quarta-feira, julho 11, 2007

Ser Patriota – Orgulho ou preconceito?

O patriótico, começa finalmente a cativar um lugar na sociedade portuguesa, felizmente, e principalmente junto dos nossos jovens, que já se aperceberam que sem sublimação, sem dignidade e sem auto-confiança, jamais poderemos constituir uma nação forte, independente, capaz de proteger os interesses nacionais e de preservar os valores mais importantes que nos unem, como a nossa história e as nossas tradições.

O amor à Pátria, considerado por muitos confrangedor, constitui já nos dias de hoje o único sentimento construtivo que nos poderá levar à luta pela elevação de Portugal. De certa forma, o regresso às origens no que de mais puro e íntegro esse regresso poderá representar, será o único caminho possível para o retomar de princípios e valores esquecidos pela sociedade e pelo capitalismo desenfreado que é urgente combater.

Este caminho que aqui hoje vos proponho, com moderação e reflexão, é um caminho duro, sem facilitismos, porque não se afigura fácil o futuro que nos espreita. Mas será o único caminho que poderá ir de encontro à genuína forma de servir os interesses da nação e dos portugueses.

Ser patriótico, implica ser um verdadeiro nacionalista que é aquele que acima de tudo defende a preservação das suas raízes, baseado em aspirações de dignidade para tudo e todos os que o rodeiam. Defender a natureza, defender os animais, defender os homens e o direito à vida, são causas primárias de um verdadeiro patriota.

Será natural que no nosso percurso de vida defendamos em primeiro lugar tudo o que nos é próximo. Estranho será quando alguém nos transmite ideias que pretendem salvar o mundo, mas que na prática do seu dia-a-dia constatamos que nem o seu semelhante dentro da sua própria casa consegue ajudar.

Assim, tal como eu que sou natural de Rocas do Vouga – Sever do Vouga, também é natural que eu sinta um carinho especial pela minha terra e por quem nela me viu nascer e andou comigo ao colo. E natural será ainda que eu me sinta grata aos pais que me criaram e me deram a vida, assim como identificada ao meu distrito, ao país que me viu crescer, ao continente onde me insiro, e por fim até ao planeta que a todos nos acolhe ou ao universo que nos mantém vivos, sempre por uma ordem de emoções e interesses crescentes, do que naturalmente nos está mais próximo.

Se infelizmente todos passamos na vida por incidentes locais, nacionais ou mundiais, o nosso instinto leva-nos de imediato a proteger quem nos é próximo. Em primeiro lugar atenderemos a quem temos connosco, depois aos restantes familiares e amigos, depois aos nossos vizinhos, às gentes da nossa terra, ao nosso povo, ao nosso continente… E tal como ser nacionalista é uma atitude natural de um ser humano equilibrado e em harmonia com a vida que aí desfruta, também ser patriota deveria ser uma postura normal de alguém que defende e pretende servir os interesses da nação onde nasceu.

Devemos pois perceber que para conseguir transformar Portugal e para sair deste «cinzentão» que parece insistir em descolorir o nosso povo, será necessário que em primeiro lugar tratemos da auto-estima do país, dignificando a nossa sociedade com actos de coragem e sinais de verdadeira mudança. Para nos tornarmos auto-confiantes, é necessário que acreditemos antes de mais em nós próprios e na nossa capacidade de lutar pelo que é nosso.

Comecemos pois, por amar e cuidar do que nos pertence, com orgulho de termos o que temos, e com orgulho de sermos o que somos. Aprendamos a gostar de nós próprios, da nossa cultura. Vamos à luta, sem amarras, pelas nossas raízes, pelos nossos princípios, pela nossa liberdade, mas sem preconceitos. Vamos com alma, com chama e com paixão, com o objectivo inquestionável de fazer melhor, porque os tempos terão de ser de viragem, dura, e crua, mas também de um caminho tão difícil quanto fascinante.

(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

5 Comments:

At 11:39 da tarde, Blogger Isabel said...

Estou absolutamente de acordo contigo.
Hoje, ao tentar reflectir com o meu filho sobre as raízes de ser português, ele acha a maior parte das coisas uma "piroseira". Fico triste.
Pois, pensei que não me iria acontecer isto; desde pequeno que ele foi habituado a visitar locais tipícos, a aprender a conviver com o ser português.


Bjt

 
At 10:58 da manhã, Blogger kinha said...

Passei para deixar um beijinho Susana.

 
At 11:25 da manhã, Blogger PintoRibeiro said...

Uma falsa questão. Preconceito de esquerda, naturalmente. Orgulho natural, evidentemente. Sem patroteirismo. À Alegre.
Bjinho Susana,

 
At 5:18 da manhã, Anonymous Anónimo said...

excelente Artigo.

Beijos. Su.


tem um bom dia...

(sempre)


y.

 
At 11:00 da manhã, Blogger SÓNIA P. R. said...

Bom fim de semana Susana. Bjinho.

 

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