quarta-feira, novembro 08, 2006

Em Congresso

Por Manuel Costa Brás, no Democracia Liberal
Uma vez definidas (ou redefinidas) as traves mestras da Direita – que os partidos que a dizem representar esqueceram, se é que alguma vez as conheceram, ou ignoram por completo – chegou agora a vez de, em coerência com esse ideário, lançar um programa político, que devemos reconhecer ambicioso.
Devemos gratidão ao Dr. Manuel Monteiro por ter impulsionado todo este movimento de ideias e de acção política para a refundação da Direita. Embora este trabalho já fosse necessário há décadas, foram muitos aqueles que em 2005 reclamaram a refundação da Direita, nas ideias e na acção política. No espectro partidário só o Dr. Manuel Monteiro se atreveu a tomar a iniciativa. Os ocupantes do centro e da direita que a esquerda criou, bem se deixaram ficar sossegados a comer as migalhas que o sistema lhes oferece. O Dr. Manuel Monteiro convidou-os a realizar um Congresso, uns Estados Gerais para ver o que há em comum, para “acertar baterias”. Qual Congresso, quais Estados Gerais! Ninguém se atreveu. Está tudo satisfeito com a morte das ideias.
Não mexeram uma palha, mas criticam e denigrem aqueles que têm iniciativa e apresentam aos portugueses alternativas de Direita à muito democrática ditadura cultural e política que a esquerda impõe há mais de 40 anos, na qual eles se sentem como “peixes na água”. Não admira pois que os Prof. Marcelos e Vascos Pulidos Valentes que por aí fazem a opinião publicada se sintam mal e reajam de forma intolerante sem, sequer, debater ideias.
Se perguntássemos hoje quais são as diferenças ideológicas entre CDS e PSD, entre PSD e PS, entre a direita e a esquerda do sistema, se perguntássemos ao Dr. Marques Mendes o que entende por social-democracia, ao Engº Sócrates e ao Dr. Louçã o que entendem por esquerda e socialismo, seguramente teríamos muito que nos rir. É óbvio que a Direita encarna a razão e a arte de um entendimento de Homem, de sociedade, de organização temporal, e que o combate de ideias iniciado tem que continuar, nunca estará concluído. Há um grande trabalho intelectual de elucidação dos espíritos pela frente. O tempo e os homens passam, mas as ideias e os valores permanecem, e só a vida dos homens pode chegar a ofuscar essas ideias e esses valores. Foi o que sucedeu nas últimas décadas.
Mas a política não é só ideias. Precisa de acção, de presença no terreno, de contacto com as populações e de disponibilidade para isso.Por isso, ninguém está a mais. Todos fazem falta porque todos podem ajudar de alguma forma: uns com palavras e ideias, mais à rectaguarda, outros com acção, no terreno, a mobilizar a população, outros com meios financeiros, que também fazem falta.
Não há nenhuma tarefa de implantação de ideias que seja fácil e imediata. Isto leva o seu tempo. É preciso combater e trabalhar pacientemente, marcando as diferenças, sem desistir.Os que mais resistirem, são os que vencem.

2 Comments:

At 9:40 da manhã, Blogger isabel mendes ferreira said...

abraço-te.



Vencedora...:)))


_______________________.

 
At 10:36 da tarde, Blogger Nilson Barcelli said...

És uma lutadora.
Tens razão quando dizes que quase ninguém está interessado em discutir política a sério.
A esquerda e a direita, e os partidos respectivos, tendem a ser vistos como clubes de futebol. A grande diferença começa a centrar-se nas cores...
A cultura política, por outro lado, está a diminuir drasticamente. Basta falar com jovens até aos 30 anos. Nem querem saber...
Mas não estamos sozinhos. Nos EUA sempre foi pior e a Europa caminha a passos largos para uma americanização da política.
O que me parece é que a Europa, e Portugal irá na onda, se está a aproximar de uma crise centrada na falta de postos de trabalho e na exiguidade da segurança social. Nessa altura toda a gente vai vir para a rua e por em causa muitas das políticas até então seguidas, algumas das quais facilitam, ou até incentivam, a deslocalização do emprego para países de mão-de-obra barata.
Beijos.

 

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