quinta-feira, junho 30, 2005

Aqua` 05 - Aveiro Capital da Água

É a designação de um novo certame que promete tornar a cidade de Aveiro na capital portuguesa da água, pelo menos durante os cinco dias da sua realização. O "Áqua`05" vai decorrer entre um e cinco de Outubro, no Pavilhão de Feiras e Exposições de Aveiro. «Respeitar para preservar», seria um bom lema para o certame, segundo Almerinda David que escolheu a cidade aveirense, por aqui já ter feito outras feiras como a FIPAN, mas o que mais pesou na decisão foi o facto de «Aveiro estar intimamente ligada à água».

Os Homens

Há homens que lutam por uma hora,
E são bons.
Há homens que lutam por um dia,
E são muito bons.
Há homens que lutam por toda uma vida,
Esses são os imprescindíveis.

Bertolt Brecht

quarta-feira, junho 29, 2005

O Futuro da União Europeia

É o tema para o Colóquio que se irá realizar amanhã, dia 30, pelas 21h30, no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Arrifana, em Santa Maria da Feira. Para além do Presidente da Nova Democracia, Manuel Monteiro, participam neste Colóquio o Professor Doutor Azeredo Lopes e o Doutor Fausto Correia (eurodeputado do PS). O moderador será José Bastos, editor da secção Internacional da Rádio Renascença.
O debate promete...

Quem ajuda a solucionar Portugal?

Um Governo desgovernado. Um povo enfraquecido. Um fracasso à beira mar plantado. Bem diz o ditado: «Rei fraco, povo sem freima!»

Está instalada a crise política, social, financeira, económica, ética e moral. Em pouco mais de cem dias de governação, já assistimos a manifestações de protesto organizadas por pescadores, agricultores, polícias, professores, hoje de enfermeiros e amanhã de…

Enquanto isto, José Sócrates aparece preocupado em defender referendo sobre o aborto para o mais breve possível, não é fantástico? Vejam bem o tipo de prioridades do nosso primeiro-ministro, que todos os dias nos deixa bem claro o quanto se enganaram todos os portugueses que lhe ofereceram o seu voto para governar Portugal. Claro está que José Sócrates governa para o seu partido socialista e não para o seu País. E claro está também que assim sendo, interessa defender o referendo sobre o aborto para o quanto antes!

Por outro lado é-nos anunciada a intenção do Governo de descriminalizar totalmente os cheques carecas. Mas esta gente endoideceu de vez? Que mais sugestões nos irão dar amanhã sobre outras descriminalizações? Que não podemos contar com o Ministro das Finanças, nem com o Ministro da Economia, nem com a Ministra da Educação, nem com tantos outros…, já nós percebemos, mas, e o manancial de assessores e secretários de estado com que conta o Governo, anda tudo a dormir? Não existirão por lá pessoas de bem? Ou será pura e simplesmente censurado e abafado todo aquele que se manifeste “do contra”?

João Salgueiro, presidente da Associação Portuguesa de Bancos já se manifestou contra a intenção do Governo de descriminalizar os cheques carecas e diz que a medida é permissiva e encoraja o laxismo. De igual modo, contra a intenção do Governo, estão os comerciantes. Ouvido pela TSF, o presidente da Confederação do Comércio, José António Silva, disse que o Executivo «está a agravar o sentimento de desconfiança» em relação ao cheque como meio de pagamento.

Quanto a mim, em Portugal está-se a agravar o sentimento de desconfiança em relação a tudo!

Ontem, Manuel Monteiro, Presidente da Nova Democracia, em crónica ao Expresso on line, defende Governo de Salvação Nacional. Corroboro a sua afirmação e deixo o repto ao Sr. Presidente da República, assim como a urgência da criação de uma “Comissão de estudo da profunda crise nacional”, a fim de encontrar soluções para o País e ajudar a restituir a dignidade a Portugal. E hoje o tempo já está a passar, amanhã será tarde demais!
(a publicar no Democracia Liberal)
(a publicar no Diário de Aveiro)

terça-feira, junho 28, 2005

Nova Ilusão


No rarear dos deuses e dos mitos
Deuses antigos, vós ressuscitais
Sob a forma longínqua de ideais
Aos enganados olhos sempre aflitos.

Do que vós concebeis mais circunscritos,
Desdenhais a alma exterior dos ritos
E o sentimento que os gerou guardais.

Lá para além dos seres, ao profundo
Meditar, surge, grande e impotente
O sentimento da ilusão do mundo.

Os falsos ideais do Aparente
Não o atingem - único final
Neste entenebrecer universal.


Fernando Pessoa

Visitas ao Farol da Barra

Visitas ao Farol da Barra, podem ser feitas todas as segundas-feiras, até Setembro, entre as 14h30 e as 16h30. As inscrições são gratuitas, mas devem ser feitas previamente até à sexta-feira anterior para o telefone 234390600 ou contactar a Associação Amigos da Barra (Ílhavo-Aveiro).

segunda-feira, junho 27, 2005

Viagens na minha terra


Ponte de Santiago
Para mim desde sempre,
A ponte, ali.
Imponente.
A unir as margens,
A personalizar a paisagem.
A ponte sobre o rio Vouga,
Tão bela,
Por tanto verde.

sexta-feira, junho 24, 2005

Beco sem saída

Perto do final do mês, em dia de São João, José Sócrates sai do estado de graça.
Por graça, só o PCP sobe nas sondagens (11%). Sem graça, declinam PSD e CDS.
Às bancadas do PSD no parlamento, só hoje começam a regressar alguns deputados que durante a semana apresentaram uma bancada desocupada... ou com ocupação a dormitar!
O petróleo continua a subir. O País continua a decair. O governo continua a mentir. A oposição continua sem existir.
Em Portugal, a desgraça é o seu estado sólido, líquido e gasoso. Na falência, sem água, e com ar poluído pelos incêndios e pela má fé!
Começo a sentir o País num beco saída...

Diferentes formas de viver

Não é uma situação que faz por si só a felicidade ou a desgraça, mas também a maneira de tratar ou de "encarar" essa situação. Por exemplo:
Dois homens viajam de avião, sobre um oceano. Um deles pensa em todos os perigos: nos motores que poderão avariar-se, num possível incêndio, numa possível tempestade. O outro delicia-se com o que vê: admira as núvens que encontra no trajecto, conversa com o companheiro de viagem, aproveita o tempo para uma boa leitura, em síntese faz uma agradável viagem.
Duas situações idênticas, duas diferentes formas de as viver.

quinta-feira, junho 23, 2005

Tribunal


Somos nós os culpados do que somos.
E é de mim que me queixo.
Tão intensa foi sempre a minha voz,
Que ninguém a entendeu.
Por isso, quanto mais água pedi,
Mais distante me vi
De cada fonte que me apeteceu.

E agora é tarde, já nem sede tenho.
Ou tenho-a como os cactos:
Eriçada de espinhos.
Olho de longe a bica tentadora,
Adivinho-lhe o gosto e a frescura,
E é de borco na areia abrasadora
Que refresco a secura.

Coimbra, 6 de Dezembro de 1956
Miguel Torga

quarta-feira, junho 22, 2005

Greve, professores e depressões

A greve levada a cabo pelos professores, não obteve o sucesso esperado. Ainda bem. Haja bom senso.

Se esse sucesso se tivesse constatado, era caso para muitos trabalhadores deste país fazerem greve à greve dos professores. Que me perdoem todos os professores que fazem parte do leque dos bons profissionais do nosso ensino. Que felizmente, os há.

Há seis anos consecutivos, que assumo as funções de representante dos pais, nas escolas onde estudam os meus filhos, respectivamente de ensino básico e ensino secundário. Assim sendo, para além da visão de mera cidadã, mãe e encarregada de educação, poderei com algum à vontade, avaliar empenhos e displicências, com que durante estes anos me tenho vindo a confrontar.

Se é inegável a qualidade e dedicação de alguns professores, posso garantir que infelizmente uma grande maioria, na realidade que posso testemunhar, vê no trabalho que lhe compete uma enorme maçada, uma espera abominável pelos toques de campainha, pelos fins de dia, pelas férias… uma grande parte, trabalha sem estímulo, sem gosto, sem objectivos e pior, sem receios de avaliações.

Muitas vezes, saio das reuniões dos Conselhos de Turma interrogando-me sobre a razão da escolha desta carreira por parte de muitos professores. Comparecem de modo apressado e desatento, olhando os relógios e o adiantado da hora com desagrado evidente, optando pelo silêncio ou por uma opinião de conveniência, para que nada se aprofunde e tudo se aligeire sem demora.

Chego sempre à triste conclusão que muito vai mal no nosso Ensino. Por culpa do Sistema? Por falta de motivação? Por culpa dos alunos? Por culpa da sociedade? Por…
Mas o pior é que se trata do ensino que é proporcionado aos nossos filhos. Às novas gerações, à preparação para o futuro.

Quanto a mim, existe falta de uma séria avaliação-desempenho aos professores em geral do ensino básico e secundário. As faltas às aulas continuam a ser muitas, as férias prolongadas são demasiadas, a moda das depressões garantem baixas infindáveis, a irresponsabilidade é imensa, perante os programas a cumprir e perante os manuais que compramos por preços exorbitantes e que depois são levados nas matérias pela metade.

Penso muitas vezes, sobre o que seria da vida das empresas no nosso país, se os trabalhadores usufruíssem das regalias que têm os professores. Menos horas de trabalho, muitos intervalos, mais férias… privilégios nas reformas, na saúde… Defendem-se sob o argumento de actividade de desgaste rápido, o que também agora anda na moda argumentarem para as mais variadas profissões. Mas um operário fabril, um serralheiro, um empresário, não têm uma profissão de desgaste rápido? Como mensurar os desgastes e as diferenças, tendo em conta os direitos e obrigações, e as tão grandes injustiças de serviço: “público versus privado”?

Se queremos justiça social, é bom que se inicie a apregoar deveres iguais e a exigir o seu cumprimento, antes de se partir para a reivindicação de direitos desiguais. Num país onde cada vez mais existem cidadãos de 1ª e de 2ª. Num país em que se paga muito a alguns para nada fazerem e tão pouco a outros para tão mal viverem. Num país onde se continua a pagar a alguns pela depressão, e onde a muitos outros todos os dias se exige maior pressão. Vá-se lá saber até quando…
(publicado no Democracia Liberal)

terça-feira, junho 21, 2005

Por onde anda o 1º Ministro?

Ouvi dizer que o nosso 1º Ministro anda por cá com o corpo, e com a cabeça em Espanha.
Alguém sabe?
Ou será que ele sonha em sediar uma empresa em Madrid, para comprar um BMW mais barato que Vitor Constâncio e abastecer combustível a preço mais acessível?
Se calhar, já esqueceu o TGV...

Coragem


Tem sempre presente que a pele se enruga,
o cabelo embranquece,
os dias convertem-se em anos...
Mas o que é mais importante não muda;
A tua força e convicção não têm idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.
Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.
Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo.
Se sentes saudades do que fizeste, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruge o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos, trota.
Quando não conseguires trotar, caminha.
Quando não consigas caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca te detenhas.

Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, junho 20, 2005

Eros


Platão
...« Eis o que penso, Fedro, de Eros, o primeiro e mais belo dos deuses, além disso autor, para os outros, de outras felicidades da mesma espécie; e o ritmo surge muito naturalmente na minha fala, para dizer que é ele quem produz:
a paz entre os humanos, a calma nas águas,
o silêncio dos ventos, o sono do cuidado.
É ele quem nos esvazia do estranho, nos enche de analogia, nos reúne como aqui mesmo em semelhantes sínodos; nas festas, nos coros, nos sacrifícios, faz-se o nosso guia; proporciona bom humor, expulsa o espírito melancólico; semeia a bondade; a maldade merece o seu ódio; favorável às pessoas de bem, digno do olhar dos sábios, maravilha dos deuses. Quem não o tem aspira a ele; quem o tem gostaria de tê-lo mais; as delícias têm-no por pai, como o requinte, a vida doce, com as graças o desejo e a paixão. Tem a preocupação do bem, não se preocupa com o mal. Com mágoa, medo, desejo, discurso, governa-nos, combate por nós e guarda-nos, entre todos, o nosso salvador. É o ornamento dos deuses e dos homens, o melhor, o mais belo guia, que cada homem deve seguir, participando no hino que ele próprio entoa para encantar o espírito dos homens e dos deuses!»...
Platão, O Banquete

sexta-feira, junho 17, 2005

Estado gasoso

«Vivemos num mundo frio. É friamente calculista, frigidamente egoísta,
glacialmente irreflectido e polarmente indiferente»
Harold Fink

Estado líquido

«Os vícios entram na composição das virtudes,
tal como os venenos entram na composição dos remédios»
La Rochefoucauld

Estado sólido

«Há um limite em que a tolerância deixa de ser uma virtude»
Burke

Segundo Aniversário


A Nova Democracia festeja na sua sede nacional, sita à Rua da Constituição, 319, no Porto, no próximo sábado 18 de Junho, pelas 20h00, as comemorações do segundo aniversário da sua fundação.
O evento contará com a presença do Presidente do PND, Dr. Manuel Monteiro.

quarta-feira, junho 15, 2005

Frente a frente



Nada podeis contra o amor,
contra a cor da folhagem
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!


Eugénio de Andrade


Que foi feito dos Des-nomeados?

Foram ontem tornadas públicas as 1094 nomeações do governo de José Sócrates, que já ultrapassaram as 1034 do anterior governo de Pedro Santana Lopes.

Mais uma desagradável surpresa? Nem por isso. Apenas mais do mesmo. Ou pior. Pior do mesmo. Depois das renovadas frotas de automóveis do nosso Tribunal Constitucional e do (por enquanto ainda nosso) Banco de Portugal, depois da ténue abordagem às acumulações de salários e reformas de altos dirigentes da Nação rapidamente esquecida, depois de alguns engavetados escândalos ambientais já não lembrados, depois do anunciado aumento do IVA que depois seja o que Deus quiser… enfim, que mais nos poderá surpreender?

Nesta pequena República, com vícios do tamanho do Mundo, tudo é possível e permissivo, uma vez que nada constitui novidade face ao que teremos amanhã ou ao que tivemos ontem.

E é neste estado de des-graça, de tudo aceitar com passividade, direi mesmo com resignação, que se encontra o povo português. Como que anestesiado. Dos pescadores que protestaram, e dos agricultores que saíram à rua, já ninguém recorda as vozes exaltadas ou os rostos cansados.

A quem interessa o que sabemos não interessar, resta a tranquilidade do efémero do que é noticiado. Por instantes, somos chamados ao País real com notícias do mau estar social. Durante horas e dias, somos chamados ao país das maravilhas entretido com comemorações, homenagens e lutos nacionais, onde o reconhecimento se confunde com mordomia e a dor se confunde com hipocrisia.

De resto, o governo ainda está em estado de graça. O ambiente incendiado, vai-se aos poucos apagando. E as árvores que ainda existem, serão suficientes às férias que mesmo impossíveis de pagar, nada impede de as realizar, pelo pacote de “compre agora para durante mais um ano as suportar”.

Amanhã continuar-se-á a nomear, que já ninguém se lembra de lembrar.

E já agora, alguém se lembrou que para além de mais nomear, por quanto se encarregarão de indemnizar, os outros tantos que acabaram de des-nomear?
(publicado no Democracia Liberal)

terça-feira, junho 14, 2005

Álvaro Cunhal


«As horas de dor tornam mais funda a amizade entre os homens. O sofrimento comum aproxima e faz pensar numa solução comum. Assim nasce o amor por seres desconhecidos. Qualquer coisa de semelhante ao respeito que uma mãe sente pela angústia de uma outra mãe. Uma mesma aspiração junta homens que se desconhecem. Uma palavra ou um olhar que indique essa identtidade de anseios traz aos lábios esta expressão carinhosa: "eu sou teu irmão!, eu sou teu companheiro."
Muitas vezes é essa a maior afeição de uma vida. Ante ela, as outras empalidecem ou apagam-se.»

(artigo publicado em Álvaro Cunhal, Uma Biografia Política, de José Pacheco Pereira)

Daqui houve nome Portugal


... A noite embaciara à medida que crescera, mas vislumbrava-se ainda lá para o fundo, uma torre esgalgada. O assobio reomeçou , não sei onde, talvez na Rua Escura ou na de São Sebastião. Mas agora era outra a música que tinha dentro de mim:

«Para a minha alma eu queria uma torre como esta,
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.»

Eugénio de Andrade

in Daqui houve nome Portugal
Homenagem à antiga, mui nobre, sempre leal e invicta, cidade do Porto.

sexta-feira, junho 10, 2005

Dia de Portugal

As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obdeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

"Os Lusíadas", I. 1,2,3.
Luís de Camões