sexta-feira, junho 30, 2006

A Família Incógnita

Por Jorge Ferreira, no Aveiro

Os portugueses sabem certamente que da União Europeia vem dinheiro. Desde 1986 que se habituaram a ver alcatrão, rotundas, cursos e cursinhos que as mais das vezes apenas servem para disfarçar temporariamente o desemprego, a ler siglas que cheiram a cifrão como FSE, FEDER, FEOGA, QCA e outros que tais.
O que certamente já não sabem é que os políticos que elegem convencidos de que estão a decidir o poder, mandam cada vez menos, podem cada vez menos e como é evidente, não o admitem, para não menorizar a sua função no palco e a sua vaidade no espelho.
No início da presença de Portugal na CEE, era necessário encantar o país com a árvore das patacas. Por isso, quando o dinheiro através do telejornal e as más notícias chegavam por baixo da mesa. O que significa que quando os decisores nacionais introduziam na ordem jurídica portuguesa as normas desagradáveis de Bruxelas, faziam-no no uso do método confidencial. Houve de tudo: directivas comunitárias transformadas em normas jurídicas nacionais através de Portarias, de Decretos Regulamentares e até de simples despachos ministeriais. Tudo bem longe das vistas do cidadão comum, que infelizmente não inclui o Diário da República nas suas leituras de cabeceira.
Para acabar com os segredos e possibilitar a salutar e adequada fiscalização parlamentar, a revisão constitucional de 1997 veio prever que a transposição das normas comunitárias para o direito interno só poderia fazer-se daí em diante por Lei da própria Assembleia por Decreto-lei do Governo, sempre susceptível de apreciação parlamentar e consequente alteração, nos termos de processo regimental próprio.
Mas a inércia institucional derrota o mais voluntarista do reformador. O dia-a-dia engole facilmente os grandes projectos e as melhores intenções legislativas.
A verdade é que hoje resta muito pouco para decidir pelos órgãos de soberania de Portugal. A maior parte das decisões vem de fora, mas vem sempre do mesmo sítio: Bruxelas. Tomadas por homens e mulheres que ninguém conhece, em quem ninguém votou e que impõem os seus ditames, pagos a peso de subsídios, aos políticos eleitos nos Estados membros.
Claro, bem sei que fica mais barato protestar em São bento do que fazer uma excursão á Grand Place para destapar faixas e empunhar megafones, quando sentimos na pele os malefícios desses ditames.
É por isso que o estado actual da União Europeia, mais a mais quando a célebre Constituição europeia está apenas no congelador e não, como devia, no cemitério político das infelicidades federalistas, exige a insubstituível motivação da liberdade para construir uma Europa nova.
Justamente no exercício dessa liberdade, a Nova Democracia aderiu no passado domingo à EUD, novo agrupamento político europeu liderado por Jens-Peter Bonde, líder do “não” a Maastricht em 1992 no referendo dinamarquês. Na EUD todos os partidos são iguais e não existem partidos especiais que dão ordens a partidos acessórios, como sucede no Partido Socialista Europeu e no partido Popular Europeu, onde se aninharam, subservientes e bem comportados o PS, o PSD e o CDS.
Há alternativas. É preciso é ter vontade política de as construir. Os legisladores e os burocratas de Bruxelas são hoje uma espécie de família incógnita de todos nós. Julgam ter esse direito de abuso devido às transferências financeiras do orçamento comunitário. Que não incluem obviamente despesas com maçadas eleitorais ou referendárias.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

Política de Interesse

Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.
À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.
Eça de Queiroz
in Distrito de Évora (1867)

quinta-feira, junho 29, 2006

Para ganhar ou perder?

GAMA quer mais poderes
O novo modelo do associativismo municipal em estudo pelo actual Governo pode levar à dissolução do modelo assumido pela Grande Área Metropolitana de Aveiro (GAMA), podendo o novo diploma vir a definir o género de associação a criar.
Esta questão foi uma dos temas abordados pela reunião dos autarcas da GAMA que aconteceu ontem, em Estarreja. A futura lei vai modificar a criação de novas áreas municipais e as capacidades de decisão de cada uma. «Temos que esperar pelas características estabelecidas», explicou Ribau Esteves, presidente da GAMA, na conferência de imprensa realizada no final da reunião, sublinhando que «queremos ter capacidade legal para decidir e faremos as alterações necessárias à obtenção desse poder local».

Pedras parideiras

Pedras parideiras (FTF, 1999) - Serra da Freita, Arouca

As Pedras Parideiras, na Aldeia da Castanheira, são um fenómeno único em Portugal e raro em todo o mundo. Afloramento granítico onde aparecem curiosos nódulos envolvidos por uma capa de Biotite em forma de disco biconvexo que pode chegar a 15-20 cm de diâmetro e a 5-6 cm de altura máxima. A sua idade roda os 280-290 milhões de anos.

in *Arouca*

Unidade museológica em Arouca

O Centro de Interpretação Geológica de Canelas, em Arouca, vai ser inaugurado no próximo sábado.
Localizado na exploração de ardósias da empresa Valério & Figueiredo, a unidade museológica alberga um raro e valioso património geológico, resgatado durante os últimos 15 anos e formado por fósseis de invertebrados do Ordovícico Médio (cerca de 465 milhões de anos).
O destaque do espólio vai para algumas das maiores, mais raras e até únicas espécies de trilobites do mundo, o que torna esta jazida fossilífera referenciada internacionalmente.A recuperação e protecção deste património geológico é assinalada pela comunidade científica como um bom exemplo de cooperação entre a indústria extractiva e a ciência.
Continue a ler no Diário de Aveiro

Nem Ordem, nem Progresso... será?

em Estados Gerais

Debate PROT

Convite do Raul Martins
Está em curso a elaboração do PROT (Plano Regional de Ordenamento do Território) da Região Centro que deverá concluir-se até 27 de Setembro de 2007. A importância deste Plano decorre do facto de se definir como um referencial estratégico para o planeamento ao nível municipal (PDM, PP e PU), mas também porque fará a integração das políticas sectoriais no ordenamento e coordenará as intervenções desejáveis ao nível do território.
O Gabinete de Estudos da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista, atento à enorme importância deste plano, vai realizar no próximo dia 29 de Junho, quinta-feira, às 21:15 na Biblioteca Municipal de Aveiro, um debate aberto à comunidade com o tema “O Plano Regional de Ordenamento do Território da Região Centro (PROT do Centro) – perspectivar a inserção regional de Aveiro” em que teremos como convidados o Prof. Doutor João Ferrão, Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades e o Prof. Doutor Artur da Rosa Pires, Professor Catedrático da Universidade de Aveiro.

quarta-feira, junho 28, 2006

Poder e "contra-poder" na noite em Aveiro

Estava uma noite agradável de primavera, era quinta-feira santa e as ruas da cidade estavam muito movimentadas, repletas de turistas. Encontrámo-nos na Praça do Peixe e dividimo-nos em dois grupos para a nossa acção de colagem de cartazes da NovaDemocracia “Aveiro merece referendo local sobre o Mário Duarte”. O grupo que integrei começou ali mesmo o seu trabalho, na Praça, aproveitando um taipal de uma obra para a afixação. Daí viemos para as Pontes e fomos subindo a Avenida Dr. Lourenço Peixinho.

Havia mesmo muita gente na rua. As pessoas olhavam, muitas paravam, e muitas faziam perguntas. Os cartazes chamavam à atenção e estavam bonitos. O grupo estava animado e divertia-se trabalhando, contando peripécias ao mesmo tempo, e conversando com quem passava. Enquanto segurava cartazes e ía pedindo ao Elpídio para passar mais cola, apercebi-me que um homem com aspecto de estar na idade da reforma, nos seguia desde as Pontes. A uns dez ou vinte metros do grupo, parava junto a uma colagem, olhava fixamente para os cartazes durante alguns momentos e ali ficava a ver-nos como quem ansiava dizer algo ou juntar-se a nós.

O meu pressentimento não estava errado. De facto o homem foi-se aproximando cada vez mais, de forma tímida, com ar de reflexão como quem queria dizer alguma coisa, até que me dirigi a ele e lhe perguntei o que pensava sobre a ideia dos cartazes.

Bem, a partir daí foi seguramente um bom quarto de hora de conversa. O senhor, com nostalgia e tratando-me por “menina”, falou-me das muitas colagens de cartazes que já tinha feito na sua vida, confidenciou-me os seus sonhos políticos da juventude, as suas ilusões de querer ser diferente e a vontade que sempre teve de inverter o sistema. É agora presidente de uma das maiores Juntas de Freguesia da cidade de Coimbra e sente que chegado ao poder pouco faz para mudar o que vai mal. Desiludido, triste e inconformado, continua a lutar contra poderes instalados e disse-me «Sabe, no tempo do Manuel Machado como Presidente do Município de Coimbra, ele era boa pessoa, ouvia-nos com atenção mas não tinha freima para fazer nada, agora este presidente que lá está, nem nos ouve, nem nos deixa fazer, o poder é uma lástima!».

Era um homem culto e falou-me do muito que aprendera lendo e estudando e do pouco que conseguia aplicar depois de eleito. Antes de se despedir ainda disse «Admiro a vossa coragem, continuem a lutar por aquilo em que acreditam, esta é a melhor fase da vida política, quando se chega ao poder um homem sente-se tonto e embriagado, o que oferecemos à sociedade não representa cinquenta por cento daquilo que dávamos enquanto “contra-poder”».

No dia seguinte, verifiquei com tristeza que durante a noite muitos cartazes tinham sido descolados à força e rasgados propositadamente. Os que anunciavam a “Feira de Março”, continuavam lá, nos mesmos sítios, intactos! Nas duas noites seguintes alguém se incomodou a remover todos os restantes cartazes. No domingo, dia de Páscoa, quando saí para ir passar o dia à minha aldeia, constatei que Aveiro estava limpa de nós, dos nossos cartazes, que com toda a certeza tanto incomodaram a muitos… Pensei na conversa que tivera na noite da colagem com o senhor presidente da Junta de Freguesia (xx) da cidade de Coimbra. Ainda hoje continuo a reflectir nas suas palavras sobre os poderes instalados e na força do “contra-poder”.
(publicado na edição nº 4 da Revista Nova Vaga)

terça-feira, junho 27, 2006

Nº 4 da Revista Nova Vaga

Já saiu! Pode ler a versão integral em pdf no respectivo blogue Nova Vaga

Espírito de Vencedores

Faz falta aos cidadãos portugueses que há tantos anos vivem recalcados sob rótulos de descrédito internacional. Habituados a ver o seu país colocado nos últimos lugares das tabelas da União Europeia nos indicativos da produtividade, da educação, da assistência à saúde… e apenas nos primeiros lugares no que consta a indicadores de sinistralidade, falta de prevenção, alcoolismo, desemprego… habituados a ver o seu país colocado na mediocridade do meio das mesmas tabelas a nível mundial, os portugueses têm agora um motivo de orgulho para espelhar mundialmente: A Selecção Portuguesa.

Após quatro décadas, Portugal consegue classificar-se de novo para os “quartos-de-final” do Mundial 2006, desta feita com o Sr. Luiz Felipe Scolari como seleccionador nacional.

Poder-se-á dizer que esse facto não irá resolver os problemas do país. Poder-se-á dizer que a economia não indiciará retomas com o sucesso verificado no futebol com a nossa selecção. Até poderá ser verdade, mas de uma coisa todos estamos certos: reanima o orgulho de ser português.

Quer se goste ou não se goste do Sr. Scolari, o facto é que ele conseguiu o que ninguém conseguia em Portugal há mais de quarenta anos. Pela segunda vez no prazo de dois anos, os portugueses saem à rua com bandeiras nacionais, e as janelas e varandas deste país estão enfeitadas de verde e vermelho. Independentemente do que possa acontecer no próximo sábado frente à Inglaterra, a nossa Selecção já deu provas de ter espírito de vencedora.

Durante anos fomos incutidos social e politicamente por sentimentos de vergonha e preconceito do “sentido patriótico”. Espero que este momento tão positivo no futebol, ajude os portugueses a recuperar o orgulho de um povo que muitos feitos valorosos já teve no passado.

Sem saudosismos serôdios, é bem verdade e importa não esquecer o nosso passado. É no passado que se encontram a maioria das respostas do presente. Que a nossa selecção encontre força e vontade para continuar a vencer, que os portugueses se reencontrem com as suas capacidades de saber ser os melhores e que valores mais altos se levantem!
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

segunda-feira, junho 26, 2006

Adesão da NovaDemocracia ao EUD

A adesão da Nova Democracia ao EUD abre, em definitivo, um novo ciclo para os Conservadores Liberais portugueses. Passamos a ter uma plataforma de relações ao nível europeu, o que nos permite ter outras expectativas quanto ao resultado do nosso trabalho. A partir de agora temos apoio sólido, e politicamente sustentado, por parte de um conjunto de deputados e partidos políticos que por essa Europa fora têm os nossos pontos de vista e ideias sobre o futuro da União Europeia. Mas se tal facto é por si irrefutável, importa ainda conhecer o alcance prático do acordo ontem estabelecido entre a Nova Democracia e a EUD:


· vamos enviar um jovem licenciado para fazer um estágio em Bruxelas, nos escritórios da EUD, para que conheça o funcionamento do Parlamento Europeu

· os deputados europeus da EUD/ID (Grupo Independência e Democracia) representarão em Bruxelas e em Estrasburgo a Nova Democracia. Poderemos assim questionar a Comissão Europeia sobre assuntos que consideremos relevantes, com particular destaque para as áreas das Pescas, da Agricultura, da Floresta e do Comércio. Os portugueses sabem assim que temos voz em Bruxelas e que connosco os seus problemas não cairão em saco roto.

· vamos convidar cidadãos portugueses a visitarem o Parlamento Europeu. Esses convites não seguirão a exclusiva lógica partidária e privilegiarão, também, representantes de sectores de actividade económica e social.

· vamos participar na campanha da EUD com perguntas ao Parlamento nacional, sobre o número de leis em vigor no nosso País e que são mera transposição das normas comunitárias. Visa esta campanha demonstrar quão distante se encontra o poder dos cidadãos, a despeito das promessas e ilusões das campanhas eleitorais legislativas.

Há ainda um aspecto político que nesta adesão ao EUD tem de ser sublinhado: somos os únicos com ligação a uma força política europeia democrática, que combate o Federalismo. Enquanto o PS, o PSD e o CDS se encontram filiados nos promotores da Europa Federal – o Partido Socialista Europeu e o Partido Popular Europeu – nós estamos, coerentemente, filiados num Movimento que defende os nossos pontos de vista. Este ponto é essencial. Não têm coerência quantos dizem combater a Constituição Europeia e se mantêm ao lado dos que a escreveram e desejam ver aprovada. Nós somos a favor de uma Europa de Nações livres e soberanas, mas tanto o somos no plano nacional como em Bruxelas.

Por Manuel Monteiro, no Democracia Liberal

Parabéns Maniche, Parabéns Portugal!

Uma situação única para mim. Não fui à Alemanha ver o jogo, não saí para qualquer espaço público em Portugal para ir ver o jogo, não vi o jogo em casa de amigos, nem sequer vi o jogo em minha casa. À hora do jogo eu viajava de combóio de Lisboa para Aveiro. Ouvi o relato do jogo todo na rádio. Meu Deus, o que se sofre a ouvir um relato de um jogo destes... Mas foi uma sensação única. Quando na antena 1 se anunciou o fim da partida, todos os passageiros na minha carruagem, creio que sem excepções, se levantaram num impulso fantástico a bater palmas. Foi um momento de entusiasmo colectivo sem igual! Profundamente emocionante.

VIVA PORTUGAL!

domingo, junho 25, 2006

A noite chega com todos os seus rebanhos

Uma cidade amadurece nas vertentes do crepúsculo
Há um íman que nos atrai para o interior da montanha.
Os navios deslizam nos estuários do vento.
Alguma coisa ascende de uma região negra.
Alguém escreve sobre os espelhos da sombra.
A passageira da noite vacila como um ser silencioso.
O último pássaro calou-se.As estrelas acenderam-se.
As ondas adormeceram com as cores e as imagens.
As portas subterrâneas têm perfumes silvestres.
Que sedosa e fluida é a água desta noite!
Dir-se-ia que as pedras entendem os meus passos.
Alguém me habita como uma árvore ou um planeta.
Estou perto e estou longe no coração do mundo.

António Ramos Rosa

Um aniversário especial

O jornal do Estabelecimento Prisional Regional de Aveiro (EPRA) comemorou ontem os seus 20 anos de existência. A publicação, que recebe o título de Alvorecer, tem vindo a ser mantida pelos vários reclusos que passam por aquela cadeia e, actualmente, orgulha-se de ser o jornal mais antigo de um estabelecimento prisional. Com uma periodicidade bimensal, o Alvorecer continua a apostar em trazer para o interior do EPRA as notícias do mundo exterior, sem nunca esquecer as informações alusivas ao funcionamento da própria instituição prisional.
A ideia de criar um jornal dentro do EPRA surgiu em 1986, quando um recluso chamou a atenção para a necessidade de divulgar a situação geral do estabelecimento. O desafio ganhou forma e rapidamente se assumiu como um meio para "divulgar as más condições existentes na altura, chamar a atenção para a mudança", recordaram os elementos da comissão incumbida de preparar as comemorações do 20.º aniversário da publicação.

Universidade de Aveiro e RTP assinam protocolo

Programa da Universidade de Aveiro é uma referência
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, disse ontem em Aveiro que o programa semanal 3810-UA transmitido no canal A 2, da RTP, na RTP Internacional e RTP África, é uma «referência a valorizar para generalizar e com valor no efeito demonstrativo destes projectos e parcerias», enquanto a reitora da universidade, Helena Nazaré, disse, num texto distribuído aos jornalistas, haver garantias financeiras que permitem assegurar a continuidade da produção dos conteúdos de divulgação científica para a televisão.
Numa sessão promovida pela RTP, Augusto Santos Silva, o presidente do Conselho de Administração da RTP, Almerindo Marques, e José Lopes Araújo, director das Antenas Internacionais da empresa, mostraram-se satisfeitos nesta relação que mantêm com a Universidade de Aveiro (UA) desde 2004.
Almerindo Marques disse que se trata «das parcerias com maior sucesso» e, apreciando o programa 3810-UA, disse que se trata de «conteúdos de qualidade na divulgação científica, um tema importantíssimo para a sociedade portuguesa».

sábado, junho 24, 2006

«Caras e fantasmas da nossa (IR)REALIDADE»

É o título da exposição do pintor Mário Silva, até 2 de Julho de 2006

Na Galeria Op Art, http://opart-eea.net//

sexta-feira, junho 23, 2006

«Unir a Ria»

A conjugação de esforços dos dez municípios da AMRia, de que resultou o plano «Unir a Ria», é um bom exemplo do que o Governo quer ver implementado no futuro em diversas regiões do país.

O secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Machado Ferrão, disse ontem que uma das ideias chave do Plano Intermunicipal de Ordenamento da Ria de Aveiro é o «intermunicipalismo». O governante falava na sessão de apresentação da versão final do documento, recordando que «embora a legislação já o preveja há vários anos, estes exemplos são ainda raros no nosso país, pelo que este é um exemplo que deve ser sublinhado».João Machado Ferrão não tem dúvidas de que o «intermunicipalismo e a cooperação intermunicipal serão cada vez mais decisivos no futuro». «Quem vai à frente, arrisca mais», disse, referindo-se aos dez municípios que integram a AMRia – Associação de Municípios da Ria, promotores do plano, reconhecendo que «quem é inovador não deve ser penalizado».

Continue a ler no Diário de Aveiro

Alívio Político

Num momento em que uma bizarra jornalista luxemburguesa considera chauvinista e segregacionista o facto de os emigrantes portugueses naquele país exibirem bandeiras portuguesas à janela, em Portugal verifica-se um facto político novo.
A história é simples de contar. Até agora quem não defende o federalismo europeu, para ter voz na União Europeia tinha de se associar ao partido extremista da jovem Drago ou ao partido do comunista Jerónimo. Demasiado redutor, mas a culpa é inteirinha do PSD e do CDS. Ambos se renderam ao mais radical e absurdo federalismo europeu, entrando no PPE.
A partir de Domingo, deixa de ser assim. A Nova Democracia vai aderir à EUD, European Union Democrats, força política do Parlamento Europeu. Passa, pois, a ser possível não ser de esquerda e ter um partido representado na União Europeia, sem ser nos “donos” da União, o PSE e o PPE.

É um serviço à democracia, à liberdade, ao país e a uma ideia de Europa que não quer estigmatizar quem gosta da bandeira do seu país.

Por Jorge Ferreira, no Democracia Liberal

Para onde há-de ir o dinheiro?

Por Jorge Ferreira, no Aveiro e na edição de hoje do Diário de Aveiro
Um dos debates mais necessários na actualidade é o de saber onde devem e em que medida ser aplicados os dinheiros públicos. Quais são as necessidades colectivas que devem ser financiadas pelo dinheiro de todos, ou seja, através de impostos, ou apenas pelo dinheiro de quem consome os serviços públicos.

Este é o núcleo do contrato social que todas as sociedades necessitam de fazer para assegurar a sua viabilidade política. É aqui que se coloca a necessidade de fazer opções e escolhas em função de valores e de concepções de vida e de Estado. Sem esquecer nunca que o Estado nasceu para servir o Homem e não o contrário.

Este problema põe-se igualmente ao nível autárquico. É urgente redefinir o modelo de poder autárquico que temos no nosso país e que está tão ultrapassado como o sistema político português. A asfixia financeira da generalidade das autarquias deriva de muitas obras do passado que foram sem dúvida necessárias, mas resultam também de esbanjamentos vários, da voracidade clientelar e da necessidade de uma ostentação balofa para efeitos meramente eleitorais e que nem sempre correspondem em resultados na urnas, ao contrário do que se poderia pensar.

Pode o leitor julgar meramente teóricas estas considerações. Tentarei demonstrar que não. Com exemplos concretos.

Primeiro exemplo: devem as autarquias ser empresárias? A minha resposta é: em princípio não. Faz sentido por exemplo a Câmara de Aveiro ter uma participação social em sociedades anónimas desportivas? Nenhum sentido. Faz, portanto, muito bem, a Câmara de Aveiro em alienar a sua participação no Aveiro Basket. Fomentar o desporto, muito bem. Ser empresária de desporto profissional, aí gastando o dinheiro de todos, muito mal.

Segundo exemplo: deve a Câmara de Aveiro trocar o basquetebol pelo futebol, por exemplo? A minha resposta é igualmente não. E por isso sigo com curiosidade extrema as negociações que têm ocorrido entre os membros da lista vencedora nas últimas eleições para os órgãos sociais do Beira-Mar no sentido de resolver o problema da dívida da Câmara ao clube. Sendo certo que a Câmara não admitirá certamente fazer ao Beira-Mar o que o Governo fez à Câmara, é um teste à credibilidade do município saber como vai decidir entre os contratos e boa aplicação dos dinheiros públicos. Até porque esta é uma questão a ser resolvida em família. Desportiva, claro.

Acção

« Agir é acreditar »
Romain Rolland
França [1866-1944]

NovaDemocracia adere ao EUD

O líder da Nova Democracia (ND) anunciou hoje que o partido vai aderir domingo ao movimento Democratas da União Europeia (EUD), passo que considera "uma grande ajuda" para as eleições europeias de 2009.

"É uma adesão de uma importância imensa. É o reconhecimento internacional da nossa existência", disse o presidente da ND, em declarações à agência Lusa.

Com a devida vénia à Lusa

Para Manuel Monteiro, a adesão a este agrupamento de partidos políticos europeus que "rejeitam o caminho federalista" da União poderá ainda ajudar a ND na perspectiva das próximas eleições para o Parlamento Europeu, ao permitir-lhe mostrar que não está sozinho na Europa.

"Havia a ideia de que estávamos isolados. Esta adesão vai permitir demonstrar que há muitos partidos políticos democráticos que pensam como nós e até estão disponíveis para vir a Portugal dizê-lo", afirmou Manuel Monteiro.

Continue a ler aqui, aqui e aqui

quinta-feira, junho 22, 2006

Autocarro panorâmico em Aveiro

A Região de Turismo Rota da Luz tem em funcionamento experimental, desde o dia 15, um circuito citadino que permite aos turistas conhecer a cidade de Aveiro em autocarro panorâmico.


Enquanto aproveitam o sol, num percurso de quase uma hora, os turistas tomam contacto com os monumentos e a História, mas também com uma cidade dinâmica, onde o urbanismo criou novos espaços de lazer.

Durante o trajecto podem observar os edifícios arte-nova, do início do século XX, ou os canais que sempre deram vida a Aveiro.Podem, ainda, contemplar a Ria e o Canal de S. Roque, as salinas, bem como as embarcações tradicionais.

Saiba mais informações

Verão

Autor: F. Ferreira

Pinturas Sol de Verão
Trata-se de uma pintura a lápis de cor, onde o Sol brilha sobre montes e vales, com imponentes e verdes árvores... denota um contraste entre duas possibilidades remotas de ver uma mesma coisa. A Natureza no seu todo com os quatro elementos (Terra, Ar, Fogo e Água)".


in Exposição Virtual de Pintura "Viva a Natureza Viva"
http://naturezaviva.naturlink.pt

quarta-feira, junho 21, 2006

Continua a ser tão boa...

a sensação de constatar que Portugal pode vencer em alguma coisa.

PARABÉNS À SELECÇÃO PORTUGUESA!

Já no próximo fim de semana

nos dias 23, 24 e 25 de Junho

3ª Edição do AIDA TROPHY 2006 “COMPETITIVIDADE E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL”

Esta iniciativa pretende promover um desafio junto do tecido empresarial da Região de Aveiro, permitindo às organizações adquirir um desenvolvimento pessoal e de grupo, colocando aos participantes que integram as equipas um programa aliciante repleto das situações mais adversas, estimulando assim, a vontade de superar limites, vencer os desafios, partilhar vitórias e decepções e posteriormente obter um vasto leque de conhecimentos e resultados.

Mais informações e todo o programa aqui

Mudam-se os tempos, repetem-se os sentimentos...

Civilização sem Riso
Eu penso que o riso acabou - porque a humanidade entristeceu. E entristeceu - por causa da sua imensa civilização. O único homem sobre a Terra que ainda solta a feliz risada primitiva é o negro, na África. Quanto mais uma sociedade é culta - mais a sua face é triste. Foi a enorme civilização que nós criámos nestes derradeiros oitenta anos, a civilização material, a política, a económica, a social, a literária, a artística que matou o nosso riso, como o desejo de reinar e os trabalhos sangrentos em que se envolveu para o satisfazer mataram o sono de Lady MacBeth. Tanto complicámos a nossa existência social, que a Acção, no meio dela, pelo esforço prodigioso que reclama, se tornou uma dor grande: - e tanto complicámos a nossa vida moral, para a fazer mais consciente, que o pensamento, no meio dela, pela confusão em que se debate, se tornou uma dor maior. O homem de acção e de pensamento, hoje, está implacavelmente votado à melancolia.

Este pobre homem de acção, que todas as manhãs, ao acordar, sente dentro em si acordar também o amargo cuidado do pão a adquirir, da situação social a manter, da concorrência a repelir, da «íngreme escada a trepar», poderá porventura afrontar o Sol com singela alegria? Não. Entre ele e o Sol está o negro cuidado, que lhe estende uma sombra na face, lhe mata nela, como a sombra sempre faz às flores, a flor de todo o riso. Por outro lado o homem de pensamento que constantemente, pelo fatalismo da educação científica e crítica, busca as realidades através das aparências, e que no céu só vê uma complicada combinação de gases, e que na alma só descobre uma grosseira função de órgãos, e que sabe que porção de fosfato de cal entra em toda a lágrima, e que diante de dois olhos resplandecentes de amor pensa nos dois buracos da caveira que estão por trás, e que a todo o sacrifício heróico penetra logo o motivo egoísta, e que caminha sempre à procura da lei estável e eterna, e que a cada passo perde um sonho, e que por fim não sabe para onde vai, e nem mesmo sabe quem é - não pode ser senão um triste!
Eça de Queiroz
in «A Decadência do Riso», Gazeta de Notícias (1891)

terça-feira, junho 20, 2006

Um impasse que dura há 12 anos

Há doze anos que os executivos municipais de Aveiro prometem uma nova solução para a Rua Dr. João de Moura, que se situa nada mais, nada menos, do que “às portas da estação de caminhos-de-ferro”, o que por si só representa um cartão de visita da cidade aos milhares de visitantes que por ali passam. Convenhamos que o cenário de um prédio degradado e de uma rua de um só sentido onde sistematicamente o mesmo se altera, não causará a boa impressão que Aveiro tanto merece e tanto tem para dar!

Também a mim que há doze anos instalei escritório na Rua Dr. João de Moura, me foi prometido que a nossa Rua iria beneficiar de dois sentidos de trânsito, o que facilitaria as acessibilidades. Já na altura liderei um abaixo-assinado para que as obras se concretizassem, todavia as promessas ficaram-se pelos arranjos dos exteriores, junto aos novos prédios recuados, que era o mínimo que poderia acontecer.

Durante o Euro-2004, e mais recentemente com a finalização das obras da nova estação de caminhos-de-ferro, demos por certo que os problemas seriam finalmente resolvidos. Mas infelizmente, não passaram de falsas expectativas. Durante o Euro, o prédio degradado onde em tempos funcionou a antiga Pensão Barros, continuou lá, coberto por um belíssimo painel, para “não parecer mal” aos turistas, e a fazer acreditar numa excelente recuperação de património! Quanto aos dois sentidos de trânsito, bem… quem se dirige a esta Rua, já vai pelo caminho a tentar adivinhar para que lado estará a sinalização, tantas têm sido as vezes que o sentido se inverte. De obras para dois sentidos, nem ameaças!

Em Maio deste ano, moradores e empresários da Rua Dr. João de Moura, levámos em frente um novo abaixo-assinado por mais de 100 subscritores, que foi entregue ao executivo municipal na semana passada, durante a reunião pública que ocorreu na Junta de Freguesia da Vera Cruz. No documento é denunciada a falta de iluminação na Rua, a degradação da antiga Pensão Barros e dos imóveis que lhe são contíguos e durante a sessão pública foi questionada a autarquia sobre o projecto que está previsto para aquela área degradada, uma vez que já foi anunciado o seu alargamento e a construção do Hotel Cidade de Aveiro no lugar da antiga Pensão Barros.

Apesar de representantes da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia terem visitado o local nos dias seguintes, as indecisões continuam. A avaliar pelas declarações do vereador das Obras Particulares, Carlos Santos, que para além do que já havia anunciado no passado mês de Março, só adiantou que «o futuro dos imóveis “ainda” não foi definido» e que «a Câmara Municipal tem ideias para intervir naquela zona, está a estudá-las e pretende transmiti-las no momento oportuno», tudo nos leva a crer que só nos resta esperar que um dos imóveis da Rua que está “prestes a ruir”, venha mesmo abaixo, para que o executivo perceba que para além dos estudos, já é tempo de passar à concretização.

Fazemos aqui um apelo ao nosso presidente, Dr. Élio Maia, para que esta Câmara saiba mostrar agora “a diferença” que sabemos que ele tanto apregoou e que acreditamos que ele também deseja pôr em prática. De promessas e impasses já todos estamos fartos. Os bons políticos são avaliados pelas suas acções!

(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

segunda-feira, junho 19, 2006

Ímpar anoitecer

Em Gaia, contemplando o Porto

É preciso sonhar para se poder acreditar!

Que razão existirá para que os mais jovens fujam da política como o diabo da cruz e os menos jovens lhe devotem um profundo descrédito? Será pelas cadeiras vazias no Parlamento? Será pelas promessas feitas e não cumpridas? Será pelo desemprego? Será pelo deficit?
Admito que estas causas contribuam para a manutenção da “doença”, mas francamente não creio que aqui resida a razão profunda do problema. Na realidade, a despeito do muito que se tem escrito e do muito mais que se tem dito, a política deixou de ter interesse porque quem a faz não transmite ideais, não transpira paixões, não comunica sonhos, não seduz. Quando os gestores substituem os Políticos e estes se afastam para dar lugar aos “técnicos”, a política perde alma e sem alma não tem nenhum interesse.
Quando participei no projecto de fundação da NovaDemocracia fi – lo porque acreditava, porque tinha um sonho, porque me moviam ideais para um Portugal que ambiciono grande e universal. Hoje continuo a acreditar, continuo a sonhar, continuo a mover-me por causas. Só assim sei estar na Política; só assim sei lutar; só assim considero possível estar num partido novo, dependente da força interior dos que nele se encontram.
Os últimos dias têm-me demonstrado que existem mais pessoas que sentem e pensam como eu e por isso eu acredito que temos todas as condições para alcançar os nossos objectivos em 2009.
Afinal é preciso sonhar, para se poder acreditar!
Por Manuel Monteiro, no Democracia Liberal

Parabéns ao Diário de Aveiro!

O Diário de Aveiro comemora, hoje, 21 anos de vida, num constante e atento olhar sobre a região. Defendemos hoje, como há 21 anos, uma rota editorial de órgão liberal, independente do poder político e do poder económico monopolista. Somos defensores da Democracia Pluralista, da Liberdade de Imprensa, da economia de mercado, da regionalização de Portugal e do reforço da integração Europeia como a melhor solução para os aveirenses, beirões, portugueses e europeus que também somos de pleno direito.

Hoje, mais do que fazer um balanço da actividade até agora desenvolvida importa olhar para o futuro e para as potencialidades de crescimento. Foram 21 anos de crescente dinamismo, relatando os acontecimentos de variadíssima ordem, tanto sociais, como políticos, económicos e desportivos do distrito de Aveiro.

Sendo uma presença incontornável no quotidiano dos aveirenses – muito além dos limites distritais – o Diário de Aveiro quer continuar a ser o porta-voz fiel das necessidades do povo desta região, bem como o porta-estandarte do que de melhor se faz em Portugal, nos negócios e na comunidade.

Continue a ler, por Adriano Callé Lucas, no Diário de Aveiro

domingo, junho 18, 2006

Inscrição sobre as ondas

Mal fora iniciada a secreta viagem

um deus me segredou que eu não iria só.

Por isso a cada vulto os sentidos reagem,

supondo ser a luz que deus me segredou.

David Mourão-Ferreira, in "A Secreta Viagem"

sábado, junho 17, 2006

Aos oitavos-de-final

E é tão boa...
a sensação de constatar que Portugal pode vencer em alguma coisa!

Em Portugal...

"Ser Professor"
por Jorge Ferreira, no Aveiro

Força Portugal!

sexta-feira, junho 16, 2006

Contra a Lógica Iberista

A Nova Democracia e o Partido Galeguista iniciaram hoje, no Porto, uma ronda de encontros apostada em combater a lógica iberista "de Lisboa e Castela" que, acusam, pretende fazer de Portugal e da Galiza meras províncias espanholas.

Com a devida vénia à Lusa

"A tentativa de Castela em relação às várias nações que constituem Espanha é a mesma que existe, encapotadamente, em relação a Portugal. Castela adoraria que Portugal passasse a ser mais uma região da Península Ibérica e todas as políticas portuguesas contribuem para que se caminhe a passos largos para o país ser mais uma região castelhana", afirmou à Lusa Manuel Monteiro, líder da Nova Democracia. O presidente da Nova Democracia falava após o encontro com uma delegação do Partido Galeguista, chefiada pelo seu secretário-geral, Manoel Soto, a que se seguirão outros nos próximos meses, alternadamente em Portugal e na Galiza.

"Com base neste pressuposto filosófico que contraria a lógica iberista, conveniente à classe política de Lisboa que está dependente da de Madrid, vamos abordar temas que contribuem para o aproximar de relações nos planos económico e cultural entre Portugal e a Galiza", explicou Monteiro. Para Manuel Monteiro, este contacto entre partidos políticos portugueses e galegos é uma forma de combater o iberismo, ao reforçar a relação entre a nação portuguesa e a galega.

"A nossa perspectiva é de que a Península Ibérica tem várias nações, entre as quais Portugal e a Galiza, que querem ter a sua autonomia e capacidade de afirmação políticas, convivendo em liberdade umas com as outras", afirmou. O primeiro encontro entre a Nova Democracia e o Partido Galeguista é, por isso, "o primeiro sinal vermelho político aos integracionistas iberistas que lá (em Castela) e cá (em Lisboa) vão proliferando", acrescentou.

Na mesma linha, o secretário-geral do Partigo Galeguista, Manoel Soto, afirmou à Lusa que o objectivo destes encontros é conseguir um entendimento a vários níveis, desde o cultural ao económico, "mas nunca a um uniformismo, como pretende o iberismo". O Iberismo é a doutrina política que advoga uma federação de Portugal com a Espanha, ou seja, a constituição de uma União Ibérica."

Saiba mais, aqui , aqui e aqui

quinta-feira, junho 15, 2006

Almada Negreiros «Maternidade»

Autor: José Sobral de Almada Negreiros (1893 - 1970)

Século XX (1935)

Tipo: óleo sobre tela - Dimensões: 100 x 100 cm

Local: Centro de Arte Moderna (Lisboa)

Portugal, Portugal

Tiveste gente de muita coragem
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória

Já tinhas meio mundo na mão

Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Tiveste muita carta para bater

Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta

Esbanjaste muita vida nas apostas

E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Fizeste cegos de quem olhos tinha

Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças

Difamaste quem verdades dizia

Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Ai, Portugal, Portugal

De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar

Jorge Palma

quarta-feira, junho 14, 2006

Exposição «Fotógrafos da Vida Selvagem 06»

Pelo segundo ano consecutivo as fotografias da vida selvagem invadem a Fábrica. Peixes, pássaros, ursos e orangotangos habitam o espaço da Fábrica ao longo de quatro meses e invadem o espaço da Fábrica com muitas actividades! Vá descobrir e conhecer, até 25 de Junho, os mais recentes inquilinos da Fábrica!

Esta exposição resulta do mais prestigiado concurso mundial de Fotografia de Natureza. Promovido pelo Museu de História Natural de Londres e pela revista BBC Wildlife, o concurso parte de cerca de 20 mil fotografias proveniente de mais de 50 países de fotógrafos amadores e profissionais. As fotografias vencedoras e finalistas do concurso estão em exibição durante todo o ano em várias partes do mundo. Aveiro fica no mapa desta grande exibição!

Mais agradecimentos

Ao HCastanhas - Castanhas e Ovos Móis; à Sophie - A outra face; à Margarida - Eclético; ao Edgar; à Regina Abrantes e ao Rui Castanheira; ao Pedro Neves - DesportoAveiro ; ao João Carvalho Fernandes - Fumaças

Muito obrigada a todos!

Luz

Vai-se uma luz, outra existe,
nova aurora nos seduz;
deve ser muito mais triste
a gente deixar a luz.

in Este livro que vos deixo...
António Aleixo

Mais uma...

«Como a GM - Opel - AutoEuropa, muitas outras existiram. Em paralelo àquelas que desaparecem, muitas outras não poderão vir a surgir e a implementarem-se em Portugal por falta de condições.»
a ler, "GM - Opel - AutoEuropa", pela Margarida no Eclético

terça-feira, junho 13, 2006

Obrigada

A todos os que por aqui passaram ao longo de um ano de convivências e partilhas, estimulando dia-a-dia a construir blog! Um agradecimento especial aos que assinalaram o 1º aniversário do Arestália: ao António Torres - Faccioso; ao Jorge Ferreira - Tomarpartido; à Cristina - Contra Capa; ao Albatroz - 100 Stress; ao Sérgio - Almurahhal; à Pé de Salsa - Nós e os Outros; ao Terra & Sal - Salmarítimo; ao Pedro Santos Cardoso - Dolo Eventual; ao Torquato da Luz - Ofício Diário; à Isabel - Piano; à Sónia - Doprazer; ao José Alberto Mostardinha - Estados Gerais; ao Miguel Araújo - Debaixo dos Arcos; ao A. J. Brandão de Pinho - Statu Quo; ao João Oliveira, à Maria Tavares e ao Luís Filipe.

Lacunas da cultura em Aveiro

Aveiro dispõe de um dos mais belos espaços da cidade para dedicar à cultura. O Centro Cultural e de Congressos de Aveiro é por excelência um dos mais bonitos Centros Culturais de Portugal. Pena é, que já no anterior executivo de Alberto Souto, tenha sido tomado pelos serviços da Câmara Municipal que cercou espaços e invadiu os foyers dos auditórios e algumas salas, com gabinetes, serviços financeiros e bar para funcionários. Maior pena ainda, é que os próprios auditórios não estejam a ser aproveitados nas suas potencialidades e se encontrem cada vez mais «às moscas».

Um artigo publicado no Diário de Aveiro no passado sábado, dá-nos conta que a ocupação dos auditórios tem vindo a decrescer e nos últimos meses de Fevereiro a Abril, tem sido mesmo residual. Segundo dados específicos informam-nos que «em Fevereiro último o grande auditório não foi utilizado e o pequeno auditório foi ocupado durante quatro dias do mês, uma das quais numa acção de formação da Câmara, enquanto que as salas do rés-do-chão serviam para uma exposição durante dois dias. No mês seguinte de Março, o grande auditório foi utilizado durante oito dias e o pequeno auditório serviu para receber seis realizações, o hall do rés-do-chão para uma exposição de um dia e a sala 2, também do rés do chão, para uma acção de formação durante dois dias. Em Abril, o grande auditório, até dia 13, recebeu duas iniciativas, concretamente, uma palestra e uma peça de teatro e o pequeno, esteve ocupado durante três dias do mês».

O panorama da utilização dos auditórios é de facto desolador e não nos parece digno de espaços tão bons, nem de uma cidade que possui um dos maiores e mais importantes pólos universitários do país. Enquanto o Campus Universitário de Santiago da Universidade de Aveiro, cresce a olhos vistos, os lugares e os tempos dedicados à cultura decrescem inexplicavelmente. Algo vai mal na gestão cultural da cidade e chamamos a atenção das entidades competentes que há que reparar a situação o mais rápido possível.

Na passada noite de sábado a NovaDemocracia saiu para as ruas de Aveiro para uma acção política do 10 de Junho, Dia de Portugal, e todos pudemos constatar o movimento de pessoas de todas as idades que se encontrava passeando e concentrando pelos bares e explanadas das cidades. Há que oferecer à população mais alternativas do que passear, comer e beber. A cultura pode e deve conciliar-se com os outros prazeres da vida e obter a possibilidade de uma oferta cultural mais rica pode e deve fazer parte dos nossos objectivos. Será bom que o actual executivo municipal tome nota desta realidade, sob pena de ver principalmente os seus jovens, saírem para outras cidades à procura do que não conseguem encontrar em Aveiro.

Exemplo elucidativo do que acabo de escrever, ocorreu com a recente Feira do Livro. Realizada num bonito espaço mas exíguo, com poucos expositores, uma Feira pobre que nos deixou inconsoláveis e aqueles que realmente esperavam por esta altura do ano para investir em livros com oportunidades especiais, acabaram por se deslocar a outras cidades do país onde a oferta é significativamente diferente. Aveiro merece mais, e as suas gentes merecem melhor!
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

domingo, junho 11, 2006

A apoiar a Selecção Portuguesa, também na net!

Estou a ver o jogo, numa altura em que Portugal já marcou um golo a Angola, embora esteja muito longe de se poder dizer que "já está no papo".

Um pouco por todos os blogues portugueses, apoia-se a nossa selecção.

Mas, de forma surpreendente, podemos também acompanhar no RCP ONLINE [só em directo ou ao vivo] comentários da partida a par e passo!

FORÇA PORTUGAL

sábado, junho 10, 2006

Esperança


«O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.»

Willian George Ward

1º Aniversário

Dia de Portugal

As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obdeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Os Lusíadas", I. 1,2,3.
Luís de Camões

sexta-feira, junho 09, 2006

Manuel Monteiro com a NovaDemocracia amanhã em Aveiro

Iniciativa em Braga, Porto e Aveiro

10 de Junho - QUE PORTUGAL ESTAMOS A COMEMORAR?

No próximo dia 10 de Junho a Nova Democracia vai distribuir o desdobrável anexo, perguntando que PORTUGAL estamos afinal a comemorar? » »


Amanhã, em Aveiro, pelas 21h30, o líder da NovaDemocracia Manuel Monteiro, Susana Barbosa e o Porta-Voz das Novas Gerações Luís Lacerda, encontram-se com militantes e simpatizantes da NovaDemocracia na rotunda dos Arcos, junto ao Hotel Arcada, frente ao Fórum de Aveiro, para uma acção de rua de sensibilização do Portugal que somos hoje!

Saiba mais informações

Pois... o que eu esperava

A ler:

Igualzinho a Jorge Samapio

num Blogue livre de condecorações presidenciais.

A Promiscuidade

Aveiro tem vivido nos últimos meses com um vereador municipal à Beira-Mar plantado. A história é conhecida: um vereador do CDS na coligação que governa a Câmara tem acumulado as suas funções municipais com as de dirigente de um clube de futebol, o qual, por mero acaso tem um conhecidíssimo contencioso financeiro com a autarquia e que para o thriller ficar completo, diga-se, é presidido pelo seu pai! Desde já faço uma prevenção. Não me interessa o nome do vereador nem o nome do clube. Apenas me interessa analisar a situação e os princípios de conduta pública que se devem observar nestas situações. Partindo do princípio que Portugal, apesar da pouca vergonha que campeia por aí, ainda não será propriamente um qualquer regime africano ou latinoamericano…
Continue a ler, por Jorge Ferreira, no Aveiro

quinta-feira, junho 08, 2006

Costa Nova (1)

Costa Nova (2)

Costa Nova (3)

Costa Nova (4)

quarta-feira, junho 07, 2006

AIDA TROPHY 2006

23, 24 e 25 de Junho
3ª Edição do AIDA TROPHY 2006 “COMPETITIVIDADE E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL”

A 17 de Janeiro de 2006 a AIDA – Associação Industrial do Distrito de Aveiro, comemorou 20 anos de existência ao serviço do Associativismo, associado a uma responsabilização nas tarefas do desenvolvimento económico, social e cultural da região.
Neste âmbito estão previstas diversas iniciativas, a decorrer no 1º semestre de 2006, entre as quais a 3ª Edição do AIDA TROPHY a decorrer nos dias 23, 24 e 25 de Junho de 2006, tendo por base a temática central “Competitividade e Estratégia Empresarial”.

Esta iniciativa pretende promover um desafio junto do tecido empresarial da Região de Aveiro, permitindo às organizações adquirir um desenvolvimento pessoal e de grupo, colocando aos participantes que integram as equipas um programa aliciante repleto das situações mais adversas, estimulando assim, a vontade de superar limites, vencer os desafios, partilhar vitórias e decepções e posteriormente obter um vasto leque de conhecimentos e resultados.

Saiba mais informações

Escolha

«Escolher e recusar são condições do próprio destino - tal como escolher e aceitar, igualmente. (...) escolher ser livre é tomar um caminho difícil e muitas vezes incompreensível.»
Francisco Viegas
(JN - via Citador)

terça-feira, junho 06, 2006

Incómodos de uma sociedade de consumo

Se tempo houve em que apenas em algumas cidades poderíamos obter determinados bens, hoje essa situação inverteu-se de tal forma que sentimos uma passagem de “oito para oitenta”. Deixou de ser “chique” ir ao estrangeiro fazer compras e toda a gente tem um maior acesso a todo e qualquer tipo de bem. Se esta constatação representa uma popularização do consumo e uma melhoria da qualidade de vida generalizada, por outro lado, existindo uma exagerada quantidade de centros comerciais no nosso país e uma oferta de produtos cada vez maior, a sua qualidade apesar do aumento de artigos certificados, deteriora-se de dia para dia.

Usar e deitar fora, é o lema dos tempos que correm. Tudo passa de moda. As extraordinárias campanhas de marketing encarregam-se das lavagens cerebrais aos consumidores. Se no ano passado a moda foi o verde às riscas, este ano será o rosa, renegam-se as riscas e enaltecem-se quadradinhos! Os produtos de limpeza multiplicam-se e quando há uns anos atrás um determinado detergente tinha uma acção eficaz, hoje já não é suficiente porque para obter um bom resultado, só à custa de aditivos e surgem os tira-nódoas, os amaciadores, etc., etc.,.

As nossas casas entralham-se de mais e mais e cada vez os produtos valem menos. Um simples coador de chá que antes durava uma década, agora tem de ser substituído no prazo de meio ano. É mesmo uma maçada!

Sempre considerei ir às compras um trabalho necessário da rotina doméstica e agora dou comigo com listas cada vez maiores. Não porque os hábitos tenham mudado, mas porque a sociedade de consumo assim nos obriga. É um enorme desconforto e despesa ser obrigado a comprar o mesmo artigo mais vezes.

As crianças são as maiores vítimas desta sociedade de consumo de que todos somos cúmplices. A oferta de brinquedos existente inicia desde logo a viciação na criança, que é induzida a “ter”, ao som das músicas das publicidades e dos fantásticos anúncios do impossível! Não há como escapar. Este mundo é latente nas nossas casas, nas nossas ruas, nas nossas escolas.

O mais grave de todo este processo consumista, é que ele faz parte dos princípios da sociedade em que vivemos. Também a educação dos nossos filhos passa necessariamente por aquilo que aprendem a consumir e o lema do descartável é tanto mais assustador quanto a construção de seres humanos que vivem para a manutenção material das suas necessidades que se sobrepõe aos princípios básicos da preservação, da reflexão e da gratidão pelo que há de mais belo na natureza e na existência humana.

(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

segunda-feira, junho 05, 2006

Trabalho

«O trabalho só assusta as almas fracas.»
Luís XIV
França [1638-1715]

E o trabalho?

1. Nas vésperas da comemoração do Dia de Portugal é legítimo que interroguemos: afinal o que comemoram os dirigentes actuais? A força económica do País? As descobertas científicas dos seus investigadores? O alto nível de vida dos seus cidadãos? A ausência de pobres e excluídos na sociedade? A independência financeira? O que comemoram afinal? A língua? A história? O passado? Mas em que contribuíram os actuais dirigentes para esses feitos?
Por outro lado que sentimento terão os mesmos dirigentes quando há cada vez mais portugueses a clamarem pela integração em Espanha (ou a serem a isso indiferentes), perante o estado de degradação a que chegamos? Creio que as comemorações traduzem uma cada vez maior hipocrisia da parte de muitos. O Portugal comemorado já não existe, faz de conta, e quem o esquece ou finge esquecer não é Patriota!
2. Quando os deputados da Nação alteram o seu horário de trabalho para verem um jogo de futebol o País não pode ter grande fé no seu presente. Que dirão estes altos dignatários se as escolas, as empresas, as repartições públicas, os hospitais, as polícias, os transportes, fizerem o mesmo? Terão autoridade sequer para se pronunciar? Afirmo a minha vergonha e a minha tristeza perante tal estado de coisas. Sinto-me indignado e profundamente revoltado e pergunto-me com que direitos se pedem sacrifícios ao Povo se o exemplo é cada vez pior?
3. Por cá, e sempre que há alguns feriados, o País pára de trabalhar e vai a banhos. Triste e crua realidade que conduziu um Povo a fazer de conta que é rico, quando conta cada vez menos no panorama internacional.
Por Manuel Monteiro, no Democracia Liberal

Sever do Vouga quer ter mirtilos certificados

No ano em que completa dez anos de existência, a Mirtilusa em parceria com a Câmara Municipal de Sever do Vouga, concentram esforços para aumentar a qualidade dos mirtilos e apostar na profissionalização do sector no Concelho.

O objectivo é dar ainda mais qualidade ao fruto azul produzido em Sever do Vouga, o mais apetecido da Europa. O caminho passa por uma maior qualificação dos produtores de mirtilos, através da acreditação da Mirtilusa.

Desta forma, a Câmara Municipal irá dar apoio técnico para o processo, que vai formar formadores para a área de produção de mirtilos, ou seja, agricultores, produtores e pessoas que estejam envolvidas com os mirtilos vão conseguir o reconhecimento das suas competências através da acreditação da autarquia.

in Jornal Beira Vouga

sábado, junho 03, 2006

Passeio Alegre

Chegaram tarde à minha vida
as palmeiras. Em Marraquexe vi uma
que Ulisses teria comparado
a Nausica, mas só
no jardim do Passeio Alegre
comecei a amá-las. São altas
como os marinheiros de Homero.
Diante do mar desafiam os ventos
vindos do norte e do sul,
do leste e do oeste,
para os dobrar pela cintura.
Invulneráveis — assim nuas.


Eugénio de Andrade
[Rente ao Dizer (1992) - in Poesia]
Porto, Fundação Eugénio de Andrade, 2000

sexta-feira, junho 02, 2006

Questões de peso

«Nos últimos tempos tem voltado à baila o problema da falta de peso político de Aveiro. É um tema recorrente sempre que se sente que os problemas do concelho e da região que Aveiro representa não andam nem desandam. Sobretudo, porque a tentação da comparação imediata com Coimbra é irreversível e, naturalmente, desfavorável.»
Continue a ler, "O Peso Político", por Jorge Ferreira, no Aveiro

A saúde é essencial à felicidade

Para saber o quanto a nossa felicidade depende da jovialidade do ânimo e este do estado de saúde, é preciso comparar a impressão que as mesmas situações ou eventos exteriores provocam em nós nos dias de saúde e vigor com aquela produzida por eles quando a doença nos deixa aborrecidos e angustiados. O que nos torna felizes ou infelizes não é o que as coisas são objectiva e realmente, mas o que são para nós, na nossa concepção. É o que anuncia Epicteto: O que comove os homens não são as coisas, mas a opinião sobre elas. Em geral, 9/10 da nossa felicidade repousam exclusivamente sobre a saúde. Com esta, tudo se torna fonte de deleite. Pelo contrário, sem ela, nenhum bem exterior é fruível, seja ele qual for, e mesmo os bens subjectivos restantes, os atributos do espírito, do coração, do temperamento, tornam-se indisponíveis e atrofiados pela doença. Sendo assim, não é sem fundamento o facto de as pessoas se perguntarem umas às outras, antes de qualquer coisa, pelo estado de saúde e desejarem mutuamente o bem-estar. Pois realmente a saúde é, de longe, o elemento principal para a felicidade humana. Por conta disso, resulta que a maior de todas as tolices é sacrificá-la, seja pelo que for: ganho, promoção, erudição, fama, sem falar da volúpia e dos gozos fugazes. Na verdade, deve-se pospor tudo à saúde.
Arthur Schopenhauer
Alemanha [1788-1860] Filósofo
in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida' (via Citador)

quinta-feira, junho 01, 2006

Nunca é demais lembrar (1)

"Às vezes tenho vontade de morrer"

[Menino de 12 anos - Imbituba]

Veja mais testemunhos de crianças maltratadas em Palmada já Era

Nunca é demais lembrar (2)


Comemora-se hoje o Dia Mundial da Criança. Um relatório da agência do Vaticano revela que há 860 milhões de crianças a sofrer em todo o Mundo. A fome, a SIDA e o tráfico humano são as principais ameaças.

Continue a ler

«O outro lado da noite»

Se nunca assistiu a um espectáculo de teatro de luz negra prepare-se para assistir a qualquer coisa de diferente. Escusa de levar consigo o seu imaginário, porque ele vai estar no CETA (Círculo Exprimental de Teatro de Aveiro), à sua espera. Irá entrar no mundo fascinante que o teatro de luz negra proporciona: o das formas brilhantes que, magicamente, percorrem o espaço, se deslocam, flutuam, aparecem e desaparecem.

«O outro lado da noite», inspirado num texto de Álvaro Magalhães e encenado por Victor Valente é o novo trabalho, aconselhável a maiores de 12 anos, que o CETA irá apresentar no seu teatro de bolso, a partir de 2 de Junho.«A noite é um livro que se lê de olhos fechados. Onde nada há, sentimos a ofegante respiração de tudo. Há tantos sonhos no ar, à noite, que basta estender um pouco um braço para apanhar qualquer coisa. O outro lado do mundo representa a dimensão espiritual da existência, a qual nos damos ao luxo de dispensar.»

O espectáculo vai levar-nos a esse outro lado do mundo, o sítio da gente boa, que já partilhou connosco o ciclo intemporal do mito e da natureza.Viver um sonho mas com os pés bem assentes na terra é a nova proposta do CETA.

Mais informações aqui