quinta-feira, abril 12, 2007

A quem interessa o caos urbanístico das Glicínias?

Prédios e mais prédios. Todos os dias mais prédios. Uns esquinados, outros desenquadrados. Uns tiram a vista aos outros. Muitos apartamentos “às moscas” para vender. Nem uma árvore, e uma estação de combustíveis no meio deste caos!

Nem parecerá que se está a descrever uma zona da cidade de Aveiro, mas é verdade. Junto ao Centro Comercial das Glicínias, o desordenamento é total. Até o acesso a este Centro Comercial se iniciou de forma descoordenada, quando surgiu nas imediações de uma rotunda descentrada, mal planeada, e oferecendo perigosidade pelo exagerado número de entradas e saídas da mesma.

A falta de atenção e correcção a este tipo de urbanizações por parte das entidades competentes é incompreensível. A abertura e encerramento imediato da estação de serviço que ali se situa a poucos metros dos prédios, levou-nos a crer que algum bom senso se havia levantado. Mas não, tratava-se apenas de pequena falha no licenciamento, que não obstando a sua continuidade, foi ultrapassada, e dias depois se encontrava reaberta a estação de serviço e agora com a oferta adicional de uma oficina para manutenção de automóveis.

Para pior panorama da situação em termos de circulação e poluição concentrada, hoje a estação oferece baixos preços de mercado dos combustíveis e as filas de trânsito para acesso às bombas, estendem-se em paralelo com as filas de trânsito da saída do Centro Comercial e do hipermercado.

Aveiro, por natureza uma cidade plana, cheia de luz e muita cor, jamais deveria ser exposta a tais tormentos. Aveiro tem desde sempre condições ímpares para poder crescer de forma ordenada e para ser uma cidade com largas avenidas ladeadas de árvores. Como se não nos bastasse o triste exemplo da urbanização Forca-Vouga, temos agora de conviver «com estas Glicínias»!

Porque razões adormecem os nossos autarcas à sombra do betão?

A quem interessará o caos urbanístico das Glicínias?

A mim não interessa com certeza. Aos humildes cidadãos desta cidade, como eu, também não. Ao turismo muito menos.

Há pois que reclamar que o benefício de poucos, adultere o bem-estar de muitos. Principalmente quando ainda existe espaço para poder ser diferente. Principalmente quando o que está em questão não são os custos, mas a ética, a estética, e uma palavra-chave tão simples quanto esta «PLANEAR».

(publicado nas edições de ontem do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

1 Comments:

At 12:16 da manhã, Blogger Pedro Neves said...

Já não bastava a Forca...

 

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