Incómodos de uma sociedade de consumo
Se tempo houve em que apenas em algumas cidades poderíamos obter determinados bens, hoje essa situação inverteu-se de tal forma que sentimos uma passagem de “oito para oitenta”. Deixou de ser “chique” ir ao estrangeiro fazer compras e toda a gente tem um maior acesso a todo e qualquer tipo de bem. Se esta constatação representa uma popularização do consumo e uma melhoria da qualidade de vida generalizada, por outro lado, existindo uma exagerada quantidade de centros comerciais no nosso país e uma oferta de produtos cada vez maior, a sua qualidade apesar do aumento de artigos certificados, deteriora-se de dia para dia.
Usar e deitar fora, é o lema dos tempos que correm. Tudo passa de moda. As extraordinárias campanhas de marketing encarregam-se das lavagens cerebrais aos consumidores. Se no ano passado a moda foi o verde às riscas, este ano será o rosa, renegam-se as riscas e enaltecem-se quadradinhos! Os produtos de limpeza multiplicam-se e quando há uns anos atrás um determinado detergente tinha uma acção eficaz, hoje já não é suficiente porque para obter um bom resultado, só à custa de aditivos e surgem os tira-nódoas, os amaciadores, etc., etc.,.
As nossas casas entralham-se de mais e mais e cada vez os produtos valem menos. Um simples coador de chá que antes durava uma década, agora tem de ser substituído no prazo de meio ano. É mesmo uma maçada!
Sempre considerei ir às compras um trabalho necessário da rotina doméstica e agora dou comigo com listas cada vez maiores. Não porque os hábitos tenham mudado, mas porque a sociedade de consumo assim nos obriga. É um enorme desconforto e despesa ser obrigado a comprar o mesmo artigo mais vezes.
As crianças são as maiores vítimas desta sociedade de consumo de que todos somos cúmplices. A oferta de brinquedos existente inicia desde logo a viciação na criança, que é induzida a “ter”, ao som das músicas das publicidades e dos fantásticos anúncios do impossível! Não há como escapar. Este mundo é latente nas nossas casas, nas nossas ruas, nas nossas escolas.
O mais grave de todo este processo consumista, é que ele faz parte dos princípios da sociedade em que vivemos. Também a educação dos nossos filhos passa necessariamente por aquilo que aprendem a consumir e o lema do descartável é tanto mais assustador quanto a construção de seres humanos que vivem para a manutenção material das suas necessidades que se sobrepõe aos princípios básicos da preservação, da reflexão e da gratidão pelo que há de mais belo na natureza e na existência humana.
Usar e deitar fora, é o lema dos tempos que correm. Tudo passa de moda. As extraordinárias campanhas de marketing encarregam-se das lavagens cerebrais aos consumidores. Se no ano passado a moda foi o verde às riscas, este ano será o rosa, renegam-se as riscas e enaltecem-se quadradinhos! Os produtos de limpeza multiplicam-se e quando há uns anos atrás um determinado detergente tinha uma acção eficaz, hoje já não é suficiente porque para obter um bom resultado, só à custa de aditivos e surgem os tira-nódoas, os amaciadores, etc., etc.,.
As nossas casas entralham-se de mais e mais e cada vez os produtos valem menos. Um simples coador de chá que antes durava uma década, agora tem de ser substituído no prazo de meio ano. É mesmo uma maçada!
Sempre considerei ir às compras um trabalho necessário da rotina doméstica e agora dou comigo com listas cada vez maiores. Não porque os hábitos tenham mudado, mas porque a sociedade de consumo assim nos obriga. É um enorme desconforto e despesa ser obrigado a comprar o mesmo artigo mais vezes.
As crianças são as maiores vítimas desta sociedade de consumo de que todos somos cúmplices. A oferta de brinquedos existente inicia desde logo a viciação na criança, que é induzida a “ter”, ao som das músicas das publicidades e dos fantásticos anúncios do impossível! Não há como escapar. Este mundo é latente nas nossas casas, nas nossas ruas, nas nossas escolas.
O mais grave de todo este processo consumista, é que ele faz parte dos princípios da sociedade em que vivemos. Também a educação dos nossos filhos passa necessariamente por aquilo que aprendem a consumir e o lema do descartável é tanto mais assustador quanto a construção de seres humanos que vivem para a manutenção material das suas necessidades que se sobrepõe aos princípios básicos da preservação, da reflexão e da gratidão pelo que há de mais belo na natureza e na existência humana.
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)
3 Comments:
Susana:
Como é que a tal economia liberal poderia subsistir sem o consumo?
Qual seria a via de fuga? A via de combate a esta praga?
Cumprimentos do
Maréchal Ney
eu sou consumista...abusivamente. de uma certa forma de verticalidade: a TUA:beijo-te.
Cara Susana:
O seu artigo está muito bom, retrata uma realidade que ainda se torna mais gritante quando assistimos nesses mesmo sítios que refere á circulação de consumidores "com mais olhos que barriga".
É a conhecida política dos cartões de "pseudo-crédito".
Mas enfim, a célebre poupança portuguesa...já era.
Mas, com o devido respeito, permita que lhe deixe uma provocaçãozita.
Não haverá por "aí" uma qualquer contradição entre o que transpira da sua escrita e o que politicamente parece defender?
Cumprimentos.
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