sexta-feira, setembro 30, 2005

O meu sentimento é cinza

O meu sentimento é cinza
Da minha imaginação,
E eu deixo cair a cinza
No cinzeiro da Razão.

Álvaro de Campos
12-6-1935

quinta-feira, setembro 29, 2005

Sondagem sobre eleições autárquicas em Aveiro

"Élio Maia quase alcança Alberto Souto", veja no Diário de Aveiro

Pergunta ao Dr. Alberto Souto - E a obra que não se fez?

Hoje em Aveiro, os carteiros andavam cansados de tanto peso. Chegavam às nossas casas, livros da Campanha de Alberto Souto, que não têm nada mais, nada menos, do que 43 páginas cada um!

Em papel, fotografia e design de altíssima qualidade, é apresentado o programa de candidatura de Alberto Souto, que desdobrado em pontos e mais pontos não é capaz de nos elucidar sobre as prioridades das acções, nem tão pouco de nos situar as mesmas acções no curto, médio e longo prazo.

O programa aponta para muito mais a fazer “Mais futuro, melhor Aveiro”, com uma variedade de projectos para todos os gostos. E a obra feita é apresentada de forma tão eloquente, que por momentos o cidadão até esquece o que está por fazer mesmo ali ao seu lado.

Pois é Sr. ainda Presidente Alberto Souto, muita obra foi feita, sem dúvida, mas muito mais, está ainda por fazer. Às belas fotografias do seu livro, mostrando a cidade ideal, deveriam juntar-se mais uma dúzia de outras fotos que mostrassem a cidade também real . E a cidade real sustenta obras intermináveis e obras embargadas, aos olhos de quem quer ver. É então agora o momento de colocar a pergunta? – E a obra que não se fez?

- Sim, do que se não fez não importa falar, e se possível passamos até ao final da campanha a sonhar com a cidade ideal. De preferência que nos mantenhamos adormecidos, e como diz o ditado, cegos, surdos, e mudos! Mas, como tenho de trabalhar, e para tal de me manter bem acordada, todos os dias passo pelo túnel de Aveiro-Esgueira, que para obras e análise de estado de conservação, se encontra há anos escorado, apresentando barreiras e graves riscos de circulação. Que tem feito o seu executivo para propor soluções?

- E o viaduto de Esgueira às Agras, inaugurado e encerrado no dia seguinte? Uma obra aprovada pela Câmara, que qualquer leigo durante a sua execução previa um declive de tal forma acentuado, que tornaria impossível a circulação. Lá está, lá continua, há meses intransitável, agora, mesmo em frente ao cartaz de campanha de V. Exª., que teima em fazer por esquecer as vergonhosas fotos desta má execução, que já percorreram todos os jornais, revistas, blogs, telejornais regionais e nacionais, fronteiras, e além fronteiras!

- E para quando um novo hospital em Aveiro, um projecto que tarda em ser encarado de frente e que tão desejado é há anos por todos os que infelizmente já sentiram a falta de condições, a degradação das instalações e a carência de valências do hospital agora existente?

- E o novo centro de saúde em Aveiro por todos reclamado?

Fica apenas a interrogação dos quatro pontos que considero fundamentais, dos muitos que aqui se poderiam formular, porque mais importante que a obra feita é questionar a obra que não se fez!

Para Democracia Liberal e Diário de Aveiro


quarta-feira, setembro 28, 2005

A minha sentida homenagem a Cecília Sacramento

«A vida. A ser novelo redondo, de fio longo a voltear nele. Fio sem fim. Sempre a ser dobrado. Cada vez a ficar mais volumoso tal novelo. Que rodava, engrossando, rodava. Como se fosse para onde?»
Cecília Sacramento, in "Cidade Azul"
Escritora aveirense, 1918 - 2005

Cultura

«A cultura, a verdadeira cultura, é o primeiro barro que grudará a parede da nossa emancipação
Vasco Branco, aveirense atento e interventivo, cívica e culturalmente, com percursos na área da escrita, da pintura, da cerâmica e do cinema.

terça-feira, setembro 27, 2005

Que sentido tem a vida?

Dai-me rosas e lírios,
Dai-me flores, muitas flores
Quaisquer flores, logo que sejam muitas...
Não, nem sequer muitas flores, falai-me apenas

Em me dardes muitas flores,
Nem isso... Escutai-me apenas pacientemente quando vos peço

Que me deis flores...
Sejam essas as flores que me deis...

Ah, a minha tristeza dos barcos que passam no rio,
Sob o céu cheio de sol!
A minha agonia da realidade lúcida!
Desejo de chorar absolutamente como uma criança

Com a cabeça encostada aos braços cruzados em cima da mesa,
E a vida sentida como uma brisa que me roçasse o pescoço,
Estando eu a chorar naquela posição.

O homem que apara o lápis à janela do escritório
Chama pela minha atenção com as mãos do seu gesto banal.
Haver lápis e aparar lápis e gente que os apara à janela, é tão estranho!

É tão fantástico que estas cousas sejam reais!
Olho para ele até esquecer o sol e o céu.
E a realidade do mundo faz-me dor de cabeça.

A flor caída no chão.
A flor murcha (rosa branca amarelecendo)
Caída no chão...
Qual é o sentido da vida?

Álvaro de Campos

sábado, setembro 24, 2005

AQUA 05 - Aveiro Capital da Água

«A água e a notícia devem vir de boas fontes»

Agustina Bessa-Luís

De 1 a 5 de Outubro próximos, vai ter lugar no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro a primeira edição da Feira da Água, integrada no Projecto AQUA 05 - Aveiro Capital da Água.
A 1ª Feira da Água tem como objectivo reunir as empresas mais representativas das diversas áreas:
- ÁGUA Fonte de Vida:
Fonte de Actividade Económica
Fonte de Energia
Fonte de Saúde e Bem-Estar
Fonte de Turismo e Desporto
Em paralelo, irão decorrer exposições em que estarão presentes a Marinha de Guerra, a Marinha Mercante, entre outras entidades.
No Dia Nacional da Água, 1 de Outubro, vai ser lançado um livro de fotografias de João Menéres, intitulado "Revelação da Água", cujo texto é da autoria da escritora Agustina Bessa-Luís. No final do lançamento, os autores estarão presentes para uma sessão de autógrafos.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Táxis já navegam na Ria de Aveiro

Veja, hoje na capa do Diário de Aveiro


Alguém anda por aí a dizer mal das autárquicas?

- Então que fale baixinho. Aqui por Aveiro corre tudo muito bem. Que ninguém se queixe!
Hoje a cidade surgiu, linda, na RTP1! E é mesmo verdade, os dois primeiros táxis marítimos já navegam pelos nossos canais... mais uma promessa cumprida pelo Presidente Alberto Souto! Que pena as eleições já serem daqui a quinze dias, com toda esta boa vontade, mais uns tempitos e começavam as obras para o Hospital Novo!!!

O Primeiro Cavaquista

Por Jorge Ferreira, no tomarpartido
A proto-candidatura de Cavaco Silva aparece desejada por um inultrapassável anseio de segurança na tabuada financeira do défice e da restauração da autoridade do Estado, que hoje é abertamente posta em causa na rua pelos cônjuges da tropa e nos tribunais pela greve dos juízes.
Pouco interessa saber se Cavaco Silva em Belém nada pode fazer para reconduzir os juízes à beca e as mulheres dos militares ao doce remanso do lar. Pouco interessa saber se Cavaco Silva poderá usar a sua tabuada anti-monstro e pouco interessa até recordar que é o próprio Cavaco Silva o recordista da despesa pública nos idos de noventa.
O que interessa é que como dizia o velho sábio (quando ainda não existia televisão…), o que parece é. Em política. O problema é que já não estamos no domínio da política, mas sim da psiquiatria social. E aí o que parece nem sempre é.
Conclusão: julgavam que Sócrates está interessado em ter Mário Soares em Belém? Para ter de se justificar ao país sobre o diálogo com os terroristas, o enxotar dos GNR’s nas presidências abertas e o manifesto desinteresse do candidato pela ciência oculta do défice? Não acredito. Ele já tem chatices que cheguem.
E lá no íntimo, Sócrates deve estar a suspirar por não suceder em Portugal o que aconteceu na Alemanha. Em três semanitas de campanha foram 20% de avanço da cavaquista Merkl sobre o Sócrates alemão ao ar. Evaporados entre três gaffes e dois debates. O Primeiro-Ministro é hoje o principal interessado em ter de falar com Cavaco Silva às quintas-feiras e não com Soares. Ele é o verdadeiro dos primeiros cavaquistas. E deve ser dos pensam que quanto mais tarde a visão sebastianista for comunicada aos portugueses melhor.
O problema de sempre, porém, persiste. E como fica o país? Em campanha eleitoral desde Dezembro de 2004 até Janeiro de 2006, os problemas de fundo vão-se discutindo como sempre, e vão ficando por resolver como sempre. Com a agravante de que o povo vai olhar para o futuro Presidente como o salva-vidas sem se dar conta de que ele não tem bote nem bóia. É de novo a exangue III República no seu pior.
(publicado no Diário de Aveiro)

Limites

«A única maneira de descobrir os limites do possível, é aventurar-se um pouco mais além deles, até ao impossível.»


Arthur Charles Clarke

quarta-feira, setembro 21, 2005

Autárquicas em Aveiro? - É obra...


Há já três semanas, que para me dirigir ao meu escritório em Aveiro, tenho primeiro de dar duas voltas pela cidade. As obras junto à estação de Aveiro são tantas e de tal modo intensas, que todos os dias vemos o trânsito mudar de sentido nas ruas mais próximas. Pena é que não mude também o rumo político desta cidade!

Feliz ou infelizmente, a rua do meu escritório fica mesmo junto à estação, e eu que tanto ambicionei ver concretizadas as obras da nova estação e as acessibilidades à mesma melhoradas, dou comigo agora a remoer: é sempre a mesma coisa, deixam tudo para a última da hora, a hora das eleições…

Equipas de 15 a 20 trabalhadores diários recuperam as calçadas, alinham passeios e acertam passadeiras desniveladas que há tanto tempo se reclamavam por aqui. Os muros cinzentos de tanta sujidade foram lavados e pintados de branco. Ficará ainda mais bonita a nossa cidade!

A Câmara Municipal, a de Aveiro, aquela que está no ranking das mais endividadas do país, parece que também à última da hora deverá ter arranjado, como que por milagre, subvenções tardias para obras. Sim, porque como é do conhecimento público, os credores de serviços anteriormente prestados, esses continuam sem receber o que lhes é de direito há meses, há anos…

Alberto Souto limpa desta forma a sua conduta na gestão autárquica, como se lavado também de branco pelos recentes investimentos, fizesse esquecer as menos valias dos gastos desmesuradas do seu último mandato.

E será que o conseguirá? Importa também lembrar a obra prometida que não se faz… Para quando o novo hospital? Para quando a retoma dos poderes institucionais prometidos, que foram transferidos e sedeados para a cidade de Coimbra? Para quando a finalização do projecto da Polis, do qual o tempo já se encarregou de deteriorar o contador?

E já agora, para além de nos aparecer por todo o lado nos cartazes, por onde andará “ao vivo” o mais forte candidato da oposição É…? Sim, como aparecia na primeira rodagem de cartazes, sim… É, de Élio Maia. Não basta espalhar cartazes, há que esclarecer os propósitos aos eleitores. Ou será que anda tão perturbado com as limpezas da cidade, que já não é capaz de alertar para o que tão sujo continua?

É pena que tudo gire à volta de mais do mesmo. A continuar assim É… nunca chegará a ser! E Alberto Souto sobreviverá das cinzas onde há muito se atolou.

(Para Democracia Liberal e Diário de Aveiro)



terça-feira, setembro 20, 2005

«60 minutos com Brecht» em Aveiro

Sobe ao palco do Estaleiro Teatral do Efémero nos próximos dias 30 de Setembro e 01 de Outubro, pelas 21:30. Com encenação e adaptação de Clovis Levi, «60 minutos com Brecht» é uma produção de Margarida Mendes Silva e conta com a participação dos actores Fernando Taborda, Rui Damasceno e Victor Torres.
A escolha de Brecht reside no facto da sua extensa, variada e rica obra, escrita na primeira metade do século passado, permitir a reflexão sobre temas que permanecem, infelizmente - no século XXI -, como actuais: a (in)dignidade humana, a (falta de) liberdade, o (des) respeito entre os homens, o interminável combate entre o Poder e a Verdade, a delicada relação entre vencedores e vencidos, explorados e exploradores, e os conflitos entre o indivíduo e a colectividade.
O texto básico do espectáculo assenta na peça «Galileu Galilei», considerada pela maioria dos estudiosos de Brecht como a sua obra prima. A encenação deseja propor uma reflexão sobre o planeta, nos dias de hoje: as relações entre a Ciência e o Poder Político (na época de Galileu, séculoXVII, o poder era sinónimo de igreja católica); as relações entre a Ciência e a realidade quotidiana: pode a ciência permanecer na sua torre de marfim, perseguindo o conhecimento pelo conhecimento, sendo mais importante a descoberta e não o que se fará com ela? Caberá ao cientista apenas descobrir, deixando aos políticos o que fazer (de bem e de mal) com o novo?
Brecht defende que a Ciência deve buscar a melhoria de vida do ser humano, pois se assim não for,«cavar-se-á abismo tão grande, que a cada nova descoberta vossa (dos cientistas) a resposta será um grito de horror universal» -in Galileu Galilei.
Esta peça discute também a ética: até que ponto devemos utilizar formas honestas de luta contra os inimigos que utilizam estratégias desonestas? Inimigos que pelo recurso a comportamentos desonestos, acabam injustamente por vencer. No seu poema «Aos que vão nascer», Bertolt Brecht pergunta: «Que tempos são estes em que uma conversa sobre árvores é quase um crime, porque inclui um silêncio sobre tantos malefícios?»

Apresentação de Candidatos da NovaDemocracia distrito de Aveiro

Veja, aqui no Democracia Liberal

Primavera nos dentes

Quem tem consciência para ter coragem,
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem,
Inventa a contra-mola que resiste!

Quem não vacila mesmo derrotado,
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade, decepado,
Entre os dentes segura a primavera!

João Apolinário

segunda-feira, setembro 19, 2005

NovaDemocracia - um partido orientado para as realidades das pessoas

Manuel Monteiro, hoje, no Democracia Liberal

1. No jantar realizado, no sábado, em Santa Maria da Feira, de apoio ao candidato à Junta de Freguesia da Vila de Santiago de Lobão, estiveram presentes 325 pessoas, das quais 50 se filiaram na NovaDemocracia.
Esta iniciativa, a par da adesão de mais pessoas à NovaDemocracia, veio demonstrar que existem todas as condições de crescimento e implantação. Se formos ao encontro das pessoas e sairmos do tradicional e cómodo comentário sobre o que à nossa volta se passa, teremos resultados e conseguiremos alcançar os nossos objectivos. Parabéns ao trabalho que vem sendo feito no Círculo de Aveiro!
2. No próximo sábado, dia 24, em Guimarães, vamos realizar o nosso 1º Fórum sobre a situação dos Têxteis e do Vestuário em Portugal. Trata -se de uma iniciativa da maior importância, uma vez que falamos de um sector crucial na economia do Distrito de Braga. E é em Braga, precisamente em Braga, que cresce a pobreza como foi recentemente divulgado. Para nós, NovaDemocracia, essas notícias não são, infelizmente, surpresa porque, tal como tínhamos referido em Relatório, vimos e ouvimos muitos trabalhadores e empresários e percebemos o que aí vinha. E o que aí vem! Ora, talvez a pensar na importância do assunto e na marca que começamos a deixar, todos os partidos com deputados eleitos por Braga aceitaram estar presentes neste Fórum, contribuindo assim para debater e reflectir sobre um tema que não pode estar preso a fronteiras, novas ou velhas, de qualquer força partidária. A NovaDemocracia, ao insistir na Economia Real, “tocou no ponto”, demonstrando que as palavras, os discursos, muitos e muitos seminários são letra morta, pouco mais do que morta, perante o REALISMO da vida. Nós estamos presentes e não vamos abandonar o Distrito de BRAGA, porque sentimos e sabemos que por ele muito se vai passar. E é também por isso que quero publicamente saudar, o empenho e muito trabalho do Dr. Carlos Borges, Coordenador do Círculo Eleitoral de Braga, a quem quase todas estas iniciativas se devem.
3. Domingo, dia 25, no Porto, teremos um Conselho Geral do Partido. As Presidenciais estarão na ordem do dia. Vou comunicar o que penso e o que entendo deve ser feito pela NovaDemocracia. Respeitarei, como sempre fiz, todas as opiniões e desejo uma discussão franca, aberta, livre e inteligente. Como se exige a um Partido como o nosso!

Citação que dedico às autárquicas...

«É preciso acabar de vez com os inventores do sensacionalismo fácil e criar escolas de cultura que nos libertem da escravidão.»


Vasco Branco, aveirense atento e interventivo, cívica e culturalmente, com percursos na área da escrita, da pintura, da cerâmica e do cinema.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Sentindo Outono

Tão quente e tão frio
Tão perto,
Por vezes em calafrio,
Sente-se o Outono
Tão belo.

Os Monstrinhos

no tomarpartido

Têm-se realizado um pouco por todo o lado debates com candidatos autárquicos. Ainda bem. E em todos eles há um tema que passou a ser obrigatório: as empresas municipais. Ao ouvir actuais e putativos autarcas todos parecem ter descoberto que há que extingui-las.
Na verdade, as empresas municipais deviam ser extintas. Esta é, aliás, uma proposta que a Nova Democracia inscreveu no seu programa eleitoral de Fevereiro. Muitos fingem agora querer o mesmo, inclusivamente os que delas se têm servido para minorar o desemprego partidário.
A ideia inicial era tentar resolver problemas públicos com gestão privada. O direito privado permite uma gestão de recursos muito mais flexível, consente uma gestão mais eficaz e permite resultados mais rápidos. Todos se esqueceram, porém, que o principal mal desta criação estava no accionista, muito mais do que no direito aplicável.
O país está hoje enxameado de uma miríade de empresas que ninguém conhece, ninguém fiscaliza, ninguém controla e que serve basicamente para duas coisas: esconder parcelas significativas de dívida municipal e colocar nos respectivos órgãos sociais clientelas partidárias.
A falta de vergonha é tanta e a convicção da impunidade chegou a tal ponto de insuportabilidade num Estado de direito digno desse nome que até há Presidentes de Câmara que já confessam em público para que fins querem realmente usar o expediente das empresas municipais: para dar lugares a troca de votos, para atribuir consultadorias (palavra tecnocrata que designa a célebre “avença”…).
O fenómeno não é um exclusivo de Aveiro. Quando hoje alguém quer calcular a dívida de qualquer autarquia tem sempre que somar à dívida da própria autarquia a dívida das empresas municipais de que a mesma é accionista.
Quando hoje alguém quer perceber o sistema local de poder deve começar por saber quem está nos órgãos sociais dessas empresas, antes de saber quem são os vereadores.
Se o défice do Estado é o monstro tal qual foi descrito e chamado por Cavaco Silva, as empresas municipais são os monstrinhos de que todos dizem não gostar, mas que não conhece redução ou extinção. Evidentemente que tudo isto se tenta disfarçar com mais um pavilhão aqui, um jardinzeco, ali ou uma rotunda acolá. Mas um dia os portugueses vão ter um susto. Não sei, francamente, se é já a seguir, mas que vão, vão.

Jorge Ferreira
Diário de Aveiro - 16.09.05

quinta-feira, setembro 15, 2005

Viva o Benfica

Que Bem-fica Ganhar!
E então a franceses...

A realidade na crueldade dos números

“O valor da riqueza dos 500 mais ricos do mundo, é superior ao valor de sobrevivência dos 416 000 000 mais pobres do mundo.”

Muito se tem falado nas últimas semanas sobre indicadores de países ricos e países pobres, mas creio que esta comparação feita na TSF, elucida de forma tão simples quanto real a crueldade dos números.

É realmente assustadora a amplitude deste problema, que ao que é constatado se vem agravando ano após ano. Creio que muitos se preocuparam em analisar ao pormenor os lugares ao sol de cada um; se o vizinho subiu ou desceu; se em função dos regimes ou políticas mundiais o ranking se afectou; enfim, um sem número de questões que se levantam na comunicação social à volta de um tema que realmente a todos preocupa.

Creio no entanto que após tanta tinta gasta, muito se transmite, mas pouco se medita sobre medidas de sensibilização ao alcance de todos os pobres de entre os mais ricos, e claro está já nem falando nos ditos mais ricos.

Vivemos inevitavelmente numa sociedade consumista, mas existem fenómenos de desperdício que deviam incomodar a todos. Se consumir é uma necessidade, já desperdiçar se trata de uma má formação que ao longo das civilizações se vem agravando de tal ordem, que o fosso entre ricos e pobres deveria chocar a humanidade de forma mais gritante, para que as sociedades se mobilizassem no sentido de que todos os políticos pensassem mais na distribuição de riqueza.

Não basta criar programas de apoio aos mais pobres ou conceder-lhes o perdão de dívidas. Há que distribuir a riqueza de forma diferente. E para tal existem tributações possíveis, alertas vermelhos ao desperdício e ao desenfreado”usa e deita fora”! E sendo que este último tanto se adapta ao cidadão comum, como ao fabricante de produtos a baixo custo e de má qualidade, ou ainda a todos os governos despesistas e aos políticos que concedem a graça de políticas cada vez mais permeáveis à desigualdade.

Está visto que o desperdício da riqueza que cada vez se concentra mais nas mãos de menos, seria o bastante para que os muitos que ainda passam fome deixassem de morrer!
(Para Democracia Liberal e Diário de Aveiro)

terça-feira, setembro 13, 2005

Jantar-Convívio em Santa Maria da Feira

Convidam-se todos os militantes e simpatizantes da NovaDemocracia, a estarem presentes num Jantar-Convívio para apresentação de candidatos do Distrito de Aveiro, que se realizará no próximo sábado, dia 17 de Setembro, em S. Tiago de Lobão - Santa Maria da Feira, no "Restaurante O Topa" pelas 20h30, com a presença do Presidente da NovaDemocracia Dr. Manuel Monteiro.
O preço da participação será de 10 Euros por pessoa, agradecendo desde já a vossa confirmação para Susana Barbosa,
saab@netcabo.pt , até ao final da próxima 5ª feira, dia 15 de Setembro.

Observação:
Para mais facilmente se dirigir ao local, deverá tomar a Estrada Nacional nº 1 e em Lourosa, em frente à Auto Viação Feirense-Lourosa, virar em direcção a Castelo de Paiva e Arouca até aos semáforos que encontrará a cerca de 5 Km, neste ponto virar à direita e encontrará o "Restaurante O Topa", a cerca de 150m. Boa viagem!

domingo, setembro 11, 2005

11 de Setembro

Um apelo à paz
Importa lembrar, para que o mundo não esqueça
Que a qualquer 11, a qualquer mês
Poderá ser de novo,
O caos.

sábado, setembro 10, 2005

Bom fim de semana

Belíssima fotografia, no Fumaças

Vida de rico

Aveiro, neste particular, continua na vanguarda. Desta feita, um candidato a uma Câmara decidiu ir fazer campanha para o concelho do lado. É uma originalidade. O problema é que esta campanha parece uma célebre tese de doutoramento apresentada no século passado na Faculdade de Direito de Lisboa e que mereceu o seguinte comentário do arguente: “A sua tese (dirigindo-se ao doutorando) tem coisas boas e coisas originais. O problema é que as coisas boas não são originais e as originais não são boas”.
Por Jorge Ferreira, veja mais, aqui

quinta-feira, setembro 08, 2005

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sózinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho,
e uma ave de rapina.

Este nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

Homens Certos

«Mas haverá homens certos? Sempre considerei robots os que o aparentam»
Mário Sacramento, médico aveirense, escritor, crítico literário, debateu-se pela Democracia, Liberdade e realização integral do Homem, 1920-1969.

Cineclube de Aveiro regressa ao Oita

O Cineclube de Aveiro vai recomeçar as suas sessões cinematográficas na segunda quinzena de Setembro no Cinema Oita. A sala que tinha encerrado as suas portas, será reabilitada com o apoio da autarquia e é considerado um espaço essencial pela Direcção do Cineclube, na afirmação de um circuito cultural na área do cinema em Aveiro.
Em breve, o Cineclube de Aveiro vai apresentar à comunidade os seus objectivos para o último trimestre deste ano - em que é comemorado o seu 50º aniversário - e de que forma se propõe a tornar a sala de cinema do Oita, num espaço cultural de referência, que vá de encontro a um público crítico e participativo.
Saiba mais em www.cineclube.com

A ruptura

No Democracia Liberal, por Manuel Monteiro.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Este País é um Monólogo de Valentim

Visto de frente, era um homem na televisão a falar para o lado. Atacava ferozmente o líder do seu (ex) partido, exibindo um simulacro como se este estivesse em estúdio ao seu lado. Com o desdém de pausas excessivas e um sorriso irónico, dizia-se um líder menor. E assim esteve Valentim em cena televisiva, durante alguns minutos.

Filiados em partidos, que à revelia dos mesmos são candidatos independentes. Independentes, que de acordo com partidos são candidatos partidários super dependentes… Mas afinal, será que nunca mais nos vemos livres de toda esta gente? Não há nada nem ninguém, que consiga mandá-los embora?

As cidades, as vilas e as aldeias deste país, estão de tal forma invadidas com cartazes, que chega a ser inquietante pensar como é que existem orçamentos tão cheios de euros, para programas autárquicos tão vazios de ideias.

As mentes poluem-se de vinganças, o povo alheia-se de sentenças, e o que vinga são apenas as festanças.

Apostam-se vitórias, limpam-se as fatiotas, apagam-se as rugas, maquilham-se os pontos negros, pintam-se os cabelos… a imagem tudo vale, e já não sobra espaço onde caibam as ideias. O que conta para além da fotografia é o mero despique destrutivo e a desenfreada politiquice. Tudo sabem sobre números e nada sobre valores.

Dou comigo a pensar, será que Portugal tem os políticos que merece?
- Decerto que sim, dizem os votos na alternância. -E decerto que não, diz a minoria da mudança.

Que aplique já o direito da renúncia, quem não queira um país assim, num Monólogo de Valentim.
(A publicar no Democracia Liberal)
(A publicar no Diário de Aveiro)

terça-feira, setembro 06, 2005

A tragédia de um homem Sá

Imperdível. Facciosamente, por António Torres.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Tranquilidade

«A tranquilidade de espírito é coisa rara, mas ao alcance de todos; se não fosse a ambição de muitos, o exibicionismo de tantos e o temperamento de alguns.»
Nunes dos Santos

FUNCIONÁRIO

FUNCIONÁRIO: Normalmente é um indivíduo que presta serviço, ora com ar superior, ora com ar de tremendo enfado. E quando é solicitado a prestar uma informação, raramente acerta.
Nunes dos Santos

domingo, setembro 04, 2005

Mariza em Aveiro

Será no próximo dia 15 de Setembro, no Teatro Aveirense.
É o regresso da fadista com o seu mais recente trabalho. Editado mundialmente, "Transparente" é disco de platina em Portugal.
Fernando Maurício é uma das suas referências e, ao lado do vate da Mouraria, surgem Carlos do Carmo e Amália Rodrigues, três nomes a quem presta tributo em "Transparente".

A vida a andar para trás

Por Rui Baptista, em Amor e Ócio

Mário Soares

No Democracia Liberal, por Manuel Monteiro.

Uma entrevista a condizer

Aqui, Jorge Ferreira no seu tomarpartido, analisa entrevista de Alberto Souto ao Diário de Aveiro.
A não perder as interrogações e a conclusão.

Homem Cristo

«A iniciativa, a decisão, o bom senso, a audácia, tanto são qualidades do carácter, como qualidades da inteligência. A sua falta, se resulta muitas vezes da pouca cultura do carácter, resulta muito mais vezes da pouca cultura da inteligência.»
Homem Cristo, insigne aveirense, jornalista e escritor, 1860-1943

sexta-feira, setembro 02, 2005

Esperança

«Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.»
Xico Xavier

quinta-feira, setembro 01, 2005

Aveiro - 2º Distrito com mais área ardida

O distrito de Aveiro é o segundo do país com mais área ardida este ano. Segundo dados da Direcção-Geral de Recursos Florestais até dia 28 de Agosto, tinham ardido no distrito 19.108 hectares de mato e floresta, fruto dos 3.612 incêndios registados.
O distrito com mais área ardida é o de Coimbra, com 22.661 hectares. Leiria aparece na terceira posição, com 18.822 hectares queimados, seguido de Vila Real com 17.559.
Quanto ao número de fogos registados, os 3.612 verificados no distrito colocam Aveiro como o terceiro distrito com mais ocorrências, atrás do distrito do Porto (6.518) e Braga (3.906).
Até 28 de Agosto, a Direcção Geral de Recursos Florestais registou 28.670 incêndios, 6.093 fogos florestais e 22.577 fogachos, que consumiram 166.339 hectares, valor já confirmado no terreno.
(D.G.R.F.)

Estado sólido

«Dar o exemplo não é a melhor maneira de influênciar os outros. É a única.»
Albert Schweitzer

Estado líquido

«O talento é feito na solidão. O carácter nos embates do mundo»
Goethe

Estado Gasoso

«Não procures esconder nada; o tempo vê, escuta e revela tudo.»

Sófocles