A capital da vergonha
Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
Lisboa. Junto ao poder cada vez mais ali centralizado, estão os pobres cada vez mais pobres. Destacam-se os idosos, os desqualificados, e as crianças. Mas que tipo de poder central é este que nos governa? Mas que tipo de país é este que não tem respeito por quem o ajudou a construir, nem por quem constitui o seu futuro? Há dias em que sinto vergonha, não do meu país, mas de todos aqueles que apenas ajudam a «desconstruir» Portugal.
Um relatório hoje divulgado na SIC Notícias, de um Observatório da Luta contra a Pobreza, dá-nos conta que na nossa Capital, os pobres estão cada vez mais pobres. De resto, nada que não aconteça aliás um pouco por todo o país, mas o mais extraordinário é que ali, às barbas do poder central, onde José Sócrates proclama as suas fantásticas oratórias sobre o «país das maravilhas», onde possivelmente só ele e o seu governo habitam, porque do lado de fora, a realidade é dura e crua, e os números e a miséria não mentem, e aí estão para o comprovar.
Assim, surgem no topo da lista dos mais pobres, os idosos, os desqualificados, e as crianças, isto para não dizer que se trata, também, da nossa classe média, porque esta tal como o próprio comentador afirmou «anda pelas vias da extinção». As dificuldades em controlar a pobreza em Lisboa são cada vez maiores, e são todos os meses agravadas pelos fluxos de imigrantes, que sem condições para sobreviverem na grande capital, se refugiam nos bairros mais decadentes, onde desde logo iniciam vivências com a droga, o crime e a miséria.
O sacerdote colaborador deste Observatório de Luta contra a Pobreza, em entrevista à SIC Notícias, afirmou que «os pobres são os maiores desbeneficiados das ajudas atribuídas à “pobreza”, uma vez que tenho por certo que a maior parte das verbas fica pelo caminho…». De forma embaraçada continuou a entrevista, tentando explicar que existiam muitos «oportunismos» na forma como as verbas são distribuídas, passando por demasiadas instituições distantes da população, enquanto que por outro lado, não existem no «terreno» intervenientes directos que façam estudos na avaliação e atribuição dessas mesmas ajudas.
O sacerdote afirmou ainda «os tecnocratas dos “gabinetes” decidem tipo “chapa 5”, de forma desajustada às realidades, e não satisfazendo as necessidades das populações».
Infelizmente, como em tantas outras áreas da governação, estão em causa «os tecnocratas» e os erros cometidos pelo enorme distanciamento dos cidadãos e dos problemas reais deste Portugal profundo. Só que neste caso em concreto, a gravidade das consequências é brutal, porque o que está em causa é a dignidade do ser humano, enquanto os seus direitos básicos como a alimentação, a educação, a segurança, a saúde e a habitação, estão longe de ser alcançados
Um relatório hoje divulgado na SIC Notícias, de um Observatório da Luta contra a Pobreza, dá-nos conta que na nossa Capital, os pobres estão cada vez mais pobres. De resto, nada que não aconteça aliás um pouco por todo o país, mas o mais extraordinário é que ali, às barbas do poder central, onde José Sócrates proclama as suas fantásticas oratórias sobre o «país das maravilhas», onde possivelmente só ele e o seu governo habitam, porque do lado de fora, a realidade é dura e crua, e os números e a miséria não mentem, e aí estão para o comprovar.
Assim, surgem no topo da lista dos mais pobres, os idosos, os desqualificados, e as crianças, isto para não dizer que se trata, também, da nossa classe média, porque esta tal como o próprio comentador afirmou «anda pelas vias da extinção». As dificuldades em controlar a pobreza em Lisboa são cada vez maiores, e são todos os meses agravadas pelos fluxos de imigrantes, que sem condições para sobreviverem na grande capital, se refugiam nos bairros mais decadentes, onde desde logo iniciam vivências com a droga, o crime e a miséria.
O sacerdote colaborador deste Observatório de Luta contra a Pobreza, em entrevista à SIC Notícias, afirmou que «os pobres são os maiores desbeneficiados das ajudas atribuídas à “pobreza”, uma vez que tenho por certo que a maior parte das verbas fica pelo caminho…». De forma embaraçada continuou a entrevista, tentando explicar que existiam muitos «oportunismos» na forma como as verbas são distribuídas, passando por demasiadas instituições distantes da população, enquanto que por outro lado, não existem no «terreno» intervenientes directos que façam estudos na avaliação e atribuição dessas mesmas ajudas.
O sacerdote afirmou ainda «os tecnocratas dos “gabinetes” decidem tipo “chapa 5”, de forma desajustada às realidades, e não satisfazendo as necessidades das populações».
Infelizmente, como em tantas outras áreas da governação, estão em causa «os tecnocratas» e os erros cometidos pelo enorme distanciamento dos cidadãos e dos problemas reais deste Portugal profundo. Só que neste caso em concreto, a gravidade das consequências é brutal, porque o que está em causa é a dignidade do ser humano, enquanto os seus direitos básicos como a alimentação, a educação, a segurança, a saúde e a habitação, estão longe de ser alcançados
À mistura, está bem clara, a promiscuidade tão próxima com o oportunismo e a corrupção, quando se insinua o «desencaminhamento» de verbas destinadas à ajuda da Luta contra a Pobreza. É escandaloso conviver com situações destas, não podemos ficar indiferentes e continuar a «fazer de conta» que isto possa ser normal. Se achamos justo que se proteste pelos direitos de quem trabalha, temos de entender que se torna tão e mais urgente, protestar pelos direitos de quem não pode, ou não deve trabalhar.
E devem ter os seus direitos protegidos e não devem trabalhar, as crianças deste país, que são elas próprias o garante do nosso futuro. E devem ter os seus direitos protegidos e não devem trabalhar os idosos, que deram uma vida pela nação e se encontram hoje em situações miseráveis. E devem ter os seus direitos protegidos e devem trabalhar, os desqualificados que não arranjam trabalho por falta de formação, e que vivendo à margem da sociedade, apenas contribuem para o limiar da pobreza.
Este país «gira ao contrário» enquanto por um lado continua a albergar as vias abertas à corrupção e ao modelo futurista de «sociedade tecnologicamente desenvolvida», e por outro lado, continua a fazer «vista grossa» às necessidades básicas do seu povo.
Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)
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