quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Euro, oportunidade ou embuste?

Torna-se pois por demais evidente o caos a que chegámos em Portugal. E não querer admiti-lo é adiar o estudo de soluções. Como este governo continua a «girar ao contrário» dos interesses dos portugueses...
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
É deveras interessante fazer uma recolha de assinaturas para constituir um novo partido. Não imaginam os leitores, o que nós aprendemos com aquilo que ouvimos dos cidadãos quando os interpelamos, e eles têm algum tempo para conversar e confessar o que lhes vai na alma sobre a política, os políticos e a situação dos portugueses.

Uma das queixas mais frequentes que escutamos é a lamentação sobre o euro face ao antigo escudo nacional. É unânime a ideia generalizada de que agora «o dinheiro vale menos» ou ainda de que «um euro não dá para nada».

Numa imediata análise sobre este tema é fácil concluir que as pessoas têm razão. É certo constatar que os juros bancários diminuíram, mas que em contrapartida, a título de exemplo fácil de expor, que o custo das habitações em Portugal subiu para mais do dobro. Na verdade com a introdução do euro, os arredondamentos passaram todos a ser feitos por excesso e desde a sua entrada em vigor que o custo de vida dos portugueses se agrava em ritmos desenfreados.

Prova do que ouvimos e do que afirmamos, foi o último estudo efectuado e publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre «A confiança dos portugueses». Este estudo apresentado em múltiplas variáveis, conclui que os portugueses são na Europa os cidadãos mais pessimistas e que têm menor confiança na economia. A par com esta conclusão adiciona-se sempre a irremediável afirmação «os preços sempre a aumentar e o ordenado não aumenta da mesma forma».

Em contrapartida, e de forma pouco séria ou diríamos mesmo anedótica, o governo de José Sócrates é o único da União Europeia (UE) que se mantém optimista e a prever para 2008 um crescimento em alta da economia. É por demais evidente que já ninguém acredita neste tipo de «folclore político», porque mais do que os próprios indicadores que existem para contrariar este tipo de «ilusões», todos sofremos «na pele e na carteira» o pesadíssimo aumento dos impostos e do custo de vida, que em conjunto «atiram» para o desemprego crescentes milhares de portugueses.

A corroborar tudo o expusemos nos parágrafos anteriores, pôde ser ainda avaliado e constatado na passada sexta-feira, na reportagem que a SIC Notícias tornou pública, sobre o inquérito efectuado sob o título «Famílias à beira da ruptura financeira». Neste estudo foi-nos dado a conhecer que o endividamento das famílias sofreu um aumento nos últimos dois anos de cerca de 118% e que actualmente a média das famílias sustenta nos bancos e nas demais empresas financeiras quatro créditos. A realçar ainda a desvalorização do dinheiro face à excessiva utilização dos cartões de crédito, que resulta em incumprimentos que acarretando juros e moras, diminui a disponibilidade financeira das famílias. Por último e segundo o mesmo estudo, o aumento efectivo das casas e os aumentos consecutivos das taxas de juro à habitação, têm levado famílias a verem os seus bens penhorados e em casos mais caóticos à falência das mesmas.

Torna-se pois por demais evidente o caos a que chegámos em Portugal. E não querer admiti-lo é adiar o estudo de soluções. Como este governo continua a «girar ao contrário» dos interesses dos portugueses, mais duas das «brilhantes» medidas na economia neste início de ano nos foram dadas a conhecer:

1. A descida do IVA de 21% para 5%, vejam bem, em quê? – Nos ginásios.
2. O aumento do leite, anunciado em 15%.

Mais palavras para quê se vivemos de actos?

Não admira pois que o estudo do INE tenha resumido as suas conclusões sobre os portugueses ao «desânimo». Nós aduzimos, porque não a «revolta»? É que este silêncio que envolve o nosso povo de «brandos costumes» começa a ser «ensurdecimento total», a bem do governo, que todos os dias nos desgoverna.

Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
(artigo publicado na edição de ontem do Diário de Aveiro)

2 Comments:

At 8:53 da tarde, Blogger PintoRibeiro said...

Sem tempo, sem tempo mesmo nenhum.
Vim deixar um bjinho.
( Manda ).

 
At 12:50 da tarde, Blogger isabel mendes ferreira said...

como se faz?


:)


beijo Su.

 

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