente que os políticos deixem de olhar para os seus umbigos e que em vez de prometerem sem poder cumprir, pensem em perceberem os problemas para saber ouvir.
Em Portugal, a alternância política em que vivemos está a levar-nos ao esgotamento do sistema e à falência da sociedade. O país mantém hoje duas máquinas de Estado: uma no poder, e outra encostada às boxes. Sempre que elegemos um governo PS, temos que indemnizar quem abandona os cargos anteriores e reformar um batalhão de funcionários, pela substituição de outros. E o mesmo acontece pelo seu inverso, ou seja, sempre que se elege um Governo PSD ou de coligação.
O peso da máquina estatal e de todos os que dela dependem, vem sendo crescente ao longo dos anos. Esta realidade tem que ter um fim! Não podemos continuar a pactuar de braços cruzados com o resultado medíocre em que se torna o nosso Portugal. Não podemos continuar a ter vergonha do que somos e do que não conseguimos alcançar. No dia em que se perceber que o sistema está efectivamente está falido, é inevitável uma nova revolução.
Nós, na Nova Democracia continuamos a lutar, ainda que com todos os entraves que o próprio sistema nos provoca. Como todos já nos apercebemos, se em Portugal é quase missão impossível constituir um novo partido, ainda mais impossível se torna conseguir fazê-lo sobreviver. Os tentáculos dos poderes instalados são tão fortes e ferozes que arrastam consigo o domínio da comunicação social generalizada. Os objectivos de quem domina têm por fim fazer ignorar os novos projectos e as novas ideias de quem surge de novo na vida política e são, portanto, em grande parte alcançados.
Muitos são os que já agoiraram e continuam a agoirar a extinção do Partido da Nova Democracia. Enganaram-se e continuam a enganar-se. Nós continuamos vivos e a idealizar novos rumos para Portugal.
Prova disto mesmo será já no próximo fim-de-semana, nos dias 4 e 5, da realização do III Congresso da Nova Democracia. Vamos provar mais uma vez que estamos vivos e que de forma sustentada, continuamos a crescer. Mostraremos ao país que temos um programa político inovador a defender e que estamos abertos à sociedade civil e política de Portugal, contando nos nossos painéis temáticos de discussão com figuras de todos os quadrantes, como será por exemplo o caso do Eng.º João Cravinho ou da Dr.ª Maria José Morgado. Estamos abertos a ouvir a todos, a debater com correcção, e preparados para apresentar uma alternativa para Portugal.
Na próxima semana, vos daremos conta desta realidade, que se não me engano, constituirá uma boa surpresa para muitos, e naturalmente motivo de derrota para muitos!
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)