O défice da democracia portuguesa
Curioso ainda, é que mediante tão penalizador e vergonhoso estudo para Portugal, tão poucos comentadores políticos tenham pegado até à data neste assunto. Também não será difícil para o mais comum dos cidadãos, questionar porquê. – Será porque eles próprios se envergonham deste estudo? – Será porque a eles próprios lhes interessa não realçar ainda mais esta matéria? – Ou será apenas porque hoje em dia em Portugal, só temos comentadores políticos do próprio sistema a quem é permitido dar voz?
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
Um artigo publicado esta semana no Diário de Notícias, e também anunciado na RTP1 e na SIC sobre as conclusões da Demos, uma organização não governamental (ONG) britânica, que tem por principal objectivo "pôr a ideia democrática em prática" através, por exemplo, de estudos, coloca Portugal numa péssima posição face à qualidade da democracia portuguesa em relação aos vinte e cinco países da União Europeia (UE), analisados no estudo em questão.
Assim, é-nos dado a conhecer que a Demos divulgou no final do passado mês de Janeiro, um “top” de avaliação da qualidade democrática em 25 países da UE, denominado «Everyday Democracy Index» (EDI), cuja tradução possível adoptada, será «Index da Democracia Quotidiana», e que se tratou de uma avaliação minuciosa, envolvendo mais itens do que o normal em estudos deste género, não se ficando apenas pelos aspectos formais da democracia (como são as análises às eleições regulares), mas indo muito mais longe, avaliando até mesmo o empenho popular na solução democrática dos seus problemas e, por exemplo, a qualidade da democracia dentro das relações familiares.
Lamentavelmente, todavia já não seja surpreendente, o referido estudo através do seu EDI, constata que Portugal está em 21º lugar no que concerne à qualidade da sua democracia, ficando apenas à frente da Lituânia, da Polónia, da Roménia e da Bulgária.
Outros países que até há bem pouco tempo faziam parte do rígido «império soviético», e que só recentemente passaram a fazer parte da UE, encontram-se melhores classificados que Portugal segundo este “top”, empurrando para o fim das tabelas a democracia portuguesa, que acabou de completar 34 anos no passado dia 25 de Abril, e que só mesmo fechada dentro da Assembleia da República poderia merecer os rasgados elogios dos políticos de sempre, alheados da realidade «cá de fora», e fazendo de conta que os «cravos vermelhos» são suficientes para hastear bandeiras de democraticidade.
Trinta e quatro anos volvidos, percebe-se que mais difícil que fazer uma revolução, é colocar em prática os ideais dessa mesma revolução. E não seria necessário este estudo da Demos, para nós afirmarmos tantas vezes como é sabido, que esta democracia está doente, corrupta e decadente, e para insistentemente andarmos a fazer artigos e acções de alerta, e tantas, tantas vezes a bater na «mesma tecla» …
A vida cívica ou a democracia laboral, são variáveis onde ocupam lugares cimeiros países ao nível da Suécia ou da Dinamarca, ao invés de Portugal, e não será por acaso, que no que diz respeito à análise deste estudo aos «serviços públicos» especificamente, o nosso país seja mesmo acantonado para um 23º lugar, ainda pior que a média do 21º alcançada no seu todo, onde mais uma vez a Dinamarca lidera o “top”.
Curioso ainda, é que mediante tão penalizador e vergonhoso estudo para Portugal, tão poucos comentadores políticos tenham pegado até à data neste assunto. Também não será difícil para o mais comum dos cidadãos, questionar porquê. – Será porque eles próprios se envergonham deste estudo? – Será porque a eles próprios lhes interessa não realçar ainda mais esta matéria? – Ou será apenas porque hoje em dia em Portugal, só temos comentadores políticos do próprio sistema a quem é permitido dar voz?
É que de «democracia» neste país temos cada vez menos, e os resultados estão aí à vista desarmada, e de resto, não será por acaso que falamos de falta de liberdade… é que agora é a «ditadura» que está a «passar por aí» … só não quer ver quem é protegido do sistema, e infelizmente depois de maiorias absolutas são tantos. Mas se realmente queremos a qualidade da democracia que merecemos, a mudança está nas nossas mãos!
Assim, é-nos dado a conhecer que a Demos divulgou no final do passado mês de Janeiro, um “top” de avaliação da qualidade democrática em 25 países da UE, denominado «Everyday Democracy Index» (EDI), cuja tradução possível adoptada, será «Index da Democracia Quotidiana», e que se tratou de uma avaliação minuciosa, envolvendo mais itens do que o normal em estudos deste género, não se ficando apenas pelos aspectos formais da democracia (como são as análises às eleições regulares), mas indo muito mais longe, avaliando até mesmo o empenho popular na solução democrática dos seus problemas e, por exemplo, a qualidade da democracia dentro das relações familiares.
Lamentavelmente, todavia já não seja surpreendente, o referido estudo através do seu EDI, constata que Portugal está em 21º lugar no que concerne à qualidade da sua democracia, ficando apenas à frente da Lituânia, da Polónia, da Roménia e da Bulgária.
Outros países que até há bem pouco tempo faziam parte do rígido «império soviético», e que só recentemente passaram a fazer parte da UE, encontram-se melhores classificados que Portugal segundo este “top”, empurrando para o fim das tabelas a democracia portuguesa, que acabou de completar 34 anos no passado dia 25 de Abril, e que só mesmo fechada dentro da Assembleia da República poderia merecer os rasgados elogios dos políticos de sempre, alheados da realidade «cá de fora», e fazendo de conta que os «cravos vermelhos» são suficientes para hastear bandeiras de democraticidade.
Trinta e quatro anos volvidos, percebe-se que mais difícil que fazer uma revolução, é colocar em prática os ideais dessa mesma revolução. E não seria necessário este estudo da Demos, para nós afirmarmos tantas vezes como é sabido, que esta democracia está doente, corrupta e decadente, e para insistentemente andarmos a fazer artigos e acções de alerta, e tantas, tantas vezes a bater na «mesma tecla» …
A vida cívica ou a democracia laboral, são variáveis onde ocupam lugares cimeiros países ao nível da Suécia ou da Dinamarca, ao invés de Portugal, e não será por acaso, que no que diz respeito à análise deste estudo aos «serviços públicos» especificamente, o nosso país seja mesmo acantonado para um 23º lugar, ainda pior que a média do 21º alcançada no seu todo, onde mais uma vez a Dinamarca lidera o “top”.
Curioso ainda, é que mediante tão penalizador e vergonhoso estudo para Portugal, tão poucos comentadores políticos tenham pegado até à data neste assunto. Também não será difícil para o mais comum dos cidadãos, questionar porquê. – Será porque eles próprios se envergonham deste estudo? – Será porque a eles próprios lhes interessa não realçar ainda mais esta matéria? – Ou será apenas porque hoje em dia em Portugal, só temos comentadores políticos do próprio sistema a quem é permitido dar voz?
É que de «democracia» neste país temos cada vez menos, e os resultados estão aí à vista desarmada, e de resto, não será por acaso que falamos de falta de liberdade… é que agora é a «ditadura» que está a «passar por aí» … só não quer ver quem é protegido do sistema, e infelizmente depois de maiorias absolutas são tantos. Mas se realmente queremos a qualidade da democracia que merecemos, a mudança está nas nossas mãos!
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
2 Comments:
Bfs. Um beijo
O Presidente a Republica anda preocupado, até juntou para um debate os Jotas do costume.
O BE ficou de fora e já anda a protestar.
A juventude e o povo ligam pouco ou nada à política, a meu ver não é mau, porque estão desiludidos com os partidos do sistema. Agora só falta um partido verdadeiramente patriota e preocupado com o social para canalizar o descontentamento.
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