terça-feira, janeiro 17, 2006

Presidenciais envolvidas de nada

Está a chegar ao fim a campanha às presidenciais. Infelizmente foi uma campanha que bem traduziu a imagem da decadência do sistema em que vivemos. Infelizmente para todos os portugueses, não se anunciam novas esperanças, nem novos rumos, nem novos estímulos, aconteça o que quer que seja no próximo dia 22.

Numa altura em que o país tanto necessitava de uma boa lufada de ar fresco, não houve quem tivesse a coragem de se insurgir contra tudo o que não pode continuar a ser Portugal! Não houve quem criticasse o sistema de forma verdadeira e realista e se mostrasse preocupado com os problemas que ensombram o país. Tão pouco pudemos assistir a debates sérios de ideias, soluções e ideologia, pelo simples facto de que tudo isso não passou de uma miragem à luz da preocupação mais importante do que seriam as audiências e as sondagens.

Se acontecer a provável vitória de Cavaco Silva à primeira volta, não advirá daí nenhum mal pior do que já existe, mas também nada mudará com toda a certeza. Desiluda-se quem pense que Cavaco trará ao país o que não conseguiu trazer em dez anos de poder executivo e nessa altura com a disponibilidade de milhões de contos em verbas a que agora já perdemos o direito. E não trará nada de novo, porque já nos demonstrou que no tempo em que esteve afastado da política activa não mudou em nada a sua postura fabricada, nem as suas ideias de democracia social só para alguns, nem a sua arrogância e menosprezo mesmo pelos que legitimamente lhe ofereceram o seu apoio a candidato. Basta analisar que sendo um candidato apoiado por partidos, até mesmo no seio dos mesmos fez realçar preferências e simpatias por uns, e desdém ou mesmo inimizades por outros.

Quantos aos candidatos ainda mais à esquerda que Cavaco, o panorama não se afigura mais feliz. Disputam Alegre e Soares pelo 2º lugar, mas sem nada de entusiasmante que possam oferecer para qualquer mudança, disputam Louçã e Jerónimo pelo 4º lugar mas com o mesmo de sempre, sem qualquer esperança, sendo que o único que para já tem garantias de classificação é mesmo Garcia Pereira que lá ficará como seu estável e 6º lugar, sem qualquer diferença.

Quanto a mim, fica-me a amarga sensação de tudo não passar de mais do mesmo. De se ter perdido uma oportunidade de fazer diferente. Com a revolta desta sociedade consumista onde que cada vez mais se fabricam campanhas ao ínfimo pormenor de imagem e onde cada vez menos se valorizam as pessoas, as ideias e o saber ser. Valem os fogos de artifício, valem os palcos mais bem elaborados e os jantares mais concorridos, valem as maquilhagens, vale o dinheiro mais que tudo!

Enquanto o poder continuar a ser conquistado pela falta de ideologia, pela falta de convicção na mudança, pelo ter acima do ser e pelo atropelo dos valores, podemos estar certos que nada mudará e o que não muda tende a degradar! É urgente empreender em novos rumos, sob pena de se perder a liberdade e a democracia que tanto custou a muitos conquistar. É urgente uma mudança séria e profunda, com a responsabilidade de uma NovaDemocracia, uma nova e diferente revolução. Caso contrário continuaremos todos a pactuar com mais desigualdade, mais dependências, mais corrupção, mais injustiça, mais insegurança mais ilusão e acima de tudo menos liberdade e menos Portugal.
(Publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

3 Comments:

At 1:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

artigo bem escrito?! não é possível! as pessoas perderam o senso da qualidade!! susana, você é péssima! pára de ficar defecando com palavras! pára de ficar poluindo a internet com lixo verbal!!! kkkkkkkkkkk...

 
At 3:52 da tarde, Blogger Inha said...

Vim aqui através do Spart.

Voltarei. Vou linkar o blog, ok?

 
At 2:27 da manhã, Anonymous Anónimo said...

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