In-Justiças
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
É realmente extraordinária a falta de qualidade democrática que vivemos na actualidade em Portugal! O défice democrático traduzido pela actual maioria absoluta é tão grande, que ouvir falar de viver em “ditadura” passou a ser de novo lugar comum. A falta de liberdade, é portanto uma realidade, a partir do momento em que são ignorados os protestos dos cidadãos, por muito representativos que estes possam ser, e são exaltadas e inflexíveis as decisões de quem governa.
Será de crer que 120 mil professores de todo o país, que representaram na manifestação do passado sábado cerca de 85% desta classe em Lisboa, sejam todos destituídos de bom senso, e que sozinha a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, seja dona da razão?
São cegos e surdos governantes deste calibre, e Maria de Lurdes Rodrigues já deveria ter aprendido a lição com o seu colega Correia de Campos, ex-ministro da Saúde. Mas não, esta senhora protegida pela alucinação do poder, continua a reafirmar do alto do seu pedestal que rigorosamente nada se alterará, e que será para cumprir o modelo de avaliação dos professores porque, afirmou, «é o melhor para o país»!
Mas afinal em que país vivem este tipo de governantes?
Provavelmente não vivem no país, vivem apenas dentro de confortáveis gabinetes, onde planeiam projectos obsoletos, porque acreditam que a sua confortável maioria não lhes exige a necessidade de reinar sob a maçada de estudar os problemas reais, e de viajar pelo país real. Eles só se dignam a sair dos gabinetes para a sua vida pessoal, ou para receber os focos das luzes da ribalta que lhes continuam a ofuscar o pensamento, porque lhes oferecem um lugar inequívoco, e um tempo de antena privilegiado, nas “caixinhas” que ainda acreditam que fazem mudar o mundo.
Estão enganados. E infelizmente os tempos dar-nos-ão a razão. O mundo cá fora está em mudança e os erros têm sido tantos, que não haverá propaganda nem poder mediático que lhes valha. Ao contrário do que muitos pensam, o povo português está atento e prova disso foi o “peso” da manifestação de sábado, e estes professores, eles próprios enganados durante anos pela ilusão do socialismo, saberão reconhecer o seu equívoco, e na altura certa não se inibirão de levantar o merecido “cartão vermelho” a esta escandalosa governação.
Entretanto, as “in-justiças” continuam, e perante acusações de mais de duas dezenas de crimes, outra senhora do sistema, Maria de Fátima Felgueiras, vangloriou-se em praça pública pelas reconhecidas absolvições, e pasme-se, pela sua entendida vitória em tribunal… e quem somos nós, simples mortais, para duvidar das “ditas provas”, para duvidar dos juízes, ou para duvidar da justiça em Portugal?
Não admira pois, que no final do passado mês de Outubro, a OSCOT (Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo), organização presidida pelo general Garcia Leandro, que é uma associação científica e cultural da sociedade civil sem fins lucrativos e que tem como objectivo a investigação, o ensino, o debate e a divulgação das questões de segurança, tenha apresentado um relatório de estudo onde em entre outras conclusões, se percebe que os portugueses acreditam nas forças de segurança, mas não nos tribunais, pois segundo o estudo «Quase metade dos portugueses acham Portugal “razoavelmente seguro” e a maioria acredita nas forças de segurança, mas manifesta “pouca confiança” nos tribunais».
Não é admissível que o Plano de Prevenção ao Suicídio, criado pelo Ministério da Administração Interna, se demonstre tão pouco atento, tão pouco sério e ineficaz com as forças de segurança em Portugal. E não será por acaso que a pressão e o stress inerentes à profissão, continuem a levar militares da GNR e polícias ao suicídio, enquanto que ao que sabemos, os senhores juízes, senhores das suas sentenças, continuem imperturbáveis e a dormir descansados.
Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
1ª Signatária do Partido da Liberdade
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
2 Comments:
De facto, trata-se de uma verdadeira ditadura. Sub-repticiamente montada!
Ao longo dos últimos 30 anos formou-se uma classe de profissionais da política sem escrúpulos. Dizem-se democratas, mas agem como se fossem patrões deste País. Os cidadãos, apenas servem para os elegerem. Consumado o acto, logo os esquecem e às promessas que lhes fizeram, partindo para tratarem dos próprios interesses, que esses é que importam.
Não os preocupa que o País esteja cada vez mais inseguro, mais injusto, mais pobre e mais infeliz. Logo que a insegurança, a injustiça, a pobreza os não atinjam…estamos no melhor dos mundos.
O caso de Fátima Felgueiras é ilustrativo. O mínimo de dignidade levaria qualquer acusado daqueles crimes a demitir-se. Não o fez e poucos se insurgiram. O que só pode significar que, Dignidade, há muito pouca.
este país está uma verdadeira #miséria#.
deus como apetece fugir....
adoro te Su.
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