quarta-feira, junho 24, 2009

Desmontagem do (des)emprego

Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
Desde o último trimestre de 2008, que não param de pulular empresas e centros de formação profissional de norte a sul de Portugal. Eis que numa altura de crise profunda, transversal a todos os sectores da economia, o (des)governo de Sócrates resolveu criar atractivos incentivos económico-financeiros para empresas que se dedicassem ao estímulo de cursos de formação profissional nas mais variadas áreas. Tomámos mesmo conhecimento, de empresas que obtiveram incentivos para tantos tipos de cursos profissionais, e será bom que se faça realçar, para “cursos gratuitos”, e muitos deles com direito a subsídios de refeições e de deslocações incluídos, que ainda nem chegaram a leccionar alguns, por falta de formandos interessados, analise-se bem!

Claro está, que esta quantidade de formação profissional disponível, foi de todo despropositada e desajustada às reais necessidades da economia portuguesa, uma vez que nos encontramos em profunda recessão económica, com empresas a deslocarem-se, a despedirem trabalhadores, a diminuírem a produção, ou mesmo a fecharem todos os dias.

Esta semana, para alguns, surpreendentemente, o Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) divulgou dados que revelam que, ao fim de dez meses, a variação mensal do número de inscritos no IEFP sofreu, pela primeira vez, uma diminuição, caiu 0,5 por cento em relação a Abril, indicando que se verificou uma diminuição do desemprego. Por sua vez, o Sindicato Nacional dos Técnicos de Emprego, afirma-se perplexo e desconfia dos números divulgados, na segunda-feira, pelo IEFP.

Marçal Mendes, do Sindicato dos Técnicos de Emprego, afirmou que nos balcões do IEFP não houve uma quebra de inscrições de quem ficou sem trabalho. O dirigente sindical disse que as informações dos técnicos que trabalham indicam que «o fluxo nos centros de emprego não diminuiu, manteve-se na melhor das hipóteses aos níveis que se têm vindo a patentear nos últimos meses», acrescentando ainda, «devia proibir o IEFP, não de produzir estatísticas oficiais porque esses números não configuram estatísticas oficiais, quem tem esse condão é o INE, mas não devia divulgá-los até que uma comissão independente, composta por elementos não necessariamente todos ligados ao Governo, esmiuçasse ao pormenor como é que estes números são obtidos».

Temos assim em cima da mesa, mais um extraordinário episódio da nossa decadente democracia portuguesa. O Sindicato Nacional dos Técnicos de Emprego, não acredita nos dados, colocando-os em falso, mas o presidente do IEFP considera que os números de Maio são os primeiros sinais de retoma.

Retoma? Qual retoma? Alguém já a sentiu no peso da carteira, ou na valorização dos dias que passam? Só mesmo para quem quiser continuar a acreditar na farsa que nos querem impingir!

Para nós, que não andamos a ver passar os dias de forma indiferente, é claro que os desempregados não diminuíram, simplesmente o governo tratou de arranjar uma estratégia de ocupação temporária para muitos, à custa do Estado, ou melhor, à custa dos nossos impostos, e é certo e sabido que tudo isto não passou de mais uma calculada manobra “Socrática” de especulação, para iludir os portugueses antes das férias, e sobretudo antes das próximas eleições.

Fecha os olhos quem quer. Convence a quem interessa.

Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

1 Comments:

At 8:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É espantoso, de invenção, este nosso governo!
Na Educação, é o que se vê: uma diminuição progressiva da exigência curricular, de maneira a aumentar, estatisticamente, o “sucesso” escolar.
Agora, no Emprego, mais esta habilidade. Os desempregados deixam de o ser, enquanto vão frequentando uns cursos. Quando acabarem, vão novamente para as estatísticas do desemprego, das quais outros, entretanto saíram para frequentar cursos!
E na Saúde? E na Economia? Não se inventam, de forma semelhante, alguns números interessantes para enganar papalvos?

Não quero deixar escapar esta oportunidade sem que lhe enderece calorosos parabéns pelo êxito do seu projecto: o Partido da Liberdade. Continue, porque Portugal precisa de si e do Partido que acaba de formar.

 

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