domingo, outubro 01, 2006

Amor que morre

O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!

Florbela Espanca

2 Comments:

At 1:14 da tarde, Blogger veritas said...

Olá!

Grande mulher a nossa Florbela! Grande alma sofrega, só verdadeiramente entendida, no seu âmago, por outras almas igualmente sofregas...adorei a escolha do poema. Bom fim de semana.

Bjs.

 
At 6:06 da tarde, Blogger DE-PROPOSITO said...

A magia dos sonetos de Florbela Espanca.
Fica bem.
Manuel

 

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