Os parceiros do mesmo jogo
Com estabilidade, sem crispações e jogando para ganhar o mesmo jogo, se encontram Cavaco Silva e José Sócrates. E se assim se constata, porque”não corre sobre rodas” este país? Será que por aqui reina a estabilidade, ou apenas o comodismo dos nossos governantes?
No passado Conselho para a Globalização que ocorreu em Sintra, à chegada, Cavaco Silva alertou para a urgência de empresários, políticos, sindicatos, investidores e «sociedade em geral» começarem a «pensar global e agir global» para Portugal não «ficar para trás» num mundo globalizado.
No passado Conselho para a Globalização que ocorreu em Sintra, à chegada, Cavaco Silva alertou para a urgência de empresários, políticos, sindicatos, investidores e «sociedade em geral» começarem a «pensar global e agir global» para Portugal não «ficar para trás» num mundo globalizado.
Por sua vez, José Sócrates não se cansa de apelar aos incentivos às novas tecnologias, à modernidade do nosso Portugal, ao investimento no nosso país de empresas com parcerias globais e dinamizadoras da nossa economia.
Como é possível continuarem a pensar à boa maneira medieval, que “com papa e bolos se enganam os tolos”, enquanto que sentados na cadeira no poder os senhores do reino apenas se preocupam com a cobrança de mais impostos?
Na realidade, em vez de mais investimentos em Portugal observamos mais deslocalização de empresas para outros países, em vez de crescimento económico verificamos mais desemprego e menos poder de compra, em vez de desenvolvimento temos agravamento do défice e aumento das dívidas sociais. A visão ilusionista da parceria Sócrates/Cavaco encaminha o país para os piores rumos, e a apologia da estabilidade política apregoada na última grande entrevista de Cavaco Silva não convence ninguém enquanto o insucesso e a falta de confiança continuar no lugar da melhoria da qualidade de vida dos portugueses.
Por vezes dou comigo a interrogar-me se na verdade viveremos, nós o povo, no mesmo rectângulo à beira-mar plantado que os nossos governantes. São extraordinárias as diferenças entre o que nos querem fazer crer que existe e o que é na realidade. Quando é que esta parceria do Governo/Presidente da República dará conta que as políticas que em conjunto defendem estão erradas e só estão a acentuar a crise?
O «pensar global e agir global» e o «choque tecnológico» são necessários e até mesmo urgentes a Portugal, sim, mas a par disso não podemos deixar de olhar em primeiro lugar para o país real. Aquele onde vivemos um dia-a-dia de pessoas que não têm dinheiro para pagar as taxas de saúde, onde as escolas e as maternidades são encerradas, onde existem crianças e idosos maltratados, onde as empresas encerram e o desalento é diário, onde a criminalidade aumenta e a prostituição se desenvolve, onde as pessoas voltam a emigrar em busca de melhores dias…
De que servirá o “pensar global”e o “pensar alta tecnologia” se continuarmos a exportar “quem assim consegue pensar” e a conviver cá dentro de portas com quem ainda se depara com “a chuva que escorre pelas paredes de casa” ou com quem está mais preocupado com a “conta dos medicamentos na farmácia por pagar”?
(publicado nas edições de ontem do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)
4 Comments:
“com papa e bolos se enganam os tolos”.
Tudo dito. e bem.
como sempre. a ler.te.
beijos-
isa.
Sócrastes/Cavaco coligação de betão, a bem dos portugueses. Desculpe-me a Susana mas esse discurso dos "coitadinhos" é mais pró-bloquista...e,como sabe, o Estado o que deve fazer é criar condições para que o mercado funcione de modo transparente. As preocupações sociais só são possíveis se uns tantos ( poucos felizmente,e pagos por todos nós) se contentarem com um pouco menos.
O Cavaco é um bom Presidente. Sabe o que diz.
Cumprimentos
Repara que o discurso da deslocalização...não colhe!
Como vieram cá parar essas empresas?!
Exactamente pela deslocalização?!
E alguma voz se levantou contra isso nessa altura?!
Se impedissem globalmente essa possibilidade é que iam no caminho certo.
Sim, porque eu não conheço a economia...nunca fui apresentado à Senhora!
Mas em contrapartida...conheço muita GENTE!
Um beijo.
Mas..., é que se apanham mesmo. E muitos! A maioria!
Cpts
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