quarta-feira, março 04, 2009

Portugueses mais inseguros

Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
Não é novidade para ninguém, mas apenas a constatação do que todos já vimos sentindo há muito tempo: cada vez existe maior insegurança em Portugal.

Segundo um estudo sobre "Segurança, Protecção de Dados e Privacidade em Portugal", os portugueses sentem-se cada vez mais inseguros em Portugal e 61,8 por cento dos inquiridos admitem que a segurança irá piorar. «Cerca de 44,5 por cento dos inquiridos consideram Portugal um país pouco ou nada seguro», diz o estudo, desenvolvido pela consultora PremiValor Consulting para a ADT Fire & Security e que envolveu 860 questionários, no período entre 10 de Novembro e 11 de Dezembro de 2008, em Lisboa, Porto, Faro, Évora, Castelo Branco, Amadora e Loures.

Para além do "carjacking" (roubo de viaturas sob ameaça ou violência contra o condutor/proprietário) que é uma situação que preocupa 33,3 por cento dos entrevistados, que consideram «elevada ou muito elevada a possibilidade de ser alvo de uma situação deste tipo», os três locais vistos como menos seguros são a via pública / ruas (80,1 por cento), discotecas e bares (77,5 por cento) e parques de estacionamento (77,5 por cento).

Nas nossas cidades para além dos tradicionais assaltos em série a viaturas e a habitações, passaram a ter lugar comum, os assaltos em plena via pública, de dia ou de noite, a pessoas que de repente se vêem ameaçadas com facas ou navalhas, o que faz com que elas rapidamente entreguem ao assaltante os haveres que no momento transportam consigo.

Ainda no dia de ontem tomámos conhecimento de um assalto a um jovem, que sob ameaça do assaltante, entregou a sua carteira na qual guardava também as chaves de casa. Pois o assaltante, não satisfeito com o que lhe terá rendido o crime, retirou a morada do jovem que se encontrava inscrita no seu cartão de estudante, e já na companhia do grupo que o esperava de carro, procurou a respectiva habitação, e na companhia de colegas tentaram assaltar também a casa, em pleno fim de tarde.

Todavia, relativamente à segurança em casa quando comparada com outros locais exteriores a ela, o referido estudo refere que 82,4 por cento dos inquiridos sentem-se mais seguros na sua habitação. Mas infelizmente, hoje os profissionais do crime apuram de forma cada vez mais perfeccionista, todas as possibilidades de poderem dar continuidade ao assalto, através dos dados recolhidos nas anotações ou documentos encontrados.

Todos os cuidados são poucos, pois a criminalidade vai tomando novos formatos todos os dias, e à medida que aumenta o desemprego, aumenta por consequência o número de assaltos. A Investigação revela ainda que para 58,5 por cento dos inquiridos, o desemprego contribuiu para a sensação de insegurança, seguido das novas formas de criminalidade (46,2 por cento), alterações na composição da sociedade (45,3 por cento), e aumento da violência na sociedade (39 por cento).

Estamos perante sinais inequívocos dos tempos de crise económico-financeira, que a par de uma imensa crise de valores, se repercute de imediato na criminalidade, pois entre os entrevistados, 37,9 por cento afirmaram já terem sido eles mesmos, vítimas de um crime ou acto ilícito. Na proposta de soluções para melhorar a segurança em Portugal, 49,0 por cento apontam a introdução/aplicação de leis mais rígidas e 43,0 por cento defenderam o aumento do número de efectivos das forças de segurança.

Cremos pois, que é de extrema importância a defesa e a protecção das pessoas, e que em vez da preocupação com o fim da vida, se dê maior importância à própria vida. Infelizmente vivemos tempos tão difíceis, que nos custa aceitar que se despenda tanto discurso, tanto jornal, e tanto tempo a debater temas como os casamentos entre homossexuais entre uns poucos, ou a eutanásia para alguns, e por outro lado se percam tempos preciosos na emergência de criar mecanismos de segurança e defesa na protecção de todos!

Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

4 Comments:

At 10:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não passaram ainda tantos anos assim que não me recorde de que, nas ruas da cidade do Porto, se passeava, à noite, sem que existisse qualquer risco de assalto, de roubo, ou de qualquer outro acto de violência.
Após o jantar, muita gente, desprezando a televisão – que já existia, na altura – vinha de eléctrico ou de “trolley” até à “baixa”. Percorria-se o circuito habitual das montras do Porto – Santa Catarina, 31 de Janeiro, Sá da Bandeira e Formosa, e regressava-se a casa. Sem receios, sem riscos, sem maus encontros. Um número razoável de agentes da PSP que, constantemente, percorria as ruas a pé, garantia a segurança das pessoas e bens. As pessoas cruzavam-se na rua com toda a naturalidade, sem receio de que “o outro” o pudesse assaltar, agredir, roubar…

Há uns meses, fui, com duas netas minhas, assistir a um espectáculo no Coliseu. Convencido de que, à saída, não faltariam táxis para a viagem de regresso, não levei carro, tanto mais que as dificuldades de estacionamento, mesmo à noite, são evidentes. Surpresa minha: à saída do Coliseu, não havia a fila de táxis que sempre me habituei a ver. Também os não havia na Praça da Batalha, nem nos Poveiros. Poucos autocarros circulavam já, e, para os meus lados, já não os havia. Lembrei-me, então, da estação de S. Bento e para lá me dirigi, caminhando, apressado, numa cidade praticamente deserta, cruzando-me com três ou quatro pessoas, quiçá tão preocupadas quanto eu pela própria segurança – quanto a mim, sobretudo pela das netas que me acompanhavam. As montras apagadas, corridas as grades de segurança, a cidade, pelo que constatei na viagem de regresso, à mercê de prostitutas, travestis e tutti quanti. Polícias, nem vê-los! Talvez circulassem sossegadamente nos carros que os nossos impostos pagaram, ou se mantivessem no remanso do bar das “esquadras”!

Se é a isto que chamam qualidade de vida, bem podem limpar as mãos à parede!

Quem nos (des)governa não se preocupa com estes pormenores. Têm segurança pessoal – paga por nós – deslocam-se com motorista privativo – pago por nós – em carro oficial – pago por nós – e, até, se forem fazer um pouco de “jogging”, interditam (pois claro!) o trajecto aos comuns mortais, para poderem correr em sossego! Proh pudor!


Incondicional admirador dos seus escritos

 
At 3:59 da tarde, Blogger isabel mendes ferreira said...

seguramente que o longe da vista nunca é longe do coração querida Su.





sempre mas sempre contigo.

 
At 4:06 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Os partidos de esquerda (ou com tiques de esquerda) desculpam sistematicamente a criminalidade com o a pobreza e o desemprego. Parece terem receio de uma atitude mais enérgica na luta contra o crime. Será que ficaram traumatizados desde os tempos do fascismo? Esta postura está a desorientar o seu próprio eleitorado natural: os mais pobres que são também os mais desprotegidos face à criminalidade. Assim, os partidos de esquerda têm muita responsabilidade relativamente ao crescimento da extrema direita que tem um discurso bem mais sensato sobre o combate crime. Barack Obama que prometeu ser implacável no combate ao crime e defender ao mesmo tempo os mais desfavorecidos. Não me parece que isso seja incompatível.

Há 50 anos a pobreza em Portugal não era menor que a de hoje e a criminalidade violenta era praticamente inexistente. Se mais pobreza implicasse mais criminalidade, então não teria sido assim. As estatísticas nem reflectem a nossa realidade porque muitas vítimas já nem se queixam porque sabem que os criminosos são rapidamente postos em liberdade, mesmo quando são capturados e depois ficam sujeitos a represálias. Mela mesma razão, vítimas e testemunhas escondem a face quando são entrevistadas pela televisão.

Já há algum tempo um Mayor de Nova Iorque decidiu que não se deveria menosprezar a pequena criminalidade nem os pequenos delitos, porque a sensação de impunidade se instala nos jovens delinquentes, estes vão facilmente progredindo para infracções cada vez mais graves até que a situação se torna incontrolável. Implementou então a célebre "Tolerância Zero" que, como se sabe, deu óptimos resultados, reduzindo num só ano a criminalidade em Nova Iorque em cerca de metade.

A actual política portuguesa de manter na rua os criminosos, mesmo depois de várias reincidências, faz (como dizia o Mayor ) crescer a sensação de impunidade: o criminoso continua com as suas actividades criminais, vai subindo o nível dos seus delitos e serve de exemplo para que outros delinquentes mais jovens sigam o mesmo caminho.

Esta política errada está a atrair ao nosso país a criminalidade europeia (e não só), que se apercebe dos nossos cada vez mais "brandos costumes", daí a não ser estranho que quase metade dos condenados sejam estrangeiros.

Dificultar a obtenção de uma licença de porte de arma não tem qualquer efeito sobre os criminosos violentos. Quem acredita que eles tiram uma licença de porte de arma e a compram num armeiro legal? Não! Compram-na nos mercados do submundo do crime e muitas delas são até superiores às das polícias. O tempo em que os delinquentes faziam sobretudo uso de armas furtadas já lá vai, por isso dificultar a obtenção de uma arma legal serve para o criminoso se sentir mais seguro e impede a autodefesa da vítima, que pode sentir arrombarem-lhe a porta e nada poder fazer porque não tem com que se defenda. Há um ditado americano que diz: "mais vale ter uma arma e nunca precisar dela do precisar de uma e não a ter".

Outro tabu dos partidos de esquerda é a maneira de lidar com os imigrantes, em especial os que não vêm trabalhar: os que vêm mendigar ou viver da débil SS ou do crime. Será que a imigração ilegal tem que ser aceite à força pelos portugueses? Será tão difícil repatriar todos os condenados depois de cumprirem pena em Portugal? Os países que o fazem, como: EUA, Canadá, França, Itália, França, RU, são xenófobos?

Há que tirar votos ao PS e PSD, ambos responsáveis pela situação, pois governaram alternamente durante os últimos 30 anos.

Zé da Burra o Alentejano

 
At 11:52 da tarde, Blogger Sip of Glory said...

De facto é impressionante a insegurança com que se vive hoje em Portugal. Eu costumo dizer que o horário dos portugueses originários deve ser só até às 20:30. Depois disso é muito perigoso andar na rua. Temos que nos fechar em nossas casas. Prisioneiros no nosso próprio país. É pena.

 

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