segunda-feira, dezembro 19, 2005

Lucidez

É noite, cogito nas sombras que a vida tem
Em relance vejo a vida soluçando
Escuto o ranger de pedaços de alma que cedem
Ao pensamento do apocalipse

Escuto o som do silêncio que a bruma tece
E noite dentro tudo é escuridão
Todas as estrelas do céu se apagaram
Com rajadas de vento

Amanhã bem cedo o sol surgirá
E se surgir, que o vento esteja ausente
Não vá apagar a estrela diurna
Que nos ilumina mesmo que não a vejamos

Às vezes às escuras andas
Mesmo quando o sol brilha
Transporta um pouco da minha chama
Para que a tua alma fique transparente

Carlos F. Cardoso