Sal de Aveiro
Com água e luz, a alma aveirense é feita de sal. Sal fino. Sal finíssimo. Diferente do sal traçado do Tejo ou do sal grosso de Setúbal. Sal. Sal a que já chamaram tudo: «ouro branco», «sangue branco», «grão divino», «sal da vida», «milagre branco». Às quadrículas azuis das marinhas chamou Almada Negreiros «janelas do céu». D. João de Lima Vidal viu nas salinas «tabuleiros de cristal». Poesia de sal. O sal inspirou os poetas. O sal temperou sonhos. O sal purificou a paisagem. Mas o sal também é suor. Muito suor. É labuta de gente crestada pelo Sol há mais de mil anos. (O mais antigo escrito que testemunha a existência de salinas em Aveiro é do ano de 959). Gente laboriosa. Gente salgada. Sal da terra.
in Aveiro, Cidade de Água, Sal, Argila e Luz
2 Comments:
sal de lágrimas e de sol e de suor e de trabalho e de luta...
sal de aveiro a ver o mar nos
teus olhos sempre abertos....
b.e.i.j.o.
em sal rosa....sal do mar Morto, que escorrega na pele como óleo...
Os meus cumprimentos.
Depois da ilustre prosa sobre o Sal,que gostei, permita-me só dizer, que ele esteve na origem da palavra "salário"
Em tempos remotos que se perdem na névoa dos tempos, foi mesmo salário de trabalhadores.
Renovo os meus cumprimentos e gostei de passar por aqui.
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