Sementes de Revolta
«É tão simples quanto isto – é hora de apertar os cintos ao governo e aos poderosos em geral, e não a quem se deixa governar. Enquanto é tempo.»
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
Quando o ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou há cerca de um ano que a crise estava para acabar, efectivamente a crise ainda estava a começar. Desde então até hoje, Portugal tem vivido em crescente agravamento de sustentabilidade económica, e de tal forma descontrolado, que nos interrogamos até quando será possível continuar a viver pacificamente num país governado na base da mentira recorrente, alimentando mordomias e luxos de uns poucos à custa da cada vez maior miséria de muitos, sem que o nosso povo entre em estado de verdadeira revolta e desencadeie protestos e atitudes radicais, que a essa altura, já não poderão dar lugar a quaisquer «concertações».
Numa economia cada vez mais asfixiada, onde para além de assistirmos a contestações semanais de grupos organizados por sectores, mas transversais a toda a sociedade, como foi o caso dos professores, dos pescadores, dos camionistas, ou agora dos agricultores, sentimos paralelamente uma asfixia e uma pressão constante sobre as famílias que são inerentes a todos estes grupos, e que constituem as células base da construção de uma nação e da formação de um povo.
Sob o total autismo de um governo que insiste em continuar a vender «mentiras de sucesso», a arrogância da defesa do «indefensável» continua a ser nota dominante, e assim sendo, as razões dos seus argumentos continuam a elevar-se em relação aos números constatados, aos estudos divulgados, ou a quaisquer manifestações de rua que possam ocorrer. Nada demoverá esta maioria socrática absoluta, até que as já instaladas sementes de revolta brotem das entranhas deste «brando povo», e façam aparecer e crescer a força necessária para serem vistas e ouvidas.
E tudo isto afirmamos, na desilusão da atitude da política e dos políticos, e da incapacitada oposição que observamos no nosso Parlamento. Todos foram eleitos e estão a ser pagos para defenderem os interesses dos portugueses, mas quase todos que lá se instalam, depressa passam a pensar mais em si e nas suas máquinas partidárias do que na defesa do que mais sublime os lá depositou - a esperança de um povo de ver melhorado e defendido o seu país, na contrapartida de ver servido o interesse do bem comum, ao invés do resultado do bem individual, servido pelo sacrifício dos mais pobres e dos mais debilitados.
Os acontecimentos do fim-de-semana, com a eleição do novo líder do maior partido da oposição, não nos trouxeram novos alentos. Antes pelo contrário, este PSD leva-nos a um regresso óbvio ao passado, e com Manuela Ferreira Leite agora presidente, nenhuma proposta deste partido assentará no que de mais essencial necessita com urgência Portugal – em primeiro lugar a redução da máquina estatal; em segundo lugar a redução dos salários aliados às benesses de quem nos governa e de quem dirige a «panóplia» de empresas públicas inerentes ao Estado; e em terceiro lugar, depois de ocorridos os primeiros, a possibilidade concreta e definitiva de uma baixa generalizada de impostos, libertando finalmente as famílias e as pequenas e médias empresas em geral.
E tudo isto é possível, e só assim cremos que poderiam ocorrer a partir destes três pressupostos, todas as reformas e mudanças verdadeiramente necessárias. É tão simples quanto isto – é hora de apertar os cintos ao governo e aos poderosos em geral, e não a quem se deixa governar. Enquanto é tempo.
Numa economia cada vez mais asfixiada, onde para além de assistirmos a contestações semanais de grupos organizados por sectores, mas transversais a toda a sociedade, como foi o caso dos professores, dos pescadores, dos camionistas, ou agora dos agricultores, sentimos paralelamente uma asfixia e uma pressão constante sobre as famílias que são inerentes a todos estes grupos, e que constituem as células base da construção de uma nação e da formação de um povo.
Sob o total autismo de um governo que insiste em continuar a vender «mentiras de sucesso», a arrogância da defesa do «indefensável» continua a ser nota dominante, e assim sendo, as razões dos seus argumentos continuam a elevar-se em relação aos números constatados, aos estudos divulgados, ou a quaisquer manifestações de rua que possam ocorrer. Nada demoverá esta maioria socrática absoluta, até que as já instaladas sementes de revolta brotem das entranhas deste «brando povo», e façam aparecer e crescer a força necessária para serem vistas e ouvidas.
E tudo isto afirmamos, na desilusão da atitude da política e dos políticos, e da incapacitada oposição que observamos no nosso Parlamento. Todos foram eleitos e estão a ser pagos para defenderem os interesses dos portugueses, mas quase todos que lá se instalam, depressa passam a pensar mais em si e nas suas máquinas partidárias do que na defesa do que mais sublime os lá depositou - a esperança de um povo de ver melhorado e defendido o seu país, na contrapartida de ver servido o interesse do bem comum, ao invés do resultado do bem individual, servido pelo sacrifício dos mais pobres e dos mais debilitados.
Os acontecimentos do fim-de-semana, com a eleição do novo líder do maior partido da oposição, não nos trouxeram novos alentos. Antes pelo contrário, este PSD leva-nos a um regresso óbvio ao passado, e com Manuela Ferreira Leite agora presidente, nenhuma proposta deste partido assentará no que de mais essencial necessita com urgência Portugal – em primeiro lugar a redução da máquina estatal; em segundo lugar a redução dos salários aliados às benesses de quem nos governa e de quem dirige a «panóplia» de empresas públicas inerentes ao Estado; e em terceiro lugar, depois de ocorridos os primeiros, a possibilidade concreta e definitiva de uma baixa generalizada de impostos, libertando finalmente as famílias e as pequenas e médias empresas em geral.
E tudo isto é possível, e só assim cremos que poderiam ocorrer a partir destes três pressupostos, todas as reformas e mudanças verdadeiramente necessárias. É tão simples quanto isto – é hora de apertar os cintos ao governo e aos poderosos em geral, e não a quem se deixa governar. Enquanto é tempo.
(publicado na edição de ontem do Diário de Aveiro)
1 Comments:
Só ainda para mandar um grande beijo.
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