quarta-feira, janeiro 24, 2007

Portugal gira ao contrário (II)

Portugal é dos países da União Europeia que menos benefícios económicos tem retirado da imigração. Portugal é dos países da zona euro «onde as finanças públicas serão das mais penalizadas pelo aumento da esperança média de vida e pela queda da fertilidade, que são os dois factores que determinam o envelhecimento natural da população».
Num estudo divulgado na passada semana no boletim mensal, o Banco Central Europeu (BCE) dá-nos conta que a entrada de pessoas precedentes de países exteriores ao espaço comunitário deveria à partida “contribuir para impulsionar a oferta de trabalho da zona euro, ajudando a compensar alguns efeitos negativos das alterações demográficas». No entanto, Portugal como apresenta deficientes condições de acolhimento aos imigrantes que recebe, não retira proporcionais vantagens económicas qualitativas, relativamente à quantidade de pessoas que entram no nosso país para aqui trabalharem.
Se por um lado constatamos que em Portugal se iniciou um novo ciclo de emigração, mesmo de mão-de-obra altamente qualificada, por outro lado somos confrontados com o encerramento de embaixadas no estrangeiro. Se ainda assim, permitimos a entrada de cidadãos que legitimamente procuram trabalho para melhorar o seu nível de vida, mas em contrapartida não lhes oferecemos condições plausíveis para se instalarem no nosso país, sabendo que muitas das vezes estas pessoas acabam por cair na prostituição, na droga e na miséria, porque é que os alternados governos deste país continuam a teimar nesta inversão de caminhos?
Não se compreende que se continuem a tolerar políticas que arruínam a economia portuguesa e que nos empurram para a cauda da Europa. Não podemos continuar a contribuir para um país que não sabe gerir vantagens da sua massa humana, que não cria estímulos para os trabalhadores nacionais, nem cria condições para os imigrantes que de forma displicente vai continuando a receber.
Desta forma, Portugal gira ao contrário, em vez de riqueza, gera pobreza. Esta realidade é uma ameaça cujas consequências são infelizmente conhecidas. Entramos num beco sem saída e o colapso das finanças públicas não deverá tardar na falência da Segurança Social e dos subsistemas da saúde. O Estado não reflecte na sociedade medidas sérias para a renovação populacional . Com o aumento da esperança média de vida, tornam-se emergentes medidas de apoio à natalidade.
Em tempo de tanta reflexão sobre o aborto, seria bem mais importante reflectir sobre a vida. Em vez da liberalização, deveria incentivar-se a prevenção. Se queremos pensar em apoiar mulheres que querem abortar, deveríamos pensar em primeiro lugar, em apoiar mulheres que necessitam de tratamentos para poder gerar uma nova vida, enquanto é tempo!
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

8 Comments:

At 3:57 da tarde, Blogger PintoRibeiro said...

Eu acho ke não gira, mas. Bjinho.

 
At 10:28 da tarde, Blogger isabel mendes ferreira said...

mas há de girar um destes dias....


_______________esperemos!



beijo em carrocel. de ternura.

 
At 8:40 da manhã, Blogger martim de gouveia e sousa said...

estagnado e sempre ao contrário, de facto. bjo.

 
At 10:49 da manhã, Blogger PintoRibeiro said...

Bom dia Susana. Tudo bem, espero. Bjinho.

 
At 1:02 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Portugal é o nosso país.E os paises não giram. Crescem e avançam.
Temos um património civilizacional notável. Temos uma cultura de partilha e de comunhão.
Somos excelentes nas relações humanas.
Infelizmente a nossa classe política, mediocre,deixou de ser um interlocutor válido.
Diga-me, o que já fez pelos portugueses e por Portugal?
Não se esqueça que, por si, Portugal já fez demais...atribuiu-lhe uma identidade e deu-lhe uma Nacionalidade. Sabe o preço da Nacionalidade Portuguesa?
Se soubesse jamais diria que Portugal gira ao contrário!!!

 
At 10:20 da tarde, Blogger Nelson Peralta said...

"apoiar mulheres que necessitam de tratamentos para poder gerar uma nova vida"

Isso quer dizer que, ao contrário da maioria dos apoiantes do NÃO, é favorável às técnicas de procriação medicamente assistida (nomeadamente fertilização in vitro) e à lavagem de esperma!?

 
At 11:34 da tarde, Blogger Migas (miguel araújo) said...

Viva Susana.
Interessante este seu post. Mas pessoalmente acho que a realidade mostra-nos um país que de dia para dia perde a sua identidade. Mostra-nos um país que não sabe lidar com a questão social e económica da imigração, poque não seba, nem acho que nunca soube lidar com a realidade da sua própria emigração.
Exemplo disso mesmo a questão que levanta referente às embaixadas e consulados.
Cumprimentos e bfs

 
At 7:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boa! A maior parte dos portugueses são excessivamente burros para compreender o País em que vivem.

 

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