A Cultura do «Slow Down»
Em tempo de férias, para alguns de maior relaxamento, de maior disponibilidade para a família e para tempos livres, vale a pena reflectir um pouco sobre a vida que levamos e o ritmo que escolhemos, ou somos obrigados a escolher, durante o resto do ano. Por vezes, o ritmo e a velocidade dos acontecimentos da nossa vida em sociedade, é tão desenfreado, que não nos deixa espaço nem tempo para a reflexão, ou mesmo para a contemplação, de tudo o que a vida nos pode oferecer, sem custos, na sua plenitude.
A «redescoberta» e a prática da cultura do «slow down», começa a ser uma necessidade, principalmente nas sociedades mais capitalistas e mais aceleradas. Hoje, essencialmente nas grandes capitais, ou nas grandes cidades, a vida gira à volta do pulsar do momento económico e político, com projecções nas bolsas de negócios. Vive-se um dia-a-dia frenético, onde as deslocações das pessoas e o número de horas de trabalho, lhes tomam o tempo precioso para tudo o mais que devem usufruir na vida.
A «redescoberta» e a prática da cultura do «slow down», começa a ser uma necessidade, principalmente nas sociedades mais capitalistas e mais aceleradas. Hoje, essencialmente nas grandes capitais, ou nas grandes cidades, a vida gira à volta do pulsar do momento económico e político, com projecções nas bolsas de negócios. Vive-se um dia-a-dia frenético, onde as deslocações das pessoas e o número de horas de trabalho, lhes tomam o tempo precioso para tudo o mais que devem usufruir na vida.
O tempo livre para estar com a família e amigos, rareia cada vez mais. Os mais genuínos prazeres da vida, que não têm preço, mas valor incalculável, são cada vez mais tomados pelo frenezim das compras e de uma panóplia de afazeres sociais, dos quais muitos deles se demonstram fúteis e sem grandes mais-valias ao desenvolvimento do ser humano e ao seu aperfeiçoamento enquanto «saber ser» e «saber estar». O «ter», vai preenchendo em larga medida as preocupações do dia-a-dia das pessoas, sem que elas próprias se dêem conta dessa realidade. A sociedade de consumo está «montada» de tal forma, que embrutece e anula quem disso não se apercebe.
Na Europa, em países como a Suécia, a Alemanha, ou mesmo a França, a cultura do «slow down» é já uma realidade. A preocupação com os tempos livres e a redução do número de horas de trabalho, é uma constante, e não se quer com isso dizer que a produtividade diminua, pelo contrário, estamos a falar de países com índices de uma boa rentabilidade dos trabalhadores. Justifica-se assim que a qualidade de vida em termos de disponibilidade de tempo, melhore significativamente a predisposição de cada indivíduo para o trabalho, tornando-o mais saudável física e mentalmente.
Assim, também o «slow food» surge como um regresso à cultura do «saber comer», com tempo para desfrutar o prazer dos sabores, em boa companhia, por contraposição ao já saturante «fast food», à boa maneira americana. O «fast» e o «do it now», deverão pois, ser substituídos por uma «atitude sem pressa», sempre que isso seja possível.
Ter tempo para uma boa refeição, para conviver, para ler, para viajar, para observar a natureza, para desfrutar do prazer de estar em família e com amigos, é cada vez mais um privilégio universal. Saibamos pois dar valor à vida e fazer um «slow down», sempre que possível. Se tivermos connosco essa vontade, descobriremos que afinal é uma vitória mais barata e mais fácil de conquistar, do que viver a sonhar que um dia nos calhe a sorte de um «euromilhões». Saibamos pois planear o futuro, cientes de que a nossa vida é vivida e assente no momento presente. Há que o valorizar e engrandecer em cada dia.
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)
9 Comments:
Este artigo identifica-se com todas as pessoas que como eu amam a vida.
Parabéns 5*
Passo a passo, em silêncio, lentamente. Gosto.
Bjinho.
Saibamos dar valor à vida. Sonhemos!
Beijinhos embrulhados em abraços
bj.
Como concordo com tudo! mas para quando este "mood" em Portugal?
Bfdemana, bjinho.
Interessante este post.
Cumprimentos.
Bom dia!!! Cheguei, carai.
Abraço.
Um abraço Susana.
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