quarta-feira, março 05, 2008

O modelo do «Estado ASAE»

Com a devida vénia ao Diário de Aveiro

Vivemos em Portugal momentos de asfixia nacional, e a prepotência da governação de José Sócrates não se convence que está todos os dias a “desconstruir” a nação, e a “desgovernar” os portugueses!

De forma mais abrangente do que a própria ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, ao que convém não esquecer de aduzir «Órgão de Polícia Criminal», tal qual o Ministério da Economia e da Inovação a designa no seu Portal do Governo, sentimo-nos hoje policiados por todos os lados, por uma espécie de autoridade omnipresente que não nos deixa respirar.

Está a ser criado em Portugal um novo modelo de estado adoptado pelo «Socratismo», que podemos mesmo designar de modelo do «Estado ASAE». Este modelo está a ser aplicado por todos os ministérios, e não apenas pelo Ministério da Economia e da Inovação, como à primeira vista possa parecer. Assim, como todos já percebemos, mesmo sem o acréscimo de «Órgão de Polícia Criminal», sentimos o policiamento na Educação, na Saúde, na Justiça, nas Finanças, enfim, em todos os patamares do nosso dia-a-dia.

Como facilmente se compreenderá, não é por mero acaso que a «confiança» dos portugueses tem vindo a baixar todos os trimestres, ou que já se constatem «alertas» para «uma crise social de contornos difíceis de prever», como noticiou na semana passada a Sedes, uma das mais antigas associações cívicas portuguesas.

O que é facto, é que parece que nada nem ninguém consegue demover dos seus intentos este «Estado ASAE» que por «estado de graça» se mantém em maioria, à sombra de uma oposição tão desacreditada pelos portugueses quanto o próprio Governo, e assim continuará por longos anos de vida, se não se criarem alternativas credíveis.

É urgente que se crie um modelo de Estado alternativo. Enquanto continuarmos a ter o poder centralizado na capital do país, rodeado de assessorias à «soleira da sua porta», o país não sairá desta crise profunda em que se encontra, onde paira o desânimo, onde continuará a ganhar a «abstenção», e onde os cidadãos estarão cada vez mais dissociados da politica e dos políticos, que quer queiramos quer não, continuarão a «dar as cartas» e a ser os «fios condutores» do nosso dia-a-dia.


O Partido da Liberdade (PL), agora em recolha de assinaturas, tem paralelamente em estudo um Programa Político para vos apresentar, implementando novas ideias com base numa Democracia Directa, ao invés de um Democracia Representativa. Entendemos que é urgente que o poder seja descentralizado, e que as assessorias governamentais se conformem em auscultação directa com o povo. Assim, ainda que os ministérios continuem em Lisboa, têm de existir gabinetes de análise sedeados pelas várias regiões e pelos vários municípios do país.

Não é possível continuarmos a assistir a políticas emanadas por um poder prepotente e centralizado em Lisboa, todos os dias desajustado às realidades das regiões, e desadequado às necessidades básicas das populações. E esta situação é tão mais gravosa, quanto a celeridade imposta por este «Estado ASAE», que ao invés de permitir períodos de adaptação e de estudos de alternativas, investe num policiamento feroz de actividades, e entra pela via de uma verdadeira «caça à multa».

E ainda pior, é assim na Educação, e é assim na Saúde, que constituem pilares de base da dignidade humana em qualquer Nação. Continuará assim se não existirem alternativas, e disto pretendemos dar-vos conta através das nossas ideias e dos estudos que estamos a desenvolver que terão sempre por base a aproximação do poder ao povo, ao invés do «monstro das centralizações» de um governo tipo «sanguessuga», egocêntrico, egoísta e desumano.

Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade


(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

1 Comments:

At 11:32 da tarde, Blogger Terra e Sal said...

Olá Susaninha:
Vim visitá-la, e como sempre com muito prazer.
Já tinha lido este seu artigo de opinião no Diário de Aveiro, leio sempre.
A coisa está efectivamente “preta” por cá, muitos portugueses vêm-se às aranhas para sobreviver, mas sabemos que no resto da Europa a coisa também está feia.
Os reflexos de tudo isso, manifestam-se de muitos modos, até em alguns comportamentos que eram inusitados no nosso país, são agora “vulgares”
E não há indícios da coisa abrandar.
Que nos valha a Senhora de Fátima, que me parece bem andar distraída com este país tão religioso.
Se calhar a santa anda entusiasmada com a nova Capela que lhe ofereceram por ter feito esboroar o muro de Berlim, que a trazia preocupada há umas boas dezenas de anos.
Mas o ter ido abaixo o mamarracho, ficou pelos olhos da cara ao mundo, material e espiritualmente falando.
Depois, a Obra da capela parece-me que ficou à volta de 350 milhões de euros, e ainda alguns dizem que o nosso anterior Presidente da Câmara gastou muito dinheiro em obras. Bem, ele efectivamente não tinha tanto dinheiro como a paróquia de Leiria, já que, ali, ao contrário daqui, foi tudo pago em dinheiro vivo, e na hora.
Depois lá em Fátima também não são como a nossa nova Câmara que esses então são uns sovinas, não abrem os cordões à bolsa, não pagam aos credores, e sem entendermos como, todos os meses a dívida aumenta assustadoramente.
Acredite, que, se eu soubesse, quando a Santa deitou o muro abaixo no cumprimento de um dos segredos de Fátima, se tivessem falado comigo, o mundo e particularmente Portugal, pagaria um preço mais em conta, assim, é como vê…
O que sei é que, o Universo depois do muro ter ido abaixo à marretada, começou a entrar em desequilíbrio, porque agora já não há quem ralhe, nem faça bluff com ameaças de castigar etc, e portanto, andam por aí alguns, a disparatarem e a aniquilarem quem é mais fraco, e a quem tiraram o direito de viverem sossegados entretidos com a sua vida, com os seus credos e politicas milenárias.
Mas o milagre deu-se, e nós, povo de boas contas, pagamos, e pagamos bem à Senhora de Fátima.
Ás vezes dou comigo a pensar de quantas milhares de crianças com aquele dinheiro gasto na capela não seriam ressarcidas daquilo a que têm direito: o pão, e a vida.
Eu sei, que já está farta e quer é que eu acabe com este blá, blá, blá, e me vire para a política do Sócrates, e lhe diga se o homem é uma peste, ou não.
Reconheço Susana que o cavalheiro não é nenhuma flor de cheiro…
Tenho razões de queixa, afinal temos todos.
É que, eu sei como é. Somos todos muito democratas, de esquerda ou de direita, achamos que a justiça deve ser igual para todos, desde que não nos mexam com os bolsos, se mexem, acaba-se logo a igualdade e a justiça social…
E ele, mexeu com os meus.
Mas Susana, este país estava podre.
Andava tudo ao Deus dará, comíamos todos os dias pão-de-ló, quando não tínhamos dinheiro nem para pagar um papo-seco.
Estávamos falidos, o deficit ia aumentando, o nosso crédito lá fora ficava por um preço astronómico, porque éramos “clientes” pouco fiáveis, e alguém tinha de pôr mão nisto para nos devolver a credibilidade, e a dignidade.
As medidas a sério tinham de ser tomadas por alguém, fosse por este primeiro-ministro ou por outro, alguém tinha de pôr a mão nisto, calhou ao Sócrates.
Com isto não quero dizer que concorde com tudo o que ele faz, mas é tudo muito complexo, complexo de mais, para a maioria compreender.
Há uma coisa que compreendo e advogo, as restrições não deviam afectar os trabalhadores mais pobres, os idosos, os mais carenciados, que vão estando isentos de muitas “penalizações” mas que mesmo assim são insuficientes, para eles resistirem à carestia de vida que se instalou.
José Sócrates, não é de maneira nenhuma o rei Salomão, mas reconheçamos que vive com entusiasmo o país, o que faz, convencido que está a fazer o melhor, não para ele, mas para os outros.
Os seus principais Opositores estão divididos. Aqueles que têm mais credibilidade apoiam o que ele faz, afirmam que ele está no bom caminho, e internacionalmente, também lhe é reconhecido mérito, por isso minha amiga, estamos feitos.
As sondagens que não passam de sondagens, claro, continuam a ser-lhe favoráveis, sinal de que, mesmo com todas as convulsões sociais que espero não irem descambar em coisa mais grave, mesmo assim, continuam a considerá-lo o melhor. E olhe que ele expõe-se bem, e ainda não há desgaste.
Só nos resta pedir à Senhora de Fátima que agora deve andar a bombalear-se toda feliz e contente lá pelos salões do palácio que (ainda por cima deve estar isenta de contribuição autárquica) lhe ofereceram, que nos dê uma Oposição capaz e competente, para irmos para a cama sossegados sabendo que, nas próximas eleições lhe vamos fazer a “cama” e meter lá outro, ou outra, melhor. Se souber de alguém capaz diga-me Susana que eu cá estarei para derreter o homem de língua, para ficar pior não.
Bem, minha querida amiga, acabei a minha “homilia”.
Por fim quero dizer-lhe que continuo à espera que se imponha e bem no seu partido, gostava de a ver na A.M. para começar, queria que tivesse muitas venturas,e se chegar longe, e espero que sim, prometo nunca dizer mal de si, nem do seu partido : )
Um beijinho Susana.

 

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