quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Desmascarado, o desemprego aumenta

Carnavais à parte, a nossa realidade é dura e a vida dos portugueses não melhora. Volvidos dois anos sob a eleição de José Sócrates, apesar de apoiado numa “máquina brutal” de marketing, o “estado de graça” do governo é desmascarado pelos números. A fabricação de imagem tem limites e o ilusionismo também!
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego do último trimestre, atingiu os 8,2%, ou seja, mais 0,8% que nos três meses anteriores e mais 1,2% do que havia atingido em igual período do ano anterior. Portugal tem neste momento cerca de 460 000 desempregados, um tormento real que nenhum político deste actual governo, por muito que o tente, poderá desmentir.
Segundo o relatório do INE, trata-se do maior desemprego dos últimos vinte anos e ainda assim os nossos governantes continuam a querer iludir-nos com a retoma da economia nacional, numa altura em que os nossos efectivos indicadores económicos nos arrastam para a cauda desta Europa, mesmo já sendo em alguns casos ultrapassados por países que aderiram recentemente à União Europeia, como é o caso da Polónia ou mesmo da Hungria.
No distrito de Aveiro, o panorama não é, infelizmente, diferente. Sobre os relatórios mensais do Instituto de Emprego e formação Profissional (IEFP), que já são por si só arrasadores, veio recentemente a União de Sindicatos de Aveiro (USA), contrapor que «os números não são condizentes com a realidade do desemprego», «há muito mais desempregados do que aqueles que são reproduzidos pela informação distribuída pelo IEFP», afirmou há dias o dirigente sindical Joaquim de Almeida, em artigo publicado no Diário de Aveiro.
As movimentações estatísticas no nosso país são imensas, as avaliações de estudos e mais estudos são contraditórias, existe uma espécie de “resultados à vontade do freguês”. Vive-se na análise de dados como na própria economia, ou seja, num caos total, em que só há lugar para o crescimento das multinacionais, da banca, das financeiras ou ainda das seguradoras. A análise dos grandes não serve os pequenos e vice-versa, conforme sempre acontece nas sociedades onde as diferenças sociais são um abismo.
Portugal caminha a passos largos para a perda da sua independência e o aumento consecutivo do desemprego é fruto da má gestão deste país. Diz-se que “o pior cego é o que não quer ver”. No nosso caso, creio que mais que “o ver” é traduzido pelo “sentir”, não se admirem, portanto, que a criminalidade aumente, a insegurança aumente e que os portugueses estejam de novo a emigrar. Ninguém protesta, ninguém acredita, mas os portugueses viram todos os dias as costas aos políticos e ao país e vão-se embora daqui. Esta é que é a verdade e essa não usa máscara!
(Publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

7 Comments:

At 7:01 da tarde, Blogger Elise said...

Olá Susana, passei para te ler. Bjos

 
At 4:22 da tarde, Blogger isabel mendes ferreira said...

um abraço forte. demorado.


_________________!

 
At 4:22 da tarde, Blogger isabel mendes ferreira said...

um abraço forte. demorado.


_________________!

 
At 10:01 da tarde, Blogger martim de gouveia e sousa said...

é clara a desmotivação. bjo.

 
At 10:19 da tarde, Blogger Nilson Barcelli said...

O país não tem lastro para se aguentar...
Na minha modesta opinião, os governos não têm muita influência no emprego, a menos que desatem a fazer grandes investimentos públicos. Mas o controlo do défice não permite grandes veleidades. Compete, assim, à iniciativa privada a criação de emprego. Mas é tudo muito complicado com a globalização, pois muitos produtos são importados a preços mais baixos que os de produção em Portugal.
Penso, por isso, que se o desemprego não subir muito, já não é mau. Não há grandes soluções à vista para resolver o desemprego...
Mas que estamos mal, isso estamos.
Beijos.

 
At 8:14 da manhã, Blogger AC said...

A responsabilidade dos governos é a de criar condições para que o emprego surja, as empresas se instalem e a economia se desenvolva, isto a propósito do comentário do Nilson.

E para que tal aconteça, a burocracia tem de ser eliminada, os impostos razoáveis, e não estou a falar somente dos impostos sobre os lucros, porque a carga fiscal actual onera de tal forma os custos de produção que nenhuma empresa é competitiva desde que produza a partir deste país. Pensemos apenas no custo da energia, dos combustíveis ou dos 21% de IVA. Não há empresa que possa ser viável neste cenário. Por isso, por cada 100 empregos criados, há 1.000 novos desempregados.

Cpts

 
At 3:21 da tarde, Blogger José Manuel Dias said...

A Espanha teve o dobro do nosso desemprego e não foi por isso que se afundou...Hoje é uma das economias que apresenta maior dinamismo. O que penaliza um país é esse discurso miserabilista, herdado do salazarismo...
Seja optimista! Ainda tem idade para isso.
Cumps

 

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