sexta-feira, junho 13, 2008

Políticos do blá, blá, blá...

«Portugal necessita com urgência de ultrapassar este espírito de oportunismo...»

«Encerrada a sede do Porto, e encerrada a sede de Aveiro, ambas passando por um cenário de desgoverno e de falta de bom senso, associados à "falência deste Partido"...»

Com a devida vénia ao Diário de Aveiro

Foi encerrada a sede do Partido da Nova Democracia (PND) em Aveiro. Apenas após cinco meses da demissão da antiga coordenação distrital, encabeçada pela minha pessoa, Manuel Monteiro perdeu militância e os apoios necessários para a manutenção desta sede. É importante referir que se trata do encerramento de uma, das apenas duas sedes distritais daquele partido, que marcava presença em Aveiro e Lisboa. Resta-lhes apenas a ilusão e a ganância da capital, e resta-lhes ainda o tempo e os sonhos perdidos em blá, blá, blá, de mais do mesmo.

Triste exemplo, e triste percurso o do PND. Fundado em 2003, com sede inicialmente no Porto, recheado de bons apoios financeiros e de grandes «figuras», vi ao meu lado na primeira direcção do partido, ex-deputados e politólogos como o inesquecível Paulo Ferreira da Cunha ou o inconfundível José Adelino Maltez, há muito demitidos deste projecto.

Encerrada foi a sede do Porto, e encerrada foi a sede de Aveiro, ambas passando por um cenário de desgoverno e de falta de bom senso, associados à «falência» deste partido, que as deixou envolvidas em incumprimentos e serviços em contencioso, não dignificando em nada os princípios nem os valores que apenas apregoa defender.

Como se já não nos bastassem os partidos do sistema a ludibriar-nos todos os dias, ainda temos de levar nesta falsa democracia com supostas alternativas de mais do mesmo… exemplos destes, só ajudam a destruir ainda mais a imagem da política e dos políticos, e a afastar lamentavelmente os cidadãos de novos movimentos que possam surgir. O povo está cansado dos «profissionais da política» e das mentiras e da falta de respeito que lhes estão associados.

Portugal necessita com urgência de ultrapassar este espírito de oportunismo e de descrédito por um lado, e de extrema desilusão e de desânimo por outro. Com a crise definitivamente instalada um pouco por todo o mundo, aguçam-se as dificuldades e não pode haver lugar a comodismos, já que a nossa situação se transformou num elo tão frágil, que a qualquer momento pode desmoronar.


É importante que surjam novos partidos, mas que constituam mais-valias construtivas para a renovação da nossa democracia, assim como é importante que surjam cada vez mais associações e movimentos de cidadãos livres, que oportunamente se organizem por sectores, interesses e causas, que possam reflectir de forma sincera sobre os problemas do país e fazer acções sérias com propostas e intervenções activas na nossa sociedade.

O país precisa da mobilização das pessoas que sentem a sua realidade, o país precisa de deixar de dar tanta importância aos «iluminados da política», que vivem abrigados à luz do mesmo sistema que por sua vez tentam condenar. É fácil «debitar discursos» bonitos sobre a demagogia de ultrapassar dificuldades, quando simultaneamente se vive alojado no governo de Portugal, nas universidades do Estado, ou nas empresas do Estado com ordenados milionários.

Oxalá que a Selecção de Portugal nos continue a dar mais alegrias, pelo menos para nos elevar a auto-estima, e nos fazer crer que com trabalho, empenho, competência e coragem ainda é possível vencer.
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)