A Pergunta Batoteira
Politicamente falando o Governo PS é responsável por uma estranho paradoxo. Por um lado fecha maternidades, por outro quer liberalizar o aborto até às dez semanas. Parece que com o PS, o difícil mesmo é nascer.
Além do momento pouco apropriado e da incerteza quanto às consequências políticas que o PS está ou não disposto a tirar do resultado que vier a verificar-se no referendo do aborto, sobretudo se não votar a maioria dos eleitores, o aspecto mais grave deste referendo é a pergunta que foi aprovada na Assembleia da República. Ela induz o eleitor em erro e esconde as verdadeiras consequências de votar sim.
“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. É esta a pergunta que vai ter de ser respondida em termos de sim ou não, se o Tribunal Constitucional declarar a constitucionalidade da pergunta e permitir, desse modo, a Cavaco Silva optar politicamente por convocar o referendo.
Não é por acaso que a expressão aborto não consta da pergunta PS/PSD/BE. Os defensores do sim sabem que ela provoca repulsa e transporta uma carga emocional negativa. A tecnocrática e asséptica interrupção voluntária da gravidez é mais limpinha, menos agressiva e mais fácil de vender. Mesmo que não seja possível retomar a gravidez interrompida e, portanto, não seja propriamente de uma interrupção que se trata.
Além do momento pouco apropriado e da incerteza quanto às consequências políticas que o PS está ou não disposto a tirar do resultado que vier a verificar-se no referendo do aborto, sobretudo se não votar a maioria dos eleitores, o aspecto mais grave deste referendo é a pergunta que foi aprovada na Assembleia da República. Ela induz o eleitor em erro e esconde as verdadeiras consequências de votar sim.
“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. É esta a pergunta que vai ter de ser respondida em termos de sim ou não, se o Tribunal Constitucional declarar a constitucionalidade da pergunta e permitir, desse modo, a Cavaco Silva optar politicamente por convocar o referendo.
Não é por acaso que a expressão aborto não consta da pergunta PS/PSD/BE. Os defensores do sim sabem que ela provoca repulsa e transporta uma carga emocional negativa. A tecnocrática e asséptica interrupção voluntária da gravidez é mais limpinha, menos agressiva e mais fácil de vender. Mesmo que não seja possível retomar a gravidez interrompida e, portanto, não seja propriamente de uma interrupção que se trata.
Continue a ler, por Jorge Ferreia, no TomarPartido
1 Comments:
O problema não está em se estar a favor do aborto, porque conscientemente ninguém está. O problema reside na condenação de quem racionalmente ou não optou pela IVG.
Parece-me que não temos o direito de condenar ninguém por isso...
Mas isto levava-nos muito longe.
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