Crise de valores, crise na direita
Os resultados obtidos nas eleições intercalares em Lisboa no passado domingo, não nos podem deixar indiferentes e merecem uma reflexão séria e objectiva.
Passados dois anos de mais um desgoverno socialista, seria mais que desejável o erguer do «cartão vermelho» ao PS nas eleições à Capital. Surpreendentemente, ou talvez não, dadas as péssimas estratégias utilizadas pelos partidos da direita, os socialistas ganham a Câmara Municipal de Lisboa e assistimos a um reforço generalizado pela vitória das esquerdas e a uma abstenção nunca antes registada, denunciando o desinteresse e descrédito dos cidadãos pela política em geral e pelos políticos em questão.
Passados dois anos de mais um desgoverno socialista, seria mais que desejável o erguer do «cartão vermelho» ao PS nas eleições à Capital. Surpreendentemente, ou talvez não, dadas as péssimas estratégias utilizadas pelos partidos da direita, os socialistas ganham a Câmara Municipal de Lisboa e assistimos a um reforço generalizado pela vitória das esquerdas e a uma abstenção nunca antes registada, denunciando o desinteresse e descrédito dos cidadãos pela política em geral e pelos políticos em questão.
A direita mais não pode colher, que o que semeou nestas eleições, e o que se viu foi uma direita desunida, desnorteada, tão mediática quanto ofuscada pelas luzes da ribalta. Mera ilusão, tudo mais do mesmo, não se conseguindo destrinçar a diferença, a sinceridade dos objectivos a que se propunham, e antes tomando assento em projectos pessoais, egocêntricos, deixando-se levar ao sabor das correntes e sem valores ideológicos. Foi uma pena, deu-se um brinde ao poder, ficou a perder Lisboa, ficou a perder Portugal.
Assim, nada voltará a ser igual. Instauram-se as crises de lideranças à direita. O PSD já antes fragilizado, volta à eterna dúvida sobre a «altura» do seu líder. O CDS-PP, mais fragmentado do que nunca, vê-se mais uma vez ludibriado com o «regresso do herói» Paulo Portas, que só mesmo a tontos pode ainda enganar. O PND, não teve perspicácia para tirar partido do momento único que teve em mãos, nem para tirar partido da crise já instalada na restante direita, deixando-se abater por mais do mesmo.
A direita está em crise. E é tão grave esta crise, quanto grave é a crise de valores que atravessamos no nosso país. «Como de pão para a boca», Portugal necessita de uma direita que lute verdadeiramente por princípios, de uma direita ideológica que não se acobarde aos poderes instituídos, que assente sem preconceitos o seu rumo na defesa dos interesses dos portugueses, na solidariedade e coesão do seu povo, no reconhecimento e mérito dos capazes e de tudo o que ainda temos de bom.
A verdadeira direita, tem de saber dar o exemplo, exigindo em primeiro lugar de si própria para poder exigir dos outros. Tem de ser livre e isenta das amarras do poder, dos compadrios, da corrupção a qualquer nível que ela exista. A verdadeira direita tem de ser uma direita unida, solidária, que só poderá ter a pretensão de entrar no «jogo», a partir do momento em que exista sinceramente fortalecida, com raízes, e sustentação ideológica forte que lhe imprima auto-confiança em si própria.
O PND-Partido da Nova Democracia, continuará a lutar por esta Nova Direita, na firme certeza de que só convencerá os eleitores, quando alcançar a maturidade de convencer em primeiro lugar as bases que o sustentam.
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)
5 Comments:
Sem esquecer uma profunda refundação ideológica.
Bom dia e bjinho Susana.
Bom dia e um abraço.
Bjinho Susana, bjinho.
Este comentário foi removido pelo autor.
O lider do PND já reconheceu que está gasto e velho para estas andanças. Só não reconheceu que o «seu» partido pura e simplesmente não existe. A Direita existe, há muitos anos e já foi dona e senhora deste país. Mas nada é eterno e agora está a ver passar os comboios. É a vida
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