Partidocracia versus Democracia
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
A jovem democracia portuguesa, está precocemente viciada e enferma. Como se actualmente já não nos bastasse um sistema assente no corrosivo bipartidarismo, com a imposição da lei dos Partidos Políticos, a lei orgânica nº 2/2003 de 22 de Agosto, a democracia adoecerá sem remédio possível, para a sua incurável doença em Portugal.
A referida lei, que não nos devemos esquecer, foi aprovada em anterior governo do PSD, pelo primeiro-ministro Durão Barroso, foi agora levada a rigor pelo Tribunal Constitucional, que notificou os partidos políticos para a obrigatoriedade de fazerem prova de terem pelo menos cinco mil militantes inscritos, pois caso contrário serão extintos automaticamente.
A mesma lei, que também no seu Capítulo II, na Secção I da Constituição, veio ainda decretar que a inscrição de um partido político, tem de ser requerida por, pelo menos, 7500 cidadãos eleitores.
Obviamente, a lei está aprovada pelo sistema, interessa ao sistema, e ao que parece será levada a rigor pelo sistema. O mesmo sistema «socializado», que por ironia da realidade, defende os princípios da organização e da gestão democrática, e da livre participação de todos os cidadãos na democracia em Portugal.
Assim, em total contra-senso, num descrédito desmedido das próprias instituições, e num imenso desrespeito pela sociedade civil, se vão aprovando «leis» pelo nosso Parlamento, que o país só percebe o real significado quando «chega a hora da verdade», e nesta altura, tarde demais, como vem sendo hábito, só nos resta sofrer com as consequências.
Ora, concluímos que se as entidades legítimas e representativas dos interesses organizados da sociedade civil, como os próprios partidos políticos, em vez de se preocuparem com interesses individuais, pretendessem sensibilizar o Estado para que fossem perseguidos objectivos democráticos que se relacionassem com o bem comum, jamais teríamos chegado a este caos, e pelo contrário seriam mais consubstanciadas outras formas de participação da sociedade civil na nossa democracia.
É pois urgente, uma mudança radical de mentalidades, a começar nos próprios partidos, eles mesmo responsáveis pelo «alheamento» ou distanciamento da sociedade em relação ao mais ou menos deficiente funcionamento das instituições, que não permite que o sufrágio seja um mecanismo aferidor e fiscalizador lubrificado desse funcionamento. E a própria «inconsciência voluntária» da sociedade, traduzida nesse distanciamento, indicia a sua falta de sensibilidade para, pela via da constituição de um novo partido, vir a corrigir aquelas deficiências. Em suma, a mesma falta de sensibilidade que assiste ao cidadão eleitor em sancionar rigorosamente pelo sufrágio o mau funcionamento das instituições, impede-o de através da constituição de um partido político, instituir alternativas àquele funcionamento.
A referida lei, que não nos devemos esquecer, foi aprovada em anterior governo do PSD, pelo primeiro-ministro Durão Barroso, foi agora levada a rigor pelo Tribunal Constitucional, que notificou os partidos políticos para a obrigatoriedade de fazerem prova de terem pelo menos cinco mil militantes inscritos, pois caso contrário serão extintos automaticamente.
A mesma lei, que também no seu Capítulo II, na Secção I da Constituição, veio ainda decretar que a inscrição de um partido político, tem de ser requerida por, pelo menos, 7500 cidadãos eleitores.
Obviamente, a lei está aprovada pelo sistema, interessa ao sistema, e ao que parece será levada a rigor pelo sistema. O mesmo sistema «socializado», que por ironia da realidade, defende os princípios da organização e da gestão democrática, e da livre participação de todos os cidadãos na democracia em Portugal.
Assim, em total contra-senso, num descrédito desmedido das próprias instituições, e num imenso desrespeito pela sociedade civil, se vão aprovando «leis» pelo nosso Parlamento, que o país só percebe o real significado quando «chega a hora da verdade», e nesta altura, tarde demais, como vem sendo hábito, só nos resta sofrer com as consequências.
Ora, concluímos que se as entidades legítimas e representativas dos interesses organizados da sociedade civil, como os próprios partidos políticos, em vez de se preocuparem com interesses individuais, pretendessem sensibilizar o Estado para que fossem perseguidos objectivos democráticos que se relacionassem com o bem comum, jamais teríamos chegado a este caos, e pelo contrário seriam mais consubstanciadas outras formas de participação da sociedade civil na nossa democracia.
É pois urgente, uma mudança radical de mentalidades, a começar nos próprios partidos, eles mesmo responsáveis pelo «alheamento» ou distanciamento da sociedade em relação ao mais ou menos deficiente funcionamento das instituições, que não permite que o sufrágio seja um mecanismo aferidor e fiscalizador lubrificado desse funcionamento. E a própria «inconsciência voluntária» da sociedade, traduzida nesse distanciamento, indicia a sua falta de sensibilidade para, pela via da constituição de um novo partido, vir a corrigir aquelas deficiências. Em suma, a mesma falta de sensibilidade que assiste ao cidadão eleitor em sancionar rigorosamente pelo sufrágio o mau funcionamento das instituições, impede-o de através da constituição de um partido político, instituir alternativas àquele funcionamento.
O sistema encontra-se viciado, a nossa democracia apesar de jovem está demasiado envelhecida, os políticos são sempre os mesmos, os erros repetem-se, assim a partidocracia toma o lugar do multipartidarismo, e a democracia em que vivemos torna-se cada vez mais decadente.
Os valores tão apregoados da liberdade são hoje uma miragem. A saturação, o cansaço e a desilusão com todos os políticos, tomaram conta dos portugueses, e mediante a gravíssima crise económica e social que hoje vivemos, torna-se mais cómodo «virar as costas» ao país do que continuar a lutar.
É chegada a hora da mudança. Já que de quem nos governa pouco ou nada de novo poderemos esperar para o bem comum, há que nos organizarmos «debaixo para cima». Reivindicar os direitos de uma sociedade justa e livre tem de passar a ser «ponto de honra». Temos o dever de exigir que o Estado cumpra, tal como temos o dever de cumprir com rigor as nossas obrigações. O exemplo tem de voltar a vir «de cima», mas nós portugueses temos de perceber que só tirando as pantufas e saindo do comodismo do sofá nos poderemos organizar, unindo-nos para desafiar o sistema, e exigir o que nos é devido: uma verdadeira democracia.
9 Comments:
A Democracia é em si mesma um regime enfermo.
Abraço.
largo abraço...e beijo terníssimo.
obrigada Su.
Sigo-te.
um pouco que é tanto. bjo.
Olá Susana,
Uma passagem para desejar um Bom Natal para si e a sua família e que o Novo Ano lhe traga o dobro daquilo que desejo para mim.
Continuação de boas postagens.
Um Beijinho
Bom Natal Susana.
Cumprimentos.
A democracia é uma utopia.
Feliz Natal miuda!
Que estes dias sejam de paz, harmonia e felicidade para ti e para os que te são queridos.
doces
Olá Susaninha:
Estamos no Natal, uma quadra simbólica de amor e fraternidade.
É uma época especial em que procuramos beijar e abraçar o mundo inteiro com o coração.
Os amigos e Amigas têm um lugar muito especial, porque são família, uma família diferente e muito especial, já que, não nos foram impostos pela natureza, fomos nós que os escolhemos.
Com este pensamento quero deixar-lhe com a minha amizade os votos de Boas Festas para si e para todos aqueles que lhe são queridos.
Um beijinho muito grande para si.
eu.
aqui.
________________.tu. comigo.
beijo.
<< Home