sábado, dezembro 31, 2005

Bom Ano Novo!

Universalidade

Aqui declaro que não tem fronteiras.

Filho da sua pátria e do seu povo,

A mensagem que traz é um grito novo,

Um metro de medir coisas inteiras.

Redonda e quente como um grande abraço

De pólo a pólo, a sua humanidade,

Tendo raízes e localidade,

É um sonho aberto que saiu do laço.

Vento da primavera que semeia

Nas montanhas, nos campos e na areia

A mesma lúdica semente,

Se parasse de medo no caminho,

Também parava a vela do moinho

Que mói depois o pão de toda a gente.

Miguel Torga

Arrumar a casa

Por Jorge Ferreira, no tomarpartido


A Assembleia Municipal de Aveiro deu na segunda-feira o primeiro passo para arrumar a casa. Aprovou uma auditoria externa às contas da Câmara Municipal de Aveiro as quais, a avaliar pelas palavras de Élio Maia, estão um caos. Embora pareça estranho que tenha sido necessário ter sido um socialista a apresentar a proposta e seja ainda mais estranho que nem o Presidente da Câmara tenha defendido os números apurados pelo seu Vereador do pelouro, o que interessa é a substância.

Parece que há de tudo. Penhoras, dívidas colossais, indemnizações a pagar e um jurómetro que não pára de somar. E o índice de endividamento é de 89%, o que não permite à autarquia veleidades creditícias para acorrer às necessidades. Esta auditoria foi defendida pela NovaDemocracia junto do Presidente da Câmara na audiência de trabalho que recentemente se realizou. Trata-se de uma medida de elementar bom senso, a qual só peca por tardia, visto que já lá vão dois meses perdidos desde as eleições e da mudança de equipa.

Importa que ela seja feita e de forma completa, abrangendo todos os compromissos financeiros da Câmara, designadamente os que normalmente se ocultam em passivos de empresas municipais, travestidos de activos das próprias Câmaras nas respectivas contas. Tudo deve ser apurado. Até porque, pelo menos relativamente à EMA, sabemos já através de uma auditoria do Tribunal de Contas que a situação é também preocupante a vários títulos e que o erário público pode ter sido secundarizado relativamente aos interesses do Beira-Mar. É que para esta empresa apresentar resultado positivo em 2004 a Câmara Municipal teve de transferir 1 milhão de euros para os respectivos cofres!

A partir de agora, e face às informações prestadas, há que gerir com muitíssimo rigor os recursos disponíveis e gastar cuidadosamente cada cêntimo. Depois de tirar a radiografia é necessário tomara as medidas. E é aqui que o silêncio continua. Qual vai ser a reestruturação da despesa? Onde se vai cortar? Como pretende a Câmara rentabilizar o seu património e as suas receitas? Pretende ou não extinguir empresas municipais e cortar cerce várias fontes de despesa dissimulada, que dão jeito aos caciques partidários locais mas que para o cidadão redundam apenas em mais encargo?

Para quem acompanha a vida política de Aveiro com atenção é notório que a coligação vencedora das eleições pode ter sido uma coligação eleitoral de sucesso, mas ainda não é uma coligação de governo municipal eficaz ou sequer coesa. Há sinais de desavença no horizonte. Mas agora a responsabilidade é de quem ganhou.
(publicado no Diário de Aveiro)

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Ser Feliz

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”
Fernando Pessoa

Concerto de Ano Novo

Pela Orquestra Filarmonia das Beiras, sob a direcção do maestro António Vassalo Lourenço, no próximo dia 1 de Janeiro pelas 18h00, no Teatro Aveirense.

A entrada é gratuita. Já estão disponíveis os bilhetes para o concerto no limite dos lugares existentes. No dia 1 de Janeiro a bilheteira abrirá às 15h00 e encerrará as portas após o início do espectáculo.

Informações: C.M.A. - Divisão de Acção Cultural I - telf. 234406414

quinta-feira, dezembro 29, 2005

O Relógio

Pára-me um tempo por dentro
passa-me um tempo por fora.

O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.

Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.

Ary dos Santos

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Além-mar

«São maus os navegantes que pensam que não existe a terra, quando não podem ver mais que o mar.»

Francis Bacon

Um Novo Ano, uma Nova Esperança

Todos sabemos não ser fácil a quem vive neste rectângulo à beira-mar plantado, acreditar em dias melhores. Mas ainda assim há que ter fé. «A Esperança é a última a morrer».

Neste findar de mais um ano, o panorama nacional é realmente desolador. Parece que em cada dia temos mais um alerta de que em Portugal algo de mau aumenta e algo de bom se vê diminuído. Aumenta o desemprego, aumentam os impostos, aumenta a inflação, aumenta a prostituição, aumenta a imigração, aumenta a emigração. Diminui a produção, diminui o PIB, diminuem a exportações, diminui a qualidade de vida, diminui o trabalho, diminui a alegria e pior ainda, diminui a esperança dos portugueses.

O país está esgotado. O povo está cansado e desacreditado. O sistema está falido. A justiça está de férias. A liberdade transformou-se em libertinagem. A democracia está doente.

Ainda assim, presenciamos mais uma campanha presidencial, que assenta na ilusão, na fantasia e na falta de valores e objectivos, que tão bem espelha a realidade do país e dos políticos que nos têm governado. Os portugueses têm a oportunidade em Janeiro próximo, de passar um cartão vermelho ao sistema. Espero sinceramente que o façam através do voto nas presidenciais. Como sabemos existem várias formas de o demonstrar e estou certa que os resultados eleitorais o hão-de provar.

Não podemos cruzar os braços e continuar apenas com lamentações. Não podemos esperar sentados que outros protestem por nós. É tempo de sair do conforto dos sofás e das pantufas e agir, antes que já não haja tempo!

Nós na NovaDemocracia, já não perdemos mais tempo, agimos. Temos uma petição entregue na Assembleia da República contra a OTA, a ser discutida no parlamento em Janeiro próximo. Temos “uma ideia de Portugal” publicada em livro, para quem quiser conhecer o que ambicionamos para o país. Defendemos a taxa única nos impostos. Temos propostas para a economia. Temos propostas renovadoras para o sistema. Continuaremos com o debate pelo “Não” a esta Constituição Europeia. Implantaremos durante o ano de 2006 a NovaDemocracia por todos os círculos eleitorais, para fazermos chegar a nossa ideologia de novos conservadores liberais e as nossas ideias a todos os portugueses.

É tempo de uma NovaDemocracia. É tempo de uma Nova Esperança para um Novo Ano. Mas é também tempo de lutar e trabalhar. Quem luta, nem sempre ganha, mas quem não luta perde sempre. Só com luta, trabalho e convicção poderemos acreditar numa Nova Esperança que nos conforte a alma, a honra e a vida!
Para Democracia Liberal e Diário de Aveiro

Micro-causas (XIX)

terça-feira, dezembro 27, 2005

Directora da "XIS" no CUFC

Laurinda Alves em Aveiro com cinco ideias para se ser feliz
A jornalista Laurinda Alves vai estar no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), em Aveiro, em mais uma sessão do “Fórum Universal”, um espaço mensal de debate e encontro de ideias com figuras de relevo. O encontro está marcado para o dia 4 de Janeiro de 2006, quarta-feira, às 21 horas, e tem entrada livre.

Laurinda Alves, que vai estar no CUFC pela segunda vez, é directora da revista “XIS", onde propõe sempre ideias para pensar. "XIS" é uma revista que sai com o jornal "Público", ao sábado, apostando num jornalismo pela positiva, que dá gosto ler semana a semana.

No CUFC, a jornalista vai partilhar os seus projectos sobre “escrever pela vida, o gosto de existir”, esperando-se que ofereça, ainda, aos que comparecerem, cinco ideias para se ser feliz.

Os blogues vieram para ficar e crescer em Aveiro

Um novo canal em Aveiro

Os blogues vieram para ficar e crescer em Aveiro. É um novo palco da política, do comentário e da crítica na Internet. Jornalistas, ex-jornalistas, políticos e outros usam este meio para acompanhar a actividade, principalmente, da Câmara e Assembleia.
Continue a ler no Diário de Aveiro

C.M.A. aceita auditoria externa às contas, recomendada pela Assembleia Municipal

Câmara de Aveiro corta nas despesas: "Acabaram-se os jantares e os foguetes", diz Élio Maia.
A maioria PSD-CDS/PP aceitou as recomendações da Assembleia Municipal (AM) para realizar uma auditoria externa às contas tendo em vista apurar a real situação financeira da Câmara.
Continue a ler no Notícias de Aveiro
É de relembrar que a delegação da NovaDemocracia em audiência com Élio Maia, em 30 de Novembro passado, já tinha indicado como sugestão ao líder da autarquia a realização de uma auditoria «independente, financeira, para apurar a totalidade do passivo da Câmara», uma vez «que também ninguém sabe em Aveiro quanto é que a Câmara deve e qual o seu grau de endividamento», conforme noticiou Diário de Aveiro em 01 de Dezembro.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Assembleia Municipal de Aveiro

Reune hoje pelas 20h30, no Edifício da Capitania em Aveiro.

sábado, dezembro 24, 2005

*Feliz Natal*

Que neste Natal, cada um alcance um sonho que procure!

Momento Íntimo - Eterna Saudade

(dia de aniversário de minha mãe, 21 anos depois da sua morte)

Não é o chiar deste autocarro que me dói
Não é o tocar deste piano que me alenta
Não é este frio gélido que me arrefece
Não é a falta da tua permanência
É o não ter palavras, Mãe
P`ra gritar a tua ausência.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal

Leio o teu nome

Na página da noite:

Menino Deus...

E fico a meditar

No milagre dobrado

De ser Deus e menino.

Em Deus não acredito.

Mas de ti como posso duvidar?

Todos os dias nascem

Meninos pobres em currais de gado.

Crianças que são ânsias alargadas

De horizontes pequenos.

Humanas alvoradas...

A divindade é o menos.

Miguel Torga

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Contos de Natal

Hoje e amanhã pelas 22h00, na Livraria O Navio de Espelhos em Aveiro.

Mais informações: 234420197

www.onaviodeespelhos.com

Parabéns pelo 19º Aniversário!

É hoje. E para festejar o seu aniversário, a Companhia de Dança de Aveiro sobe ao palco do Teatro Aveirense para recordar alguns dos melhores momentos desta época como "FORWARD::REWIND::PLAY...8´", "TR3S", "TRICOT", "WHO CARES" e "MANGO & BANANAS", dirigidos por Paulo Manso, trazem consigo uma bailarina norte-americana, Myrna Kamara, que dançou com os melhores da actualidade.

Estas peças da Companhia de Dança apresentam novos códigos que proporcionam ao público experiências diferentes. As peças percorrem os territórios da dança contemporânea e da dança clássica e jogam com novas sonoridades.

Mais do que o fruir da música e do movimento que a acompanha, estas propostas contam histórias e transportam mensagens onde luz, sons, figurinos e técnicas são pensados e trabalhados para comunicar sem palavras!

C.D.A.

Pedro Silva é o novo presidente da Rota da Luz

Depois de três mandatos, Encarnação Dias abandona a presidência da Região de Turismo da Rota da Luz, sucedendo-lhe Pedro Silva, vereador socialista na Câmara de Aveiro.
Continue a ler no Diário de Aveiro

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Bom Natal e sejam Felizes

Porque tal como eu previa o debate Cavaco / Soares, não trouxe nada de novo ao país. Porque no Parlamento se continua a viver de ilusões e de mais do mesmo. Porque todos já sabemos que o país vai de mal a pior. Por tudo isso e porque me apetece, hoje não vou falar de política mas apenas do Natal.

Hoje recebi um mail de um amigo que para além dos desejos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo, fazia uma reflexão sobre mais um Ano que se avizinha e não se adivinha fácil, onde por isso a amizade e a solidariedade serão valores ainda mais importantes!

É verdade. Amizade e solidariedade são prendas que não se compram porque não estão à venda! Nos tempos em que vivemos, neste corre-corre apressado do dia-a-dia, no meio de tanta oferta desenfreada de coisas que até nem fazem falta, no deslumbramento do conforto supérfluo e iguarias em exagero, esquecemos por vezes que o mais importante se pode oferecer sem gastos.

Um momento de atenção, uma palavra amiga, um abraço, são ingredientes tão importantes que jamais passarão de moda.

Temos mais um Natal à porta. Em pleno século XXI, onde nem mesmo todo o avanço científico e tecnológico substituirá o calor de um gesto tão simples como um beijo ou um sorriso. É tempo de regressar às origens e de dar uma oportunidade a valores tão importantes como a amizade e a solidariedade, fazendo-o estamos também a dar uma oportunidade à paz.

Faço assim para mim mesma e para todos nós, um apelo às coisas simples. Tão simples, que por vezes à nossa frente não as vemos. Saibamos pois valorizar os amigos, a família e todos os que nos querem bem e que nos admitem com todos os defeitos e virtudes de simples mortais. Não há nada mais precioso que fazer um verdadeiro amigo, nem nada mais cruel do que o perder.

Bom Natal e sejam Felizes!

Para Democracia Liberal e Diário de Aveiro

terça-feira, dezembro 20, 2005

Cavaco versus Soares

Ou confiança em demasia versus desespero a mais!

Cavaco menospreza o debate e diz que é mais um momento de campanha... Soares diz tratar-se de um dos mais importantes momentos da sua vida política.
Quanto a mim, que decididamente não votarei em nenhum dos dois candidatos, estou convicta que nada de novo irá trazer ao país este último debate. Será apenas a confirmação de dois homens do sistema, cada um a seu modo, que o país conhece bem apesar de continuar a insistir na falta de memória! A substancial diferença entre os dois para o cargo de Presidente da República reside em termos práticos na idade, um aparenta fisicamente força e pujança, outro apresenta já muita debilidade. Mas desiluda-se quem pense que algo mudará com qualquer dos candidatos, por um lado porque no nosso regime o Presidente não tem poderes de governação nem tão pouco da intervenção realmente necessária, e por outro lado porque com um ou com outro o país terá apenas mais um aliado do sistema.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

"O Natal do Livro 2005"

Está a decorrer até 31 de Dezembro, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 17h30, no Museu de Aveiro, com mais de 200 títulos à espera de visitantes, sob a organização do Instituto Português do Livro e do Museu de Aveiro.

Não perca oportunidades a preços tentadores. As publicações do Instituto Português de Museus estão disponíveis com reduções até 75 por cento.

Lucidez

É noite, cogito nas sombras que a vida tem
Em relance vejo a vida soluçando
Escuto o ranger de pedaços de alma que cedem
Ao pensamento do apocalipse

Escuto o som do silêncio que a bruma tece
E noite dentro tudo é escuridão
Todas as estrelas do céu se apagaram
Com rajadas de vento

Amanhã bem cedo o sol surgirá
E se surgir, que o vento esteja ausente
Não vá apagar a estrela diurna
Que nos ilumina mesmo que não a vejamos

Às vezes às escuras andas
Mesmo quando o sol brilha
Transporta um pouco da minha chama
Para que a tua alma fique transparente

Carlos F. Cardoso

Micro-causas (XVIII)

domingo, dezembro 18, 2005

Ao que nós chegámos... em Aveiro

Do lado de lá do Viaduto encalhado de Esgueira, o panorama é este!

sábado, dezembro 17, 2005

Exposição "Cem anos De Cinema Português em Rodagem"

Organizada pelo Cineclube de Aveiro, Cinemateca Portuguesa e Museu do Cinema, esta exposição está patente ao público até dia 30 de Dezembro no Edifício da Capitania de Aveiro, de segunda-feira a domingo, das 14h00 às 19h00.

Mais informações pelo telefone 234429117 ou info@cineclubedeaveiro.com

Dom Quixote no Estaleiro Teatral

A Escola de Bailado de Aveiro, apresenta Dom Quixote, no Estaleiro Teatral Parque Infante D. Pedro, hoje pelas 21h00 e amanhã com duas sessões, às 15h30 e às 21h30.

Com produção e coreografia de Maria João Santos e Sandra Leite, a montagem está a cargo da Efémero Companhia de Teatro de Aveiro.

O espectáculo tem a duração de duas horas e meia com intervalo. As reservas podem ser feitas para a Escola de Bailado de Aveiro para o telefone 234426143 ou para o Estaleiro Teatral através do número 234386524 ou efemero@mail.telepac.pt

... A lucidez também cansa...

"Mas vou levantar-me. Gosto de passear-me na noite da cidade. Diluído na multidão, acabo por perder a identidade. A lucidez também cansa. Por isso procuro uma extroversão que me cole aos objectos, que me dissolva nos sinais".
Vasco Branco, in "A cidade salgada"

sexta-feira, dezembro 16, 2005

11º nº da Revista "Folhas, Letras e Outros Ofícios"

O Grupo Poético de Aveiro, faz o lançamento de mais uma edição da Revista, que está marcado para amanhã, sábado, pelas 16h30, na Biblioteca Municipal de Aveiro.
Nesta ocasião, o Grupo Poético de Aveiro oferecerá aos presentes o resultado do seu último trabalho de pesquisa e recolha, inteiramente dedicado ao poeta de língua portuguesa, Bocage. Trata-se do recital "Evocação dos 200 Anos da Morte de Bocage", um momento a não perder...

A dúvida da dívida

No tomarpartido, por Jorge Ferreira
Portugal tem vivido nos últimos anos acima do que pode e, sobretudo, do que não produz. Aumentaram as pontes, as férias, as faltas. Aumentou também o crédito para sustentar a doce ilusão do presente à custa do futuro. Para a casa, para as férias, para o computador, para a televisão, para a o ar condicionado, para os estudos, para a vida toda.
Um dia isto tinha de estourar. E como o Estado fez o mesmo, os cidadãos devem duas vezes. Devem o que contrataram directamente e o que o Estado contratou em nome de todos.
À medida que o número de telemóveis em circulação ia aumentando o guterrismo, em vez de colher na fartura para prevenir a seca, ia enganando o país com orçamentos desabridos e expansionistas. Este indíce de bem estar electrónico da população deslumbrada pelos toques e pelos sms foi mesmo brandido pelo então Ministro das Finanças Sousa Franco num debate orçamental na Assembleia da República como prova de prosperidade e de desenvolvimento da sociedade e de tranquilidade financeira do Estado.
Olhando para os exemplos que vinham de cima as autarquias seguiram os mesmos passos e o mau exemplo. Decidiram gastar mais do que podiam, confiantes de que a torneira jamais se fecharia “aos legítimos anseios das populações”. Entraram num regabofe financeiro que revelou exactamente a mesma dose de irresponsabilidade política que pressentiam no Governo.
Esta semana soube-se que em Santarém, logo após as eleições de Outubro, o novo executivo municipal decidiu pedir uma auditoria às contas do município. O resultado chegou agora e revelou uma dívida de 70 milhões de euros, dos quais 45 milhões exigíveis a curto prazo. Apurou-se entretanto que 144 obras efectuadas sob a responsabilidade municipal derraparam e custaram muito mais do que o previsto.
Santarém deu um excelente exemplo, que devia ser seguido noutras autarquias, designadamente em Aveiro. Assim, fica tudo claro e não há álibis. Só assim não fará quem estiver interessado não em resolver o problema mas em usar o problema para esconder outros problemas.
Esta semana a NovaDemocracia foi recebida pelo Presidente do tribunal de Contas para tratar justamente da despesa oculta feita por interpostas empresas municipais pelas Câmaras Municipais. Verificámos com agrado que é objectivo determinado de Guilherme d’Oliveira Martins dar combate firme aos gastos públicos e desencadear mecanismos a aperfeiçoar na Lei no sentido de efectivar a responsabilidade financeira de quem gasta mal o dinheiro de todos.
É que mesmo quando o Tribunal actua, a culpa continua a morrer solteira. Com o argumento do “não foi para mim mas sim para enriquecer o património público” fazem-se os maiores disparates, gasta-se nos mais tresloucados bens e cometem-se verdadeiros atentados ao interesse público não só de não fazer apropriação individual mas sobretudo no de gastar parcimoniosamente o que é de todos.
Tenhamos esperança que em Aveiro exista neste momento sentido da responsabilidade e que no tribunal de contas haja capacidade para fazer o que o seu Presidente afirma querer fazer.

Micro-causas (XVII)

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Água-cor

O País da Cor é líquido e revela-se
na anilina dos vasos de farmácia.
Basta olhar, e flutuo sobre o verde
não verde-mata, o verde-além-do-verde.

E o azul é uma enseada na redoma.
Quisera nascer lá, estou nascendo.
Varo a laguna de ouro do amarelo.
A cor é o existente; o mais, falácia.

Carlos Drummond de Andrade

Cor

«A cor é sobretudo, talvez mais do que o desenho, uma libertação.»
Henri Matisse

Imaginação

«Como foi a imaginação que criou o mundo, ela governa-o.»
Charles Baudelaire

quarta-feira, dezembro 14, 2005

3ª Gala Aveiro FM acontece amanhã

A festa da Aveiro FM está marcada para a noite desta quinta-feira, no Teatro Aveirense, e contará com as actuações de Sérgio (vencedor do programa de televisão Ídolos), do músico aveirense Jorge Cruz, da Escola de Bailado de Aveiro e do Palhaço Faísca. A receita de bilheteira reverte este ano a favor da Casa Abrigo de Aveiro (do Centro Social e Paroquial da Vera Cruz). Os bilhetes podem ser adquiridos no Teatro Aveirense, ao preço unitário de 10 euros.
Continue a ler no Diário de Aveiro

TGV ou a necessidade de incrementar velocidades prioritárias em Aveiro?

Disse José Sócrates em relação ao TGV, que «desistir seria rendermo-nos ao atraso» e eu digo que desistir seria rendermo-nos ao bom senso.

Num encontro que decorreu em Aveiro no passado fim-de-semana, entre autarcas de Espanha (Salamanca e Ciudad Rodrigo) e Aveiro, foi unânime o descontentamento pelas alterações feitas pelo actual governo socialista ao traçado da rede de alta velocidade, preterindo da ligação Aveiro / Salamanca para uma segunda fase do projecto.

Quero esclarecer, que não sou contra o progresso nem contra a evolução tecnológica e científica, e que muito pelo contrário creio que estas alavancas são garante de melhor futuro e melhor desenvolvimento das sociedades. No entanto, cada sociedade deve ir de encontro à satisfação das suas necessidades, estabelecendo prioridades de acordo com a realidade em que se insere.

Em Portugal vivemos numa sociedade desenvolvida, mas onde necessidades já consideradas básicas para os tempos modernos ainda não se encontram satisfeitas. Falta a muita população condições e vagas nos hospitais e nos centros de saúde existentes, faltam condições dignas em muitas escolas, faltam redes ferroviárias de velocidade normal e redes viárias adaptadas às necessidades em muitas regiões, falta até, e incrivelmente nos dias de hoje, saneamento básico em muitas localidades deste país!

O distrito de Aveiro, apesar do desenvolvimento já atingido, não é excepção dentro do panorama nacional. Muito antes de um TGV, Aveiro necessita de ver satisfeitas muitas necessidades e infra-estruturas de que ainda não dispõe. Não adianta fazer planos de poupança de tempos em TGV´s para minorias, se uma esmagadora maioria da população perde horas e dias em hospitais e centros de saúde à espera de ser atendido. Não é progresso iludirmo-nos com a ideia de dispormos de um transporte ferroviário de alta velocidade, quando ao nosso lado existem tantas localidades sem saneamento básico, como acontece mesmo nos concelhos mais desenvolvidos do distrito de Aveiro, como é o caso de Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira.

Mesmo ainda no plano ferroviário, porque se dá prioridade ao TGV, quando a cobertura de ferro vias no distrito é tão insuficiente? Deixou-se morrer por exemplo a linha do Vouga, que hoje se estivesse reabilitada, representaria por certo um grande motor de desenvolvimento da região, dada sua abrangência e carácter alternativo para pessoas e mercadorias que transitam diariamente na IP5/A25. Vergonhosamente, Aveiro que possui um dos mais importantes portos de mar do nosso país, não dispõe de acessibilidade ferroviária ao mesmo, o que equivale uma linha de pouco mais de 10 km, não é extraordinário?

Muito se fala em desenvolvimento sustentável, pouco se pratica em Portugal esse mesmo desenvolvimento. Enquanto o país continuar a viver de ilusões, continuaremos a ter na base um país subdesenvolvido porque se preocupa mais com o bem-estar de alguns, do que com a qualidade de vida desejável para todos!
Para Democracia Liberal e Diário de Aveiro

Micro-causas (XVI)

terça-feira, dezembro 13, 2005

Problemas...

«Se evitas os problemas, jamais chegarás a ser aquele que os superou.»
Richard Bach

Natureza em Dezembro (I)

Natureza em Dezembro (II)

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Não terá resolução a «Obra da vergonha de Alberto Souto»?

Esgueira - 11.12.05

Todos os dias passo várias vezes nesta rotunda, ao lado deste viaduto cerrado ao trânsito desde a inauguração.
Todos os dias me ocorre pensar que se esta obra tivesse sido executada com a responsabilidade exigível, eu e muitos como eu, teríamos a passagem ao lado de lá da linha de combóio facilitada, desimpedindo assim o trânsito no acesso a uma das principais entradas da cidade de Aveiro.
Contudo, a chamada «Obra da vergonha de Alberto Souto», lá continua sem resolução e dotada ao esquecimento.
Será que o actual executivo da Câmara Municipal de Aveiro, que tanto o reclamou em campanha eleitoral, ainda não teve tempo para se lembrar desta situação? Ou o absurdo declive das descidas do viaduto é de reparação tão financeiramente gravosa, que não terá resolução para tão breve quanto seria desejável?

Autarcas de Aveiro e Espanha defendem ligação por Salamanca

Os autarcas de Aveiro, Salamanca e Ciudad Rodrigo convergiram ontem na necessidade de construir a linha ferroviária de alta velocidade Aveiro/Salamanca. Numa «cimeira» destinada a debater «a nova rede de alta velocidade, o novo aeroporto da Ota e os interesses estratégicos de Portugal», Élio Maia, presidente da autarquia aveirense, disse que a ligação entre Aveiro e Salamanca é um «instrumento fundamental» para o «desenvolvimento sustentável» do concelho português.
Continue a ler no Diário de Aveiro

Os herdeiros de Trotsky

Por João Carvalho Fernandes

Anda por aí uma seita, “Os herdeiros de Trotsky” cujos membros se convenceram de que são os donos da verdade absoluta e se acham no direito de colocar na boca de outros afirmações que eles nunca proferiram. Costumam usar um tom coloquial, com o qual, quais professores, tentam impingir a banha da cobra. O líder tem um comportamento que se parece frequentemente com o daqueles pastores de algumas seitas que por aí pululam. Só ainda não promete milagres, mas pouco deve faltar!
Continue a ler no Democracia Liberal

Ota, a esquerda festiva e a NovaDemocracia em acção

Por Manuel Monteiro

1. A NovaDemocracia entrega hoje, ao Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, mais de 4.000 assinaturas contra a construção da OTA. Este acto culmina uma iniciativa que em boa altura decidimos levar por diante e testemunha a militância e o querer de muitos militantes, a quem publicamente saúdo.
Continue a ler no Democracia Liberal

sábado, dezembro 10, 2005

Gaspar Albino inaugurou hoje exposição na Galeria Morgados da Pedricosa

O Círculo Experimental de Artistas Plásticos - Aveiro Arte, inaugurou hoje uma exposição de pintura da autoria de Gaspar Albino, subordinada ao tema «Percurso». A exposição estará patente ao público até ao dia 4 de Janeiro, na Galeria Morgados da Pedricosa, na Avenida Santa Joana Princesa, próxima ao Museu de Aveiro.
A exposição «Percurso» é constituída por um conjunto de trabalhos a óleo sobre tela, acrílico sobre platex, desenho sobre papel, linoleogravura e aguarela. Está organizada em duas partes: uma com um conjunto de trabalhos de colecções particulares feitos de 1947 a 2004 e outra com trabalhos de 2005. Trata-se de obras que definem o percurso do artista nas suas múltiplas facetas ao longo da sua carreira, desde os seus 9 aos seus 67 anos.

Jaime Gama recebe NovaDemocracia

Para a entrega da petição contra a construção do aeroporto da Ota

Respondendo ao pedido de audiência formulado por Manuel Monteiro, Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, vai receber, na próxima 2ª feira, pelas 10h30m, uma delegação da NovaDemocracia. O encontro servirá para a entrega das mais de 4.000 assinaturas recolhidas contra a construção da OTA.

Micro-causas (XV)

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Curioso! Algo português que bate o seu próprio recorde de vendas

Leia no Comunicar A Direito


Borda D`Água em Grande

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morrer como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além-Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca

quinta-feira, dezembro 08, 2005

IX Festival de Cinema Luso-Brasileiro


Decorre até ao próximo domingo em Santa Maria da Feira.
Portugal e Brasil têm uma história intensa juntos. Laços na sétima arte é um dos elos que naturalmente se evidencia na 9ª edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro, uma das suas pontes mais fortalecida.
Conheça programação detalhada em www.cineclubedafeira.net

Aida representa as empresas do distrito de Aveiro



No Encontro Nacional de Empresários, que se realizará no próximo dia 13, numa iniciativa do Programa de Formação PME. Vão reunir-se no Europarque em Santa Maria da Feira, algumas centenas de empresários, consultores e associações de desenvolvimento local e regional, com o objectivo de reflectir e perspectivar o papel das PME no desenvolvimento futuro de Portugal e distinguir as empresas que foram intervencionadas no âmbito do Programa Formação PME nos anos de 2004 e 2005.
Inscrição gratuita mas obrigatória em http://pme.aeportugal.pt/

Micro-causas (XIV)

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Benficaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!

Que Bem-fica Ganhar

É o Tudo ou Nada...

Força Benfica!

Cavaco versus Alegre?

Os portugueses que puderam e quiseram, tiveram a oportunidade de assistir ao primeiro debate televisivo entre candidatos presidenciais. Eu assisti. E no final dei comigo a interrogar-me: Cavaco versus Alegre, em quê?

No desenrolar de um debate tão morno, tão desinteressante quanto está a ser a própria campanha às presidenciais, os candidatos nem nas mensagens livres solicitadas no final, conseguiram despertar o país para algum rumo aliciante, ou pelo menos para a conquista de uma nova esperança. Fica a perder a democracia e o país, pela falta de inovação, pela falta de diversidade e de confronto nestes candidatos presidenciais.

Hoje, a dita esquerda nacional, critica Alegre por se ter colocado demasiado ao centro e à direita, não defendendo assim os tão assumidos valores de esquerda que seria desejável. E a dita direita nacional só não eleva a sua voz dizendo que Cavaco se colocou demasiado ao centro e à esquerda, porque não criou e não dispõe de alternativas à direita, e porque de forma cobarde apoia Cavaco como “mal menor”.

O que os candidatos debateram foi quase nada, para o muito que os portugueses necessitam de ver debatido por cidadãos que legitimamente pretendem vir a representar Portugal. O confronto de ideias foi quase inexistente. Os candidatos estiveram quase sempre de acordo, mais preocupados na troca de cortesias do que em propostas a apresentar ao país. Nenhum deles teve a capacidade de sugerir algo de novo e diferente do que já é conhecido e aos temas abordados as respostas surgiam calculadas, sem sequer chegarem a acender a chama plausível para atear qualquer espécie de discussão construtiva.

Para questões tão importantes como o posicionamento do nosso país face a esta Europa e Relações de Portugal com o resto do Mundo, as opiniões quase sempre convergiram e não deram continuidade à exploração das ideias para debate por parte do entrevistador. Para já nem falar de Economia, onde a desilusão foi total. Nesta matéria o Professor Cavaco é repetente nos erros do passado como seria de esperar, e Manuel Alegre comprova porque se esquivou de votar no Orçamento.

O maior trunfo de Cavaco Silva continua a ser “defesa da estabilidade”. O maior trunfo de Manuel Alegre a “defesa da Pátria”. Na verdade, quase que se poderia intitular o debate entre Cavaco e Alegre de “Amena Cavaqueira”, só não o querendo mesmo intitular por trocadilho, de “Alegre Cavaqueira”, porque os candidatos nem alegria e entusiasmo conseguiam transmitir.

Para Democracia Liberal e Diário de Aveiro


terça-feira, dezembro 06, 2005

V Crónicas de uma Audiência

Por Jorge Ferreira, no tomarpartido

EXCELENTES CRÓNICAS sobre a audiência dos representantes da NovaDemocracia com o novo Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, o independente Élio Maia, eleito numa coligação PSD/CDS ( I, II, III, IV, V ).

Os valores da NovaDemocracia

Por Manuel Monteiro, no Democracia Liberal

Micro-causas (XIII)

domingo, dezembro 04, 2005

Recordando Eça (I)


... - Lisboa é Portugal - gritou o outro (Ega). - Fora de Lisboa não há nada.
O País está todo entre a Arcada e S. Bento!...
Eça de Queiroz, in Os Maias

Recordando Eça (II)

... - Pouh! - fez Nazareno com nojo. - Que sociedade, que asco! Não, realmente, o Matias tem razão, é humilhante lutar contra uma tal sociedade! A luta supõe forças que se encontram; mas assim, temos de um lado a força, do outro a pústula! Pouh! Portugal não deve ser reformado, como diz Damião, deve ser queimado a nitrato de prata!...

Estavam no Terreiro do Paço: uma lua lívida deixava cair de entre as nuvens uma mancha luminosa sobre a água sombria.

- Tudo isto precisa ser arrasado! - disse ainda Nazareno, mostrando em redor as Secretarias negras, de uma uniformidade enfática. Tinha parado e olhava, apertando com cólera o cabo do guarda-chuva, toda aquela reunião de edifícios oficiais, como a pesada e antiquada personificação de regimes funestos - o Banco e o seu ágio, a Alfândega e os seus direitos, os Ministérios e o seu burocratismo - ...

Eça de Queiroz, in A Capital

Sá Carneiro e Amaro da Costa morreram há 25 anos

No Democracia Liberal
Comentário de João Carvalho Fernandes

A 4 de Dezembro de 1980, o então primeiro-ministro português, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa e seus acompanhantes morriam, em Camarate, na sequência da queda do Cessna em que seguiam para o Porto.

Com a devida vénia ao
Diário Digital
Hoje, um quarto de século depois, mantém-se a dúvida quanto às causas da queda do bimotor, apenas um minuto depois da descolagem da Portela. O chefe do Governo e o ministro de estado e da defesa seguiam a bordo, viajavam para o Porto para participar no comício de apoio à candidatura do General Soares Carneiro a Belém.
Todos os ocupantes da aeronave morreram. Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa, Snu Abecassis, companheira do primeiro-ministro, dois pilotos e mais dois acompanhantes.
A queda do avião continua sob investigação. A possibilidade de um atentado mereceu vários inquéritos parlamentares. A decisão final quanto ao processo de Camarate vai ser tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça, após o Tribunal da Relação de Lisboa o ter considerado prescrito. A quarta e a oitava Comissão de Inquérito Parlamentar concluíram pela tese de atentado.
Este fim-de-semana, tanto o PSD como o CDS-PP assinalam a data com várias iniciativas, em Lisboa, Porto e Paris . A distrital do Porto do PSD homenageia Francisco Sá Carneiro no próximo ano, com uma série de conferências que levarão o nome do fundador do partido.
Comentário:
São duas figuras de vulto da democracia portuguesa, que desapareceram prematuramente. Com elas vivas, o percurso do país nos últimos 25 anos teria decerto sido bastante diferente.
É uma vergonha para a democracia e a justiça portuguesas, que passados 25 anos ainda se discuta se foi atentado ou acidente!
JCF

Micro-causas (XII)

sábado, dezembro 03, 2005

O Futuro de Aveiro

De Jorge Ferreira, no tomarpartido

Ou muito nos enganamos ou os aveirenses têm ainda muitas surpresas pela frente no que diz respeito à situação financeira da sua Câmara Municipal. Desde logo, há que apurar com exactidão e rigor o passivo real da Câmara. Incluindo naturalmente nesse passivo todas as responsabilidades financeiras directas e indirectas da autarquia. Sem ocultações, sem truques, sem batota.

Sabemos que existem muitas maneiras de ocultar dívida e o próprio Estado não tem dado, neste particular, o exemplo. Mas a hora da verdade chegou. O país já percebeu que não é possível viver indefinidamente na mentira financeira, pela simples razão de que um dia ela termina e aí a dor será muito maior e os sacrifícios para endireitar a situação tocarão a todos, mesmo aos que não têm responsabilidades na criação da situação.

A melhor maneira de o fazer é através de uma auditoria financeira independente. Propusemos isso mesmo ao Presidente da Câmara Municipal de Aveiro. Que nos respondeu que deixava essa questão nas mãos da Assembleia Municipal, por não querer transmitir a ideia de que a actual equipa estava a querer tirar desforço da antiga equipa. Compreende-se o argumento, mas a necessidade persiste. Seria um excelente começo que a Assembleia municipal, consensualmente se possível, optasse por esta via.

Até porque pode dar-se o caso de a Câmara estar numa situação tal que nada possa fazer nos próximos quatro anos para além de festarolas e calcetamentos.

Mas não é apenas este o único problema que há que esclarecer. Um dos mais esquisitos acontecimentos do final do mandato socialista na Câmara Municipal de Aveiro foi o caso das hastas públicas desertas. O que terá acontecido? Simples voluntarismo inconsequente? Ou existe algum facto desconhecido dos munícipes que tenha levado ao desinteresse dos investidores?

Também aqui é exigível que toda a verdade seja conhecida. A gestão dos bens públicos não pode ser segredo. A bem da transparência e da credibilidade dos eleitos e da motivação dos cidadãos para se empenharem activamente na discussão e na escolha das ideias e dos protagonistas para as executar.

Tem a palavra Élio Maia. E desde já quero publicamente registar que, independentemente de se concordar ou não com as suas ideias e decisões, e já critiquei algumas, se trata de um autarca que tem uma concepção aberta da participação política e não se considera um reizinho fechado numa inacessível torre de marfim de onde iluminadamente comanda os destinos dos súbditos eleitores.

Sons em Trânsito encerra hoje com «folk» de June Tabor

O IV Festival de Músicas do Mundo de Aveiro - SET`05, encerra hoje à noite com a cantora inglesa June Tabor, no Teatro Aveirense.

Leia mais aqui

sexta-feira, dezembro 02, 2005

As Listas

Diz muito bem o António Torres, no Faccioso :

Depois de saírem as listas de devedores ao Estado, espera-se que o Estado seja coerente, apesar de não ter vergonha, e publique com igual destaque – as “Listas dos Credores do Estado”.

Indicando a quem deve, quanto deve e há quanto tempo deve, a cada um dos seus credores, que, não obstante, foram obrigados a pagarem-lhe o IVA das facturas ainda por cobrar.

Colectiva de Natal

Uma exposição patente ao público que irá decorrer até 31 de Dezembro, na Op Art - Emolduramento e Espaço de Arte em Aveiro.

A Colectiva conta com os seguintes artistas: António Neves, Carlos Mouro, Filinto Viana, Ilídio, Isabel Carlos, Júlio Pires, Lopes de Sousa, Mário Portugal, Mário Silva, Marco Rodrigues, Rosando e Sandra Ferro. Trata-se de uma exposição onde predomina a pintura, e nomes muito consagrados das artes plásticas surgem ao lado de jovens artistas formados em Belas Artes. Cada artista apresenta dois a três trabalhos.

Micro-causas (XI)

quinta-feira, dezembro 01, 2005

NovaDemocracia hoje em 1ª página no Diário de Aveiro

PND quer fim das empresas municipais
NovaDemocracia quer referendo sobre o velho Mário Duarte

O presidente da Câmara de Aveiro recebeu, ontem, uma comitiva da Nova Democracia composta por Susana Barbosa, coordenadora distrital de Aveiro do PND, Jorge Ferreira, conselheiro nacional, e Edgar Jorge, igualmente conselheiro nacional e actual presidente da Junta de Freguesia de Cedrim (Sever do Vouga). Os temas que estiveram em cima da mesa foram o velho estádio Mário Duarte, as empresas municipais e o endividamento real da Câmara Municipal de Aveiro.
Com os temas, vieram propostas concretas por parte da comitiva. Quanto ao antigo recinto de jogos do Beira-Mar, Jorge Ferreira afirma que «ninguém sabe o que é que há-de fazer ao estádio Mário Duarte», que acrescenta, é um espaço «simbólico e afectivo da cidade» e que recentemente foi objecto de um acontecimento «bizarro». O político referia-se à hasta pública «que ficou deserta relativamente ao destino a dar ao estádio». A primeira coisa que é preciso saber, segundo Jorge Ferreira, «é esclarecer o mistério da hasta pública deserta», pois adianta que «em Portugal não é normal uma hasta pública ficar deserta», achando que é «de exigir à Câmara Municipal que esclareça o que é que está por detrás do aparente desinteresse dos investidores naquele espaço». Em segundo lugar, e «mais importante do que isso», a comitiva sugeriu ao presidente que fosse qual fosse a decisão da Câmara sobre o estádio, esta deve «desencadear os mecanismos necessários para realizar um referendo local sobre a decisão do destino a dar ao estádio Mário Duarte».
Jorge Ferreira justifica esta ideia dizendo que a Nova Democracia entende «que há toda a vantagem em envolver os cidadãos directamente na decisão do destino a dar àquele espaço». Quanto à medida escolhida, ou seja, o referendo, o cabeça de lista por Aveiro nas últimas legislativas esclarece que, no entender do partido, «há uma necessidade de participação política, porque as pessoas estão desmotivadas, desconfiadas e distantes das instituições», sendo «necessário motivá-las para a participação política e para o debate cívico» e também porque o estádio «antes de ser da Câmara é dos aveirenses».
Em relação às empresas municipais, a comitiva propôs ao presidente da Câmara que as «extinguisse a todas», que segundo o partido, «são manifestações típicas de uma gestão socialista que servem para gerar clientelas partidárias e mais despesa e que se forem analisadas uma a uma se conclui rapidamente que nenhuma delas serve para atingir os objectivos que alegadamente estiveram na origem da sua criação».
Por último, quanto ao endividamento real da Câmara, a comitiva indicou como sugestão ao líder da autarquia a realização de uma auditoria «independente, financeira para apurar a totalidade do passivo da Câmara», uma vez «que também ninguém sabe em Aveiro quanto é que a Câmara deve e qual o seu grau de endividamento».
Lia Gomes


in Diário de Aveiro

Horizonte

O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte
Os beijos merecidos da Verdade.


Fernando Pessoa