terça-feira, janeiro 31, 2006

Sever do Vouga - Recuperar e divulgar o património megalítico

Recentemente a autarquia adquiriu os terrenos da Anta da Cerqueira por dois mil euros, de forma a isolar a área. Um processo que pretende repetir em relação a outros espaços.

Preservar o vasto património megalítico do concelho é o objectivo do "Museu do Passado", uma candidatura ao Programa Leader +, que se encontra em fase de execução. O projecto, que visa a recuperação dos espaços naturais com expressão megalítica, encontra-se na fase de ecomusealização da paisagem, uma nova vertente cultural que transforma áreas de interesse histórico e cultural em museus ao ar livre.

Em Sever do Vouga, Talhadas é a freguesia onde se encontra a maior representação megalítica do período Neolítico, mais conhecido por Idade da Pedra Polida. A Anta da Sepultura do Rei e a Necrópole da Cerqueira são algumas das construções de carácter mortuário e sagrado presentes na linha de recuperação. As gravuras rupestres do Forno dos Mouros, em Silva Escura, hoje em estado de erosão, também vão ser alvo do projecto, assim como a mamoa do Coval, em Couto de Esteves e a arte rupestre na Serra do Arestal.

(in Jornal Beira Vouga)

Partidos, partidos - Portugal merece melhor!

Os partidos políticos portugueses do sistema estão gastos, esvaziados de ideologia e de soluções novas e ajustadas à nossa realidade.

Manuel Alegre declarou ao Expresso do passado fim-de-semana, que não acredita «na auto-regeneração dos partidos políticos». No entanto afirmou ainda que está fora de questão a sua saída do PS, apesar de ponderar o abandono de cargos directivos. Da sua reunião em Lisboa com apoiantes que estiveram consigo na campanha às presidenciais, saiu formalizado um movimento cívico, intitulado «O Poder dos Cidadãos».

Com todo o respeito que me merecem as opções do candidato que obteve um digno segundo lugar à presidência da República, mais não posso concluir que apesar da sua já demonstrada coragem contra os tentáculos do sistema, não oferece resistência suficiente para dele se desvincular. Criar um movimento cívico é sempre uma atitude salutar à democracia, mas ser contra o sistema, deixando-se ficar acolhido nesse mesmo sistema à espera de melhores dias, é cobardia.

Portugal merece melhor!

Iniciamos agora um novo ciclo de acção e reflexão até às próximas eleições legislativas. É tempo de criar alternativas ao bipartidarismo que de forma tão incompetente tem vindo a governar o país. Já basta de aumentos de impostos, de recursos a políticas viciadas para manter máquinas de estado e paralelamente máquinas partidárias que arruínam os nossos bolsos. Basta de projectos megalómanos para benefício de alguns, em detrimento do bem-estar da maioria que todos os dias vê piorar as suas condições de sobrevivência.

Nós, na NovaDemocracia estamos a trabalhar. Já temos definida uma Estratégia para Portugal, publicada no texto “Uma ideia de Portugal” onde explicamos a missão que deve caber aos portugueses enquanto Povo e enquanto Estado livre e com Poder político próprio. Já temos publicados os Valores Políticos da NovaDemocracia, que explicam o que pensamos sobre o Homem a Nação e o Estado.

Estamos agora a trabalhar num Programa Político, onde apresentaremos as nossas propostas políticas para as diversas áreas da governação. Queremos ir de encontro às reais necessidades do país e dos portugueses. Não procuramos soluções fáceis nem milagrosas respostas. Queremos preservar o que ainda nos resta de positivo e ajudar a reparar o muito que vai mal.

Acreditamos que uma NovaDemocracia é possível e que vale a pena lutar por Portugal, enquanto é tempo!
(Publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Mar Português

E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.
Fernando Pessoa

sábado, janeiro 28, 2006

Neve

Já a sinto.

E ainda assim

Só a sei portentosa,

Celestial.

Não é ela

Que arrefece o meu calor.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Adriano Moreira no Fórum Universal

No dia 1 de Fevereiro pelas 21h00

Tertúlia Aberta sobre a Actualidade:

Cidadania, política e construção social/global

Com: Adriano Moreira (do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior)

Moderação: Ivan Silva (Director-adjunto executivo do Diário de Aveiro)

Organização: Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC)

Local: Anfiteatro CUFC - Campus Universidade de Aveiro

Apoiam: Jornal Diário de Aveiro - Jornal www.ua.pt/uaonline

Do Blogue à Política

Esta semana, Élio Maia surpreendeu o mundo. Sobre um blogue que utiliza o seu nome na Internet e onde se publicam peças sobre assuntos ligados à vida da autarquia, o Presidente da Câmara afirmou não saber quem o faz, dando a entender tratar-se de um blogue pirata. A ser assim, o assunto merecia denúncia, investigação e, a ser verdade, castigo previsto na lei penal.

Mas logo a seguir, Élio Maia afirmou que não se importava que o fenómeno do blogue aparentemente pirata continuasse com a pirataria. Ora, assim insinuou consentimento para a pirataria, o que desvaloriza do ponto de vista penal a conduta.

Bom, confesso que acho que há assuntos mais importantes com que perder tempo do que com este episódio do blogue. Nem a bizarria da posição de Élio Maia lhe confere mais importância do que a que tem um fait divers. Claro que o que interessa é saber como se vão pagar as contas e o que se vai fazer no concelho durante quatro anos, se é que se vai fazer alguma coisa.

Mas não há dúvida que a posição de Élio Maia sobre o blogue abusivo-que-afinal-não-é-abusivo-porque-ele-não-se-importa tem uma estranha importância simbólica no que se refere à situação política actual do concelho.
Sucede precisamente que neste momento o que parece é que a política municipal em curso não é a de Élio Maia, será a de outro qualquer, mas que ele não se importa que a política municipal seja a de outro qualquer que não ele. Auditoria? Pediu o PS. Ele não se importa. Lugares? Nomeiam o CDS e o PSD. Ele não se importa. Programa? Definem os vereadores. Ele não se importa. Oposição? Bem, não tarda, farão todos e ele certamente não se importará.
Ora é muito mau sinal que o Presidente da Câmara seja reduzido a uma figura protocolar para efeitos eleitorais. A Câmara precisa de liderança e um Presidente que não lidere abre caminho a uma gestão sem rumo nem objectivo.

Com a GAMA paralisada, com dinheiro mas sem acção que se veja, com a Câmara à espera da auditoria que podia e devia ter sido pedida logo após as eleições, com a tesouraria exangue, resta mesmo… falar de blogues.

Já agora uma última nota. O meu último artigo no Diário de Aveiro suscitou inusitadas reacções. Umas de crítica educada e legítima. Outras de cobardia anónima. Nenhumas delas, porém, aqui foi feita. Só por isso não incomodo os leitores com a resposta a dar. Dá-la-ei quando puder no sítio próprio. E obviamente apenas às educadas. Uma coisa é certa: o texto deve ter doído…

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

Mãos à Obra

Aqui, na NovaDemocracia
...
Com entusiasmo, com convicção e com esperança.

Versos Pobres - 1949

XL

Sou carne viva e sombra. Rezo e grito!
Queima-me os pés o fogo sempiterno,
Beija-me a fronte a noite do infinito.
Em baixo, o abismo trágico do Inferno,
Em cima, o azul quimérico e bendito;
E entre a manhã divina e o triste Inverno,
Entre uma prece e um grito, me consumo,
Mísero facho a arder que só dá fumo.

LIX

O homem actual
É um ser material
E descoberto,
Que vê, por dois buracos da caveira,
Lá em cima, uma geleira,
E, cá em baixo, um deserto.

LXVI

Ó poeta intimamente confundido
Em torva multidão misteriosa,
Em ti, um novo Deus amanhecido
É ainda vaga nuvem fabulosa.
Nas formas vãs da tua sombra escura
Desponta uma infinita criatura...

LXX

Ó saudade, ó saudade
Que nos meus olhos és perfeita claridade...
Sombra humana que em si contém a luz divina.
Ó veio de água cristalina,
Onde esta sede de infinito saciamos!
Lira da nossa melodia...
Árvore da tristeza, com os ramos
Floridos de alegria.

LXXV

Esse calor primeiro que enternece
O ar azul e a terra já florindo...
A aurora que nos altos aparece,
Os sapos, no crepúsculo, carpindo,
Aquele velho muro onde enverdece,
A hera que o sustenta e vai cobrindo,
Tudo de ti me fala. E a tua imagem
Vaga através de mim, que sou paisagem.

LXXVII

Riso etéreo
Que cintila
Na universal escuridão tranquila
Do mistério.

Teixeira de Pascoaes

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Acontecerá um milagre em Aveiro?

O Raul Martins conta-nos porquê, aqui

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Sugestão: "A Meu Ver"

Apresentado no passado dia 17, o novo livro de fotografias "A Meu Ver", do jornalista Carlos Pinto Coelho, conta com textos de 175 dos mais ilustres criadores lusófonos, tendo sido o primeiro grande acontecimento editorial deste ano em Portugal.

Foi lançado em Lisboa, com apresentação de José Carlos de Vasconcelos, editor do Jornal de Letras, e do fotógrafo António Homem Cardoso. O livro reúne dezenas de fotos captadas em países da Europa, África, Ásia e América, tem prefácio do fotógrafo Gérard Castello- Lopes, direcção gráfica de Armando Alves e é editado pela Asa.

José Saramago, Sérgio Godinho, Guilherme d`Oliveira Martins, António Alçada Baptista, Maria Alberta Menères, António Gedeão e Miguel Sousa Tavares estão entre as 175 figuras da vida pública portuguesa (escritores, actores, realizadores, cartoonistas e artistas plásticos, fotógrafos, jornalistas e políticos) que escreveram textos para as imagens. Além das fotos seleccionadas por nomes da cultura portuguesa, também personalidades do Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe escreveram textos inéditos para acompanhar as imagens.

Carlos Pinto Coelho, jornalista que ficou conhecido sobretudo como apresentador do magazine cultural "Acontece", na RTP2, tem um interesse de longa data pela fotografia, sendo autor de um outro álbum, "De Tanto Olhar", que a Campo das Letras publicou em 2002.

E.A.

Convite

Vamos, ressuscitados, colher flores!
Flores de giesta e tojo, oiro sem preço...
Vamos àquele cabeço
Engrinaldar a esperança!
Temos a primavera na lembrança;
Temos calor no corpo entorpecido;
Vamos! Depressa!
A vida recomeça!
A seiva acorda, nada está perdido!
Miguel Torga

terça-feira, janeiro 24, 2006

Cartão vermelho ao desgoverno de Sócrates

Com uma maioria absoluta tangencial, Cavaco Silva é à primeira volta o novo presidente da República Portuguesa. Cavaco é o grande vencedor destas eleições. Em contrapartida os grandes derrotados são Mário Soares, José Sócrates e o seu governo.

Em Portugal as maiorias eleitorais flutuam entre PS e PSD que representam os grandes partidos do actual sistema. Existe uma bipolarização partidária. Sempre que um destes partidos assume o poder, nas eleições que se seguem a maioria concentra-se no outro partido. Nestas eleições presidenciais o cenário não foi diferente. O povo que em pouco tempo se desiludiu com a governação do actual elenco socialista, quis castigar o poder. Se estas eleições presidenciais tivessem ocorrido há um ano atrás, Cavaco Silva não teria obtido o mesmo resultado, dado que o povo tinha por objectivo castigar o poder da coligação de direita que se encontrava no governo.

Assim sendo, Mário Soares oficialmente apoiado pelo PS, para além do erro estratégico que a meu ver representou a sua candidatura, foi também penalizado pela conjuntura política actual. Destas eleições sai um partido socialista fragilizado, fracturado, que jamais voltará a ser mesmo. Manuel Alegre por sua vez representou a coragem da afirmação contra o sistema e por décimas não mudou os resultados eleitorais que fariam sair desta batalha uma conquista bem diferente. A democracia tem destas coisas.

José Sócrates continua a dar maus exemplos ao país. Ainda não recuperado do tombo nas neves da Suíça, tropeça na falta de ética e na falta de bom senso. Exemplo disso foi o atropelo da sua comunicação aos portugueses na noite das eleições, que ocorre em simultâneo com o discurso do candidato Manuel Alegre. Precipitado e teimoso, Sócrates demonstra-se prepotente e intolerante tanto nos pequenos actos como na falta de rumo que dá à sua governação, insistindo em cometer os mesmos erros.

Enquanto Portugal continuar na corda bamba desta bipolarização partidária, o desgaste político, económico e financeiro continuará a afundar o país. Temos dois aparelhos de estado monstruosos, um no poder e outro sempre à porta na sala de espera pronto para voltar a entrar! Enquanto isso e neste vaivém de cargos e reformas atribuídos, não existem impostos que resistam tamanha assimilação de gastos públicos.

Nestas eleições se Manuel Alegre tivesse passado à segunda volta, teria representado a hipótese de consolidação do PS em torno de uma única candidatura. Como tal não aconteceu, teremos um partido com maioria no parlamento, mas sem força na sua união e nas suas convicções e este factor em nada ajudará nos tempos difíceis que se antevêem para todos os portugueses.

O futuro não está fácil e Cavaco Silva parece ter felizmente essa percepção bem presente. A missão de estabilidade que garantiu aos portugueses não será tarefa simples de cumprir, até mesmo e acima de tudo porque em pouco dependerá das suas funções de Presidente da República.

Teremos todos de aprender a conviver com esta nova realidade e estar bem atentos. Parece-me que uma nova fase da democracia se iniciou com este ciclo político que se encaminha para as próximas eleições legislativas. E a mudança só pode residir na pluralidade. Só se conseguirmos tirar o país do bipartidarismo que o ensombra, ganharemos liberdade para lutar por novos rumos.
(Publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Tudo por décimas...

Por décimas Cavaco Silva ganha a presidência da República à primeira volta.

Por décimas Manuel Alegre perde a oportunidade de passar à segunda volta.

Por décimas o PS perde a possibilidade de se unir em torno de uma candidatura comum.

Por décimas o país vai ter de continuar a lutar, se quer ganhar liberdade na pluralidade!

sábado, janeiro 21, 2006

Reflexão [*]

(...)
Quando nos vemos ao espelho julgamos que a imagem que está à nossa frente é exacta. Mas basta movermos um milímetro e a imagem muda. Na verdade estamos a olhar para uma série infindável de reflexos. Mas por vezes um escritor tem que estilhaçar o espelho – porque é do outro lado do espelho que a verdade nos espreita.
Creio que, apesar das tremendas desvantagens que existem, uma feroz determinação intelectual, resoluta e inabalável, enquanto cidadãos, para definir a verdadeira verdade das nossas vidas e das nossas sociedades é uma obrigação crucial que cabe a todos nós. É, de facto, um imperativo.
Se essa determinação não estiver incorporada na nossa perspectiva política, não nos resta qualquer esperança de reabilitar o que está quase perdido – a dignidade do homem.
[*] por Harold Pinter, discurso do Prémio Nobel, pré-gravado e exibido em 7 de Dezembro de 2005 em Börssalen, na Academia Sueca, Estocolmo.
O original encontra-se em http://www.nobelprize.org . Tradução de Margarida Ferreira.
Este discurso encontra-se em http://resistir.info/ .

Reflexão

(...) Só a imaginação faz ver (...) onde os outros nada vêem e que faz ver de modo diferente.
Eugène Delacroix

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Presidenciais VI

Da República das Palavras à República dos Actos

O Ilusionismo

À Nora

Por Jorge Ferreira no Tomarpartido
Depois de um PS acomodado ao poder, distante do povo e gastador na tesouraria, Aveiro precisava de uma equipa camarária com um objectivo claro, um caminho definido para o atingir e uma liderança forte para o conseguir.

Infelizmente, não parece que tal tenha acontecido. O rotativismo eleitoral funcionou por cansaço dos eleitores para com o PS em Aveiro e por desilusão com Sócrates em S. Bento.

Aveiro é hoje governada por uma coligação de três partidos: o CDS, que põe e dispõe dos popularmente designados “tachos”, o PSD, que se contenta com a Presidência da Assembleia Municipal e o PEM, o Partido de Élio Maia, que está apanhado no remoinho dos outros dois.

Neste ponto Raul Martins tem razão, na entrevista que deu ao Diário de Aveiro. Mas o tom da entrevista, apenas três meses depois da hecatombe eleitoral do PS e em pleno processo de deserção dos principais eleitos em Outubro passado, é um sinal da inesperada fraqueza política do executivo camarário. Inesperada, porque era suposto saberem o que queriam para Aveiro. Inesperada porque sendo uma coligação e tendo obtido a maioria, era suposto demonstrarem uma solidez e uma consistência que está longe de existir. Não fosse assim e o deputado municipal do PS não se sentiria (já) tão à vontade para falar de alguns assuntos como falou.

Os sinais de desorientação têm-se acumulado.

Primeiro sinal: a falta de rigor na previsão orçamental, que demonstrou a impreparação técnica do novo executivo, para lidar com uma situação financeira catastrófica que, se não se sabe ainda ao certo a quanto ascende, toda a gente tinha a obrigação de saber que é muito.

Segundo sinal: a falta de rumo claro para a resolver. Como se vai pagar a dívida? O que é que é possível fazer nos próximos quatro anos? O que não é possível? E como pagar o que se vai conseguir fazer?

Terceiro sinal: a conflitualidade latente entre os três parceiros da coligação, que simbolicamente se manifesta nos vários domicílios políticos que usam para exercer os respectivos mandatos e nos conflitos de bastidores quanto à distribuição dos lugares, havendo quem, no PSD não ache graça nenhuma à preponderância que o CDS tem tido nesta competição.

Quarto sinal: a falta de estratégia para o destino a dar ao Mário Duarte. A Câmara vai respeitar o que encontrou, ou não? E se não o fizer, como pagar essa decisão? E que método político vai utilizar para tomar a decisão?

Quinto sinal: a falta de programa. Era engraçado fazer o seguinte exercício: pedir aos cidadãos de Aveiro para enunciarem uma medida que saibam que nestes quatro anos a Câmara se propõe realizar. Haveria respostas para além do “não sei”?

Eu sei: certamente muitos deles responderiam: “À nora! A Câmara está à nora!”.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

Borralho

Vou aquecendo os sonhos à lareira,
Sem reparar nas cinzas do brasido.
Ou olho-as distraído,
Na baça inconsciência
De que são a verónica da morte.
Sentado na cadeira habitual,
Diligência irreal
Que atravessa, morosa, a noite fria,
De mim próprio alheado,
Dou concreto valor à fantasia
Como se o lume fosse imaginado.

Miguel Torga

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Presidenciais V

Porque será que cada vez me apetece menos ir votar no próximo domingo?
Deve ser porque cada vez me custa mais a acreditar em alguma coisa.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Instantes

«Os instantes de grande dor ou de grande agitação, mesmo na história universal, têm uma necessidade que convence; desencadeiam um sentido da actualidade e um sentimento de tensão que nos oprimem. Essa agitação pode provocar seguidamente a vinda da beleza e da luz, assim como da loucura e das trevas; o que se produz reveste, em todo o caso, as aparências da grandeza, da necessidade, da importância; distingue-se e destaca-se dos acontecimentos quotidianos.»
Hermann Hesse, in O Jogo das Contas de Vidro

O voto vazio

Não perca, no Tomarpartido, por Jorge Ferreira

Presidenciais IV

Ontem assisti à peça "A Fábrica do Nada", onde no final o Presidente da República entregava uma taça aos responsáveis da fábrica, pela distinção de fazerem "nada"!
Será que no próximo domingo o país também entregará uma taça ao candidato que vai à frente nas sondagens, simplesmente por "nada"?
Por tudo, torço para que não aconteça "nada".

terça-feira, janeiro 17, 2006

20 Anos - Parabéns à AIDA !

1986 - 2006

Aniversário da AIDA no Teatro Aveirense com a peça "A Fábrica de Nada"

A AIDA - Associação Industrial do Distrito de Aveiro completa hoje 20 anos de existência, data que gostaria de ver assinalada com a presença não só das empresas associadas, como também de todas as entidades e amigos que têm vindo a colaborar consigo ao longo dos últimos anos.

Este marco na vida da AIDA, será comemorado ao longo do primeiro semestre deste ano de 2006, estando o seu início marcado para hoje à noite, pelas 20h45, no Teatro Aveirense, com a peça “A Fábrica de Nada”, uma peça onde a companhia Artistas Unidos encenam Judith Herzberg. Esta peça respeita a um tema recorrente na actualidade, pois relata a história dos funcionários de uma empresa que, após ter terminado a sua actividade, os colocou no desemprego. Estes, ao invés de se resignarem ao desemprego, iniciaram uma produção de nada. Uma encenação de Jorge Silva Melo, com base na tradução de David Bracke e Miguel Castro Caldas.

Faça a sua reserva através do telefone 234 302 493, com Cláudia Camilo, fax 234 312 366, ou e-mail c.camilo@aida.pt

Presidenciais envolvidas de nada

Está a chegar ao fim a campanha às presidenciais. Infelizmente foi uma campanha que bem traduziu a imagem da decadência do sistema em que vivemos. Infelizmente para todos os portugueses, não se anunciam novas esperanças, nem novos rumos, nem novos estímulos, aconteça o que quer que seja no próximo dia 22.

Numa altura em que o país tanto necessitava de uma boa lufada de ar fresco, não houve quem tivesse a coragem de se insurgir contra tudo o que não pode continuar a ser Portugal! Não houve quem criticasse o sistema de forma verdadeira e realista e se mostrasse preocupado com os problemas que ensombram o país. Tão pouco pudemos assistir a debates sérios de ideias, soluções e ideologia, pelo simples facto de que tudo isso não passou de uma miragem à luz da preocupação mais importante do que seriam as audiências e as sondagens.

Se acontecer a provável vitória de Cavaco Silva à primeira volta, não advirá daí nenhum mal pior do que já existe, mas também nada mudará com toda a certeza. Desiluda-se quem pense que Cavaco trará ao país o que não conseguiu trazer em dez anos de poder executivo e nessa altura com a disponibilidade de milhões de contos em verbas a que agora já perdemos o direito. E não trará nada de novo, porque já nos demonstrou que no tempo em que esteve afastado da política activa não mudou em nada a sua postura fabricada, nem as suas ideias de democracia social só para alguns, nem a sua arrogância e menosprezo mesmo pelos que legitimamente lhe ofereceram o seu apoio a candidato. Basta analisar que sendo um candidato apoiado por partidos, até mesmo no seio dos mesmos fez realçar preferências e simpatias por uns, e desdém ou mesmo inimizades por outros.

Quantos aos candidatos ainda mais à esquerda que Cavaco, o panorama não se afigura mais feliz. Disputam Alegre e Soares pelo 2º lugar, mas sem nada de entusiasmante que possam oferecer para qualquer mudança, disputam Louçã e Jerónimo pelo 4º lugar mas com o mesmo de sempre, sem qualquer esperança, sendo que o único que para já tem garantias de classificação é mesmo Garcia Pereira que lá ficará como seu estável e 6º lugar, sem qualquer diferença.

Quanto a mim, fica-me a amarga sensação de tudo não passar de mais do mesmo. De se ter perdido uma oportunidade de fazer diferente. Com a revolta desta sociedade consumista onde que cada vez mais se fabricam campanhas ao ínfimo pormenor de imagem e onde cada vez menos se valorizam as pessoas, as ideias e o saber ser. Valem os fogos de artifício, valem os palcos mais bem elaborados e os jantares mais concorridos, valem as maquilhagens, vale o dinheiro mais que tudo!

Enquanto o poder continuar a ser conquistado pela falta de ideologia, pela falta de convicção na mudança, pelo ter acima do ser e pelo atropelo dos valores, podemos estar certos que nada mudará e o que não muda tende a degradar! É urgente empreender em novos rumos, sob pena de se perder a liberdade e a democracia que tanto custou a muitos conquistar. É urgente uma mudança séria e profunda, com a responsabilidade de uma NovaDemocracia, uma nova e diferente revolução. Caso contrário continuaremos todos a pactuar com mais desigualdade, mais dependências, mais corrupção, mais injustiça, mais insegurança mais ilusão e acima de tudo menos liberdade e menos Portugal.
(Publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Descobrir Sever do Vouga a caminhar

Descobrir Sever do Vouga através de percursos pedestres, que englobam cinco zonas de interesse concelhio, é o projecto que está a ser desenvolvido pela Câmara Municipal, com um investimento de 23 mil euros.

Nas freguesias de Paradela e Pessegueiro do Vouga, os percursos passam pela antiga linha do combóio e pela Ponte de Santiago. A cascata da Cabreia, em Silva Escura foi outro ponto escolhido pela autarquia, onde se pode visitar um conjunto de cinco moinhos recuperados com as características originais. As antigas minas do Braçal, as construções megalíticas das Talhadas e a deslumbrante Serra do Arestal também foram incluídas nos trajectos.

Os percursos escolhidos, que vão dar origem a uma rede com 11 trajectos aprovados pela Federação Nacional de Campismo, mostram importantes pontos de interesse turístico do concelho, com destaque para a fauna e flora local, e pontos de paragem que servem de miradouros.

Feita a sinalização, os percursos que serão equipados com material de protecção, vão ser abertos ao público e publicados na revista de Percursos Pedestres de Portugal.

in Jornal Beira Vouga

domingo, janeiro 15, 2006

Presidenciais III

Vivemos num país assente num sistema de cegos, surdos e coxos!
É urgente a IV República.

Nº 2 da Revista Nova Vaga vem aí na próxima semana

Preparado em tempo record o nº 2 da revista Nova Vaga está já a caminho da gráfica. Num número dedicado ao tema "Poderes Presidenciais", Democracia Liberal antecipa-lhe alguns dos principais destaques:

Cavaco considera que "Presidente deve contribuir permanentemente para garantir a estabilidade", Garcia Pereira sustenta ser necessário "combater a chantagem e o medo", Mário Soares afirma querer "Unir os Portugueses" e Manuel Alegre defende a importância de "garantir a decência da democracia".
Também neste número se poderá ler, na rubrica Grandes Entrevistas, uma extensa conversa com o constitucionalista Jorge Miranda, conduzida por Sara Santos Costa, dirigente nacional da Nova Democracia e membro do Conselho Editorial da Nova Vaga.
Ao que apurámos será ainda publicado o projecto de Nova Constituição para Portugal defendido pela Nova Democracia e cujo autor é Paulo Otero, Professor Catedrático na Faculdade de Direito de Lisboa.
in Democracia Liberal

As escutas telefónicas e a lei

As escutas reentraram na moda judiciária e na agenda da discussão pública. Será talvez útil saber exactamente o que diz a Lei, no caso o Código de Processo Penal, sobre o assunto: AQUI

sábado, janeiro 14, 2006

Presidenciais II

Estou em crer que o sistema pode vir a apanhar um susto!
Oxalá...

Silêncio, não

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade

Também penso assim...

"Um pouco de tolerância, um pouco de senso e ainda um pouco de bom humor, e você não imagina como poderia tornar agradável a sua permanência neste planeta!"
Somerset Maugham

sexta-feira, janeiro 13, 2006

O Homem, Um Ser Social Mas Nem Tanto

Vale a pena ver aqui

Autarcas de Aveiro receberam cartas com ameaças

Caso investigado pela PSP
O presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, e os vereadores Carlos Santos, Jorge Greno e Miguel Capão Filipe, todos eleitos pela coligação PSD/CDS, receberam na semana passada cartas anónimas com ameaças dirigidas a si e às suas famílias.
A informação foi ontem confirmada por João Oliveira, do Gabinete de Imprensa da autarquia aveirense, revelando que cada um dos autarcas recebeu uma carta anónima com ameaças.Apesar de desvalorizar o acontecimento, o responsável da Câmara pela relação com a comunicação social salientou que o caso foi comunicado à PSP de Aveiro para que as autoridades procedam a algumas averiguações. Segundo João Oliveira, foi a primeira vez que, durante o actual mandato, os autarcas do PSD e do CDS foram ameaçados.

Os Sismos

Por Jorge Ferreira, no Tomarpartido

Portugal tem sido abalado nos últimos dias por vários sismos, felizmente sem danos pessoais nem materiais. Eles têm-se feito sentir um pouco por todo o país.
Não, não me refiro ao facto de o Estado, isto é, nós todos, estar a dever no final de 2005, 101,7 mil milhões de euros. Não, não me refiro ao facto de a criminalidade violenta ter aumentado 30 % em 2005 no nosso país, apesar de um deputado da Nação, Paulo Rangel, numa evidente ignorância sobre o país e a sociedade onde vive, ter afirmado que "O que gera insegurança nos cidadãos é a pequena criminalidade em massa, já que os homicídios são esporádicos". O deputado não lê jornais nem deve parar muito por cá.
Também não me refiro ao facto de Mário Soares ter afirmado que existem interesses ilegítimos por detrás da candidatura de Cavaco Silva, dando a entender que alguém por razões obscuras e não identificadas precisa de ter um amigo em Belém, sem nomear nem especificar. Também não me refiro ao facto de a Câmara Municipal de Aveiro ter nomeado pessoas para dirigir empresas municipais que vai já extinguir, como é o caso da EMA e que certamente custarão chorudas indemnizações ao erário público, acrescentando mais uns pozinhos aos tais 101,7 mil milhões.
Não. Refiro-me mesmo aos abalos derivados da agitação das placas tectónicas, a oeste do cabo de S. Vicente.
É, pois, altura, mais uma vez, de alertar as autoridades nacionais e locais para o facto de ser imperioso cumprir, fazer cumprir e fiscalizar efectiva e impiedosamente o cumprimento das normas anti-sísmicas da legislação portuguesa em todo o país. Ainda recentemente, por ocasião das comemorações dos 250 anos do terramoto de 1755, impropriamente chamado de terramoto de Lisboa, os especialistas alertaram o país, embora sem frémito de reacção, para o incumprimento generalizado dessas normas e para a total ausência dessa fiscalização.
Que diabo, assim como assim e já que a dívida do Estado é o que é, não virá certamente mal ao mundo se se gastarem mais uns cêntimos nessa fiscalização. A não ser que, como diria Mário Soares, haja interesses ilegítimos que dissuadem essa actividade em prol do bem comum, a favor de maiores ganhos na construção.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Romeu e Julieta

O TEATRO AVEIRENSE abre a sua programação de 2006 com a mais famosa história de amor de todos os tempos - ROMEU E JULIETA de William Shakespeare, um grande clássico Universal.

Nos próximos dias 13 e 14, pelas 21h30, poderá assistir a este espectáculo, da responsabilidade das produções Próspero.

A partir da magia e do lirismo do texto de Shakespeare, escrito à mais de 400 anos e que se consagrou como a maior celebração do amor romântico de todos os tempos, construiu-se esta obra prima de dimensão universal, que nos dá conta da dicotomia entre a angústia e o prazer, a agressão e a paixão, a vida e a morte...

Saiba mais informações aqui

Presidenciais

Pois. Por tudo o que se tem visto, cada vez me parece mais que o candidato que interessa a Sócrates e ao aparelho do PS que seja eleito, é precisamente Cavaco Silva.
É que se Cavaco fôr Presidente, durante o seu mandato e na campanha às próximas legislativas, o PS terá sempre um bode expiatório. Dará sempre muito jeito...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Em crise

"O homem dos nossos dias atravessa uma das suas piores crises, uma espécie de crepúsculo do humanismo."
Vittorio Gassman

A política

"A política para os olhos de muita gente é um microscópio: transforma pigmeus em gigantes"
A. Bramão

Para mais tarde recordar

Veja no Comunicar a Direito

A primeira página do Diário de Notícias de ontem, depois da remodelação gráfica da responsabilidade de Henrique Cayatte.

Empresas Municipais em Aveiro

Reunião do Executivo municipal de Aveiro

EMA pode ser a primeira empresa municipal a ser extinta

A EMA-Estádio Municipal de Aveiro poderá vir a ser a primeira empresa municipal a ser extinta pelo Executivo de Élio Maia. O repto foi lançado por Marques Pereira, do PS, mas o vereador Jorge Greno mostrou-se desde logo receptivo à sugestão.

Continue a ler no Diário de Aveiro

terça-feira, janeiro 10, 2006

Reflexão: em que tipo de país é que vivemos?

Começa mal o novo ano de 2006. Em pouco mais de uma semana, constata-se que vivemos num país sem retoma económica, mas onde em contrapartida as vendas de automóveis de luxo aumentam 62,5%; num país onde se maltratam as crianças; num país onde uma campanha eleitoral para a presidência da República só serve para realçar compadrios e interesses particulares; num país onde há lugar à demolição em vez da recuperação e enaltecimento das suas memórias. Em suma, é triste constatar que vivemos num país cada vez mais subdesenvolvido.

Desta forma se compreende que os ricos estejam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. O fosso entre classes é cada vez maior. Os hotéis de cinco estrelas esgotaram por todo o país na passagem de ano. Baixam as vendas de automóveis considerados utilitários, estagnam as vendas de ligeiros e pesados de mercadorias ao ritmo que estagnada se encontra a economia, e o que é que sobe em flecha? Nem mais nem menos que os automóveis de luxo, em 62,5% de aumento!

Ainda assim, o governador do Banco de Portugal, dá conta ao país na nota de apresentação do Boletim Económico de Inverno do Banco Central, que a procura interna reflecte os desequilíbrios acumulados na economia e o grau de endividamento dos agentes económicos. Pasme-se quem ainda conseguir, porque as informações estão viciadas e não constituem novidade. Para além de que o próprio Banco de Portugal no final do ano passado deu o exemplo de como fazer aumentar as vendas do sector automóvel, adquirindo seis novas viaturas de luxo para o seu executivo. E é assim que passado um mês Vítor Constâncio, o governador, vem apelar ao rigor e ao equilíbrio financeiro do país?

Vivemos num país onde ninguém tem escrúpulos, e onde o exemplo não vem de cima! O Estado apela ao rigor e à contenção de custos, e desenvolve nas suas próprias estruturas as maiores despesas supérfluas. Os vários ministérios apelam ao consumo nacional, e são os primeiros a consumir e a impingir-nos o que vem de fora. Até o slogan “vá para fora cá dentro” apelando ao turismo nacional, deixa de fazer sentido na lógica de coerência do estado, quando o próprio primeiro-ministro passa as férias de Verão em “safaris” e as férias de Inverno em estâncias de neve na Suíça.

E enquanto isso o país real vai morrendo aos poucos. Muitos são os que nem salários de Dezembro receberam, mais são ainda os que ficaram sem subsídio de Natal. E pior ainda os que perderam o seu trabalho. Só no distrito de Aveiro, a empresa de calçado Ecco enviou para o fundo de desemprego cerca de 400 trabalhadores. Os investidores também vão abandonando o país que os sobrecarrega com os mais altos impostos da Europa.

Neste mesmo país onde se constata em cada dia que as crianças continuam a receber maus-tratos, e onde a justiça tarda em punir quem deveria pagar por isso. Se ninguém se apressa a defender o mais valioso futuro que são as nossas crianças de hoje, que Portugal e que valores deixaremos ao nossos filhos? Estamos perante um país onde os ministros se preocupam em anotar tudo sobre preços, e nada reflectem sobre valores.

Também não nos entusiasma a abertura oficial da campanha eleitoral para as presidenciais. O nível a que se desenvolve é tão medíocre quanto este estar generalizado dos políticos do sistema, dos seus egoísmos e da sua falta de valores. Só assim se justificam as corridas desenfreadas à caça ao voto, o reatar de relações através de uma hipocrisia nua e crua e os oportunismos e jogos de interesses que não dão lugar a uma disputa séria dos candidatos pela defesa de ideias e apresentação de rumos para o país. Em breve apontamento televisivo para o demonstrar, basta ter apreciado a animação de Soares colocando-se ao lado de Valentim, ou as festanças na Madeira com que Cavaco é recebido por Jardim.

É este o ambiente em que se vive. É este o país que em consequência deste ambiente, se vai rendendo todos os dias aos espanhóis, já não acreditando ser capaz de sobreviver independente. Só mesmo num país como este se pode estar a demolir uma casa onde viveu e morreu Almeida Garrett, um dos maiores escritores nacionais, sem que ninguém tenha tido força suficiente para o impedir. Só mesmo num país subdesenvolvido podem dar lugar a condomínios de luxo, as memórias do passado que deveriam ser enaltecidas e recuperadas à luz da preservação da nossa cultura e das nossas raízes. É que o imóvel de grande valor histórico agora demolido, é propriedade do actual ministro da economia e talvez este pormenor seja suficiente para compreender muito de tudo que se vai passando por aqui…

(Publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

"Peixes e Barcos na Ria"

É amanhã o tema das jornadas que decorrem ao longo de todo o dia, no Museu Marítimo de Ílhavo.

MMI

domingo, janeiro 08, 2006

Estado Gasoso

"Coisas infungíveis, todas, por lei e por doutrina: irrepetíveis, de per si, em género, qualidade e quantidade, requisitos taxativos e cumulativos; incorpóreas e imóveis habitualmente e pela maior parte e além do mais inconsumíveis (se quisermos), porque a alma do mundo é a das suas coisas para além das pessoas e das suas acções."
Paulo Ferreira da Cunha

Estado Líquido

Embora os meus olhos sejam
os mais pequenos do mundo,
o que importa é que eles vejam
o que os homens são no fundo.

António Aleixo

Estado Sólido

"São fungíveis as coisas que se determinam pelo seu género, qualidade e quantidade [...]"
Código Civil, artº 207º

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Pronome Pessoal

Tu és o que não dizes mas disseste
Ou disse o vento lento a perpassar
Tu és o que não fazes mas fizeste
O riso brando os olhos de um luar

Tu és o que não pode mas pudeste
Algures num outro tempo outro lugar
Tu és o que não nasce mas nasceste
Na madrugada de um outro despertar

Tu és o que não sabe mas soubeste
Vago de ti num sonho não distante
Tu és o que não cede alucinante

Nas sendas do rumo que fizeste
Ao cintilar do sol todo rasante
Ou sob a cinza sombra do cipestre

Paulo Ferreira da Cunha
in Tratado das Coisas Não Fungíveis

É vergonhoso!

Estátua de Santa Joana está por pagar

Tem sensivelmente quatro anos a dívida da autarquia ao artista Hélder Bandarra, pela autoria da estátua da princesa Santa Joana, encomendada pela Câmara de Aveiro e erigida a 12 de Maio de 2002.A dívida da parte artística a Helder Bandarra é de 30 mil euros, que ficou da governação socialista de Alberto Souto e que passou para a nova maioria do PSD/CDS-PP.
Da parte da nova Câmara há a intenção de saldar essa dívida com o autor da peça. O vereador da Cultura, Miguel Capão Filipe, disse ontem ao Diário de Aveiro que «todas as dívidas e compromissos são a prioridade para credibilizar a Câmara». Quanto ao prazo para pagar, esclarece que «não há promessas», tudo dependerá da «disponibilidade».
A estátua é de bronze, de quatro metros, foi feita na Fundição de Arte Guedes & Araújo, de Vila Nova de Gaia, também responsável pela estátua do Marquês de Pombal (colocada numa rotunda de Lisboa). A base é de pedra branca vidrada com dois metros de altura.Foi inaugurada a 12 de Maio de 2002, na Praça do Milenário, junto ao Museu e à Sé de Aveiro, com a presença especial dos Duques de Bragança, D. Duarte Nuno e D. Isabel Herédia.
A nova estátua de Santa Joana, irmã de D. João II, padroeira de Aveiro, encontra-se sensivelmente, no lugar onde esteve uma esfinge da figura.

Festas em honra de São Gonçalinho começam amanhã

Continue a ler no Diário de Aveiro

A vergonha das crianças maltratadas

Por Jorge Ferreira no Tomarpartido

«Jogos do Mundo» em Exposição

Em Janeiro e até 5 de Março, na Fábrica - Centro de Ciência Viva de Aveiro.
De terça a sexta-feira, das 10h00 às 18h00 e aos sábados, domingos e feriados das 11h00 às 19h00. www.fabrica.ua.pt/cienciaviva/


A Exposição «Jogos do Mundo» é composta por 30 jogos de tabuleiro que há séculos ou mesmo milénios, vêm fascinando os mais diversos povos e culturas em todos os continentes. A maior parte continua a existir na actualidade, outros evoluíram para jogos que hoje nos são familiares. Apenas o "Jogo Cram" é de invenção recente, de meados do século XX.

A maior parte dos jogos é de estratégia abstracta, isto é, o factor acaso não intervém no jogo, ou pelo menos, não é decisivo. No entanto, esta exposição também inclui jogos com dados, que representaram e ainda representam uma parte importante do património dos jogos. Além do facto da existência de dados não significar que não se jogue de modo estratégico.

A exposição é composta por vários jogos, sendo que cada jogo é apresentado através do tabuleiro, das regras e de um conjunto de notas. Sempre que possível faz-se um breve resumo da sua história e são ainda indicados a bibliografia e os sites consultados.

A Associação de Professores de Matemática convida-o a entrar no universo fascinante do jogo e a passar algum tempo a viajar à volta do mundo... jogando.

F.C.V.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Senhor São Gonçalo

Senhor S. Gonçalo arredai os bancos,
Que eu quero fazer uma dança de mancos.
Quando os mancos querem dançar,
Que fará aqueles que sabem andar!


João Sarabando
in "Cagaréus e Ceboleiros. Aveiro - Usos e costumes"
(1909 - 1996)

João Sarabando - Cantigas de São Gonçalinho

Enquanto no mundo houver

Quem troque beijos de amor,

Cantigas se hão-de fazer,

Com mais ou menos sabor...


Numa trova cabe um beijo,

Cabe um abraço e um sorriso,

Cabe o amor, cabe o desejo,

Cabe o inferno e o paraíso!


Se não for o coração

A pedir, a dar os beijos,

De amor os beijos não são

- São indício de desejos.


João Sarabando

(Jornalista Aveirense)

São Gonçalinho

Festa de São Gonçalinho (I)

Capela de São Gonçalinho

Festa de São Gonçalinho (II)

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Festa de São Gonçalinho em Aveiro

Começa já no próximo sábado e prolonga-se pelos dias 8, 9, e 10 de Janeiro.

A Festa na Beira Mar, faz-se em honra de São Gonçalinho, no coração do bairro piscatório.

É uma das festas mais queridas das gentes de Aveiro, que saem à rua para dar continuidade à tradição do santo milagreiro, onde as arruadas vão andar de porta em porta e onde as cavacas voltam a voar do alto da capela de São Gonçalinho. Uma tradição de Aveiro a não perder!
in página cultural da C.M.A.

Exposição de Esboços e Óleos de Hélène de Beauvoir

Na Universidade de Aveiro, até ao próximo dia 8 de Fevereiro.

Na Sala de Exposições da Biblioteca: «Caderno de Esboços 1», de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 22h00.

Na Galeria de Exposições da Livraria da UA: «Óleos», de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 18h30.

Estas mostras de Hélène de Beauvoir, encontram-se numa encruzilhada de várias efemérides marcantes na vida da pintora, no percurso da Universidade de Aveiro e na história da Europa.

Mais informações: Reserva Museológica da Universidade de Aveiro - tel. 234370200

terça-feira, janeiro 03, 2006

Trabalhadores da pesca da Torreira reuniram ontem com Governador Civil de Aveiro

Segurança Social acode pescadores em situação de carência

Os pescadores da Torreira que vivem situações de «grande precariedade» vão ser apoiados pela Segurança Social. Cerca de 150 trabalhadores da pesca da Torreira manifestaram-se ontem em Aveiro.

Continue a ler no Diário de Aveiro

Que mensagem nos deixa o Presidente da República?

Como é já habitual no início de cada ano, o Presidente da República dirigiu uma mensagem de Ano Novo aos portugueses. Desta vez ouvimos a última mensagem de Ano Novo de Jorge Sampaio e também a mais desmotivante e mais gasta mensagem dos últimos 30 anos.

Num momento difícil para todos os portugueses que vêem uma vez mais anunciado o agravamento da crise económica, o aumento escandaloso do custo de vida e o aumento do desemprego, ouvem um Presidente a falar de si e para si próprio, alheando-se dos reais problemas do país e dos sentimentos dos que sofrem e enfrentam dificuldades geradas no seio das próprias famílias.

Jorge Sampaio não se dirigiu a cada um enquanto ser humano e cidadão de Portugal e do Mundo, nem ao país enquanto um todo, preferindo defender a sua posição e a sua importância enquanto Presidente, estimulando e animando desta forma supérflua o seu próximo sucessor.

Aos portugueses não lhes deixou nenhuma esperança, nenhum ânimo para continuarem a lutar pela sua pátria, mas antes a sua grande preocupação com a ida às urnas no próximo acto eleitoral. Sim, porque a eleição do novo Presidente deverá ser no seu entender o grande momento da Nação!

Creio que a mensagem de Jorge Sampaio, serviu sim para elucidar melhor os portugueses sobre a importância do Presidente e também desajudar os presentes candidatos à presidência, uma vez que deixou bem claro que hoje em Portugal ser Presidente é ser muito pouco e pior ainda assumindo um papel de demissão das responsabilidades ajudando apenas a mais um elenco de gabinetes e custos de estado.

Ficou ainda mais difícil a tarefa dos presentes candidatos de convencer o povo a ir votar. Ficou ainda mais pobre a democracia. Continua a perder o país. Fica ainda mais difícil encontrar motivação para fazer crescer Portugal.

Publicado hoje no Diário de Aveiro e no Democracia Liberal


Ano de 2006 será para reequilibrar contas da Câmara de Aveiro

Coligação mostra a diferença só em 2007
O ano de 2006 não terá novidades em termos de obras em Aveiro, da iniciativa da nova Câmara da coligação PSD/CDS-PP, porque diz que teve uma pesada herança financeira e vai apostar no reequilíbrio. Em 2007 terá um Orçamento mais personalizado.
Continue a ler no Diário de Aveiro