Ano Novo - a dois milhões à hora...
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
É o ritmo a que a dívida externa de Portugal está a aumentar, e quem o afirmou foi Medina Carreira, fiscalista e ex-ministro das finanças, este mês de Dezembro. “Dois milhões de euros por hora” de aumento, de uma dívida que neste momento está calculada em cerca de 353 mil milhões de euros, o que representa praticamente 100% do PIB nacional, leva-nos a interrogar – mas que Ano Novo estará reservado para os portugueses?
Em tempo de profunda crise, que já todos reconheceram, mas que nem todos ainda perceberam, a real e possível dimensão, fala-se muito de desemprego, da asfixia das classes médias e das pequenas e médias empresas, do consequente e cada vez maior fosso entre ricos e pobres, de inflação, até já de deflação, do caótico e corrupto estado da banca nacional, das ajudas indevidas do nosso Estado aos detentores e gestores de grandes capitais, mas da dívida externa de Portugal e do seu abismal aumento, pouco se ouve falar ou debater, o que se torna ainda mais grave, pois é sinal evidente de omissão de um dos mais graves problemas do nosso país e da sua perda diária de independência, a que essa situação encaminha!
Medina Carreira admitiu ainda que, há um ano, já via o empobrecimento do país como uma realidade inevitável. No entanto, hoje, tem uma visão ainda mais pessimista. O ex-ministro das Finanças alertou que os portugueses vão reagir com «muito barulho» às dificuldades que estão a atravessar. «Portugal corre risco de instabilidade social» afirmou ainda Medina Carreira e alertou que podemos evoluir para uma situação idêntica à da Grécia. O ex-ministro das Finanças e fiscalista, considera que a crescente insatisfação dos portugueses pode gerar instabilidade.
Entretanto, Governo e governantes, vão sendo cada vez mais claros em relação à efectiva crise instalada em Portugal, e Teixeira dos Santos já reconheceu publicamente que as contas públicas também não vão melhorar em 2009 e que o défice pode chegar aos 3%, muito acima dos 1,5% previstos, há apenas alguns meses, pelo Governo, o que comprova um infeliz mas real ajustamento de números, que continuará por certo a aumentar negativamente, ao longo do novo ano que se aproxima.
Após a adesão à moeda única, em que se tornou mais fácil o financiamento externo, Portugal não tem parado de se endividar, ano após ano, e a situação é tão mais grave, quanto mais grave se torna toda uma conjuntura de crise internacional que não nos ajudará por certo a ultrapassar os nossos problemas internos, e ainda a aduzir, a nossa dependência paralela de bens de consumo do exterior, pelo facto de termos deixado de produzir, poderão em conjunto, levar inevitavelmente o país a «um beco sem saída».
À semelhança do que está já hoje a acontecer na crise, também inevitável, da «gigante China», com o regresso dos trabalhadores aos campos, também por cá se devem operar medidas semelhantes, e repensar modelos produtivos emergentes, que nos voltem a devolver a nossa liberdade e a nossa independência, enquanto é tempo.
Teremos pois «à porta» um novo ano, que nos exige a todos muita coragem para enfrentar problemas, e discernimento e bom senso, para encontrar soluções para os resolver em cada dia. Cruzar os braços e enfiar a cabeça na areia, não querendo admitir o óbvio, já não são atitudes possíveis, para os tempos difíceis que se avizinham a passos largos.
Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
À semelhança do que está já hoje a acontecer na crise, também inevitável, da «gigante China», com o regresso dos trabalhadores aos campos, também por cá se devem operar medidas semelhantes, e repensar modelos produtivos emergentes, que nos voltem a devolver a nossa liberdade e a nossa independência, enquanto é tempo.
Teremos pois «à porta» um novo ano, que nos exige a todos muita coragem para enfrentar problemas, e discernimento e bom senso, para encontrar soluções para os resolver em cada dia. Cruzar os braços e enfiar a cabeça na areia, não querendo admitir o óbvio, já não são atitudes possíveis, para os tempos difíceis que se avizinham a passos largos.
Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
5 Comments:
Susana: Eu pouco sei de política mas sei e muito da minha algibeira cada vez mais vazia.
Sei também que o falar por falar nada adianta, sei que se cada um de nós colocasse em prática tanta ideia que tem de economia de ajuda aos outros, do que está mal e do que está bem, estaríamos todos bem.
Agradeço-lhe a sua vinda ao meu blog é sempre agradável pode crer.
Um BOM ANO com muita saúde, pois se ela faltar não haverá mais nada.
Abraço
Maria
Não serão fáceis os tempos que se avizinham.
Ao longo dos últimos anos, mas sobretudo após a adesão à União Europeia, que o País vem perdendo autonomia económica. Se a adesão beneficiou alguém, não foi, com certeza, o povo em geral, como prova o significativo aumento de pobres. Fomos, sub-repticiamente comprados com os dinheiros da Comunidade, pagaram-nos para deixarmos de produzir, porque o que interessava era criar consumidores e não produtores. Basta entrar num qualquer supermercado para ver que assim é.
Ou invertemos este caminho, ou esta velocidade de dois milhões à hora, em breve decuplicará e já não haverá salvação…
Acresce que perdemos anos preciosos com mau ensino, educando gerações, não para empreendedores, não para trabalharem, mas, apenas, para terem emprego que, para cúmulo, a cada dia que passa, mais rareia.
Que 2009 cumpra os teus desejos. Um beijo.
Isso ao fim do dia é para cima de um dinheirão!
"bora" lá querida SU!
sempre.
que o tempo é-nos escasso para o futuro.
o meu abraçoooooooooooo.....
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