A história da política portuguesa repete-se…
O que faz então com que a história da política portuguesa, na sua vertente mais inglória se venha a repetir ao longo dos tempos em Portugal?
Com devida vénia ao Diário de Aveiro
«Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?»
À primeira vista, o parágrafo acima transcrito, parece-nos ter saído em qualquer livro ou em qualquer artigo de revista ou jornal da actualidade. Por triste fado ou ironia, este texto conta já, com cento e quarenta e um anos, tendo sido escrito por Eça de Queiroz em 1867, e extraído da sua obra “O distrito de Évora”. Este grande autor da literatura clássica portuguesa, ao seu inconfundível estilo perspicaz e sarcástico, deixou-nos ao longo das suas obras, retratos fiéis da sociedade portuguesa da sua época e em particular dos políticos e da política, descrevendo formas de ser e de estar dos mesmos, que por incrível que nos possa parecer, hoje, se voltam a ajustar como «uma luva» à nossa caótica realidade.
O que faz então com que a história da política portuguesa, na sua vertente mais inglória, mais corrupta, e mais pejorativa, se venha a repetir ao longo dos tempos em Portugal?
Por onde andam princípios como «o amor à Pátria», e a defesa de causas da nação para «bem servir e não para servir-se da mesma»? Por onde andam valores como «honra, dignidade e respeito» ou mesmo «simplicidade e austeridade»?
Talvez fruto de anos e anos de «desgovernos políticos» sistemáticos em Portugal, a nossa sociedade enfrenta sérias dificuldades de mudança e ultrapassar crises económicas com crises de valores em simultâneo, torna-se tarefa quase impossível, e cremos que infelizmente só irá ser levada a rigor, quando as agruras causadas pelo sistema forem tão extremas, que só própria revolta trará os «ventos das mudanças necessárias».
Enquanto isso, enquanto o sistema não der mostras de verdadeira mudança, e enquanto o exemplo não voltar a «vir de cima» em termos de trabalho, mérito, empenho e integridade, a displicência continuará latente e transversal a todos os sectores de actividade, e o nosso país continuará a definhar em défices, em aumentos de pobreza, em mau estar geral, em falta de coragem e de engenho, arrastando-se numa agonia avassaladora.
À primeira vista, o parágrafo acima transcrito, parece-nos ter saído em qualquer livro ou em qualquer artigo de revista ou jornal da actualidade. Por triste fado ou ironia, este texto conta já, com cento e quarenta e um anos, tendo sido escrito por Eça de Queiroz em 1867, e extraído da sua obra “O distrito de Évora”. Este grande autor da literatura clássica portuguesa, ao seu inconfundível estilo perspicaz e sarcástico, deixou-nos ao longo das suas obras, retratos fiéis da sociedade portuguesa da sua época e em particular dos políticos e da política, descrevendo formas de ser e de estar dos mesmos, que por incrível que nos possa parecer, hoje, se voltam a ajustar como «uma luva» à nossa caótica realidade.
O que faz então com que a história da política portuguesa, na sua vertente mais inglória, mais corrupta, e mais pejorativa, se venha a repetir ao longo dos tempos em Portugal?
Por onde andam princípios como «o amor à Pátria», e a defesa de causas da nação para «bem servir e não para servir-se da mesma»? Por onde andam valores como «honra, dignidade e respeito» ou mesmo «simplicidade e austeridade»?
Talvez fruto de anos e anos de «desgovernos políticos» sistemáticos em Portugal, a nossa sociedade enfrenta sérias dificuldades de mudança e ultrapassar crises económicas com crises de valores em simultâneo, torna-se tarefa quase impossível, e cremos que infelizmente só irá ser levada a rigor, quando as agruras causadas pelo sistema forem tão extremas, que só própria revolta trará os «ventos das mudanças necessárias».
Enquanto isso, enquanto o sistema não der mostras de verdadeira mudança, e enquanto o exemplo não voltar a «vir de cima» em termos de trabalho, mérito, empenho e integridade, a displicência continuará latente e transversal a todos os sectores de actividade, e o nosso país continuará a definhar em défices, em aumentos de pobreza, em mau estar geral, em falta de coragem e de engenho, arrastando-se numa agonia avassaladora.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
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