Portugal, um país de contrastes
Cada vez mais. Os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Este é o síndroma de um país em vias de desenvolvimento e esta é a situação real de Portugal. Um país que se quer mostrar desenvolvido mas que se afunda em cada dia no subdesenvolvimento quando socialmente se evidencia a pobreza e os sinais exteriores de riqueza são cada vez maiores nas mãos de menos!
No passado domingo, “Viver de Sobras” foi uma reportagem da SIC que chocou muita gente. Pessoas no limiar da pobreza revirando os caixotes de lixo de Lisboa, é um cenário triste e degradante dos nossos dias. Ainda mais, como foi constatado, se crianças e idosos fazem parte dessas pessoas que buscam no lixo sobras que lhes possam matar a fome.
No passado domingo, “Viver de Sobras” foi uma reportagem da SIC que chocou muita gente. Pessoas no limiar da pobreza revirando os caixotes de lixo de Lisboa, é um cenário triste e degradante dos nossos dias. Ainda mais, como foi constatado, se crianças e idosos fazem parte dessas pessoas que buscam no lixo sobras que lhes possam matar a fome.
É revoltante pensar que convivemos com situações destas tão perto de nós, num país onde tanto se desperdiça, onde o consumismo assola as carteiras dos deslumbrados, onde o “usa e deita fora” passou a ser fórmula dominante de uma forma de estar, onde a “quantidade” passou a ser sinónimo de qualidade e bem-estar. Hoje, neste pobre país que desprovido de princípios se julga cada vez mais dourado, vive-se na ilusão do endividamento das famílias, vive-se para a filosofia do “ter” e pior do que isso, ignora-se com facilitismo, a miséria a que muitos já estão condenados.
Hoje, no mesmo canal SIC, somos informados que a Banca portuguesa obtém de lucros uma média de 6,6 milhões de euros por dia!
Sem querermos invejar o bem dos outros, até porque só tenho a elogiar a obtenção de lucros se estes são alcançados de forma honesta, é de considerar extraordinário o crescente sucesso da Banca e das Empresas Financeiras, ainda mais quando o Banco de Portugal e o Banco Central Europeu têm permitido o aumento sucessivo das taxas de juro e foi já anunciado na semana passada novo aumento, para antes do final do corrente ano.
Em contrapartida, o atendimento bancário é cada vez mais despersonalizado e os funcionários bancários lastimam-se de trabalho excessivo e de horas de trabalho extraordinário mal pagas. As pequenas e médias empresas, essas, as que ainda sobrevivem, afundam-se em custos, juros e impostos de sêlo sobre os mesmos, que lhes absorve todo o lucro dos sucessivos exercícios.
Não será o exposto suficiente para perceber que as políticas adoptadas vão de mal a pior? Não vislumbra quem nos governa, que o rumo que leva o país não nos leva a nós a lado nenhum? ou melhor, que apenas nos leva a um resultado de contrastes socio-económicos desesperantes?
É vergonhoso ter constatar que Governo e Presidente da República andem tão preocupados com o “referendo ao aborto” e tão despreocupados com a “luta contra a pobreza”, bandeira de outros tempos, que hoje mais do que nunca deveria ser hasteada como primeira prioridade.
(Publicado nas edições de ontem do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)
2 Comments:
um constrastequenosacentua.
e nos derruba.
beijos Querida Su. assim. matinalmente.
Uma boa semana apesar dos contrastes.
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