quarta-feira, março 26, 2008

Menos deputados de Lisboa no Parlamento

Com a devida vénia ao Diário de Aveiro
Neste ponto estamos de acordo com Luís Filipe Menezes, que afirmou recentemente em Ílhavo, nas comemorações que assinalaram os dez anos de poder autárquico no concelho, que os candidatos a deputados às próximas eleições legislativas de 2009 serão «todos de Aveiro e escolhidos em Aveiro».

O Partido da Liberdade (PL) agora em constituição, é defensor da descentralização do poder que Lisboa detém sobre o resto do país, e por conseguinte apoiará ideias e soluções que contribuam para a aproximação das políticas e dos políticos aos cidadãos. Parece-nos assim uma questão de bom senso, que os círculos eleitorais apresentem nas suas listas de candidatos a deputados, pessoas que representem e tenham raízes nos seus respectivos distritos.

Começando pelos próprios «cabeças de lista», não faz qualquer sentido um político de Lisboa ser colocado por vezes «à força» na representação de um distrito, pelo qual não tem qualquer afinidade nem conhecimento, e apenas por oportunismo de visibilidade e obtenção de um cargo.

Ainda que admitindo que os deputados estão na Assembleia da República para discutir e legislar sobre assuntos que a todo o país dizem respeito, alguns transversais a todos os portugueses, obviamente que jamais poderemos esquecer que um deputado é alguém eleito pelo povo para o representar, e a quem o povo que o elegeu confia as decisões sobre variados assuntos, mas muito especialmente nos assuntos de interesse político para a região inerente ao círculo eleitoral que o levou ao Parlamento.

Desta forma, um deputado eleito por um distrito, tem obrigações para com esse mesmo distrito, e representá-lo-á por certo tanto melhor, quanto maior for a sua proximidade à terra, a manutenção de residência ou a ligação afectiva à mesma, e o povo sente-se enganado de cada vez que existem eleições e aparecem logo uma quantidade imensa de «oportunistas» a visitar os seus mercados, as suas feiras e os seus eventos. Tanto mais, que com a rapidez que aparecem, da mesma forma desaparecem até ao próximo acto eleitoral.

Cremos pois, que um dos grandes motivos da «abstenção» nas eleições legislativas, se justifica pelos motivos que acabamos de apresentar. Os deputados têm definitivamente que passar a assumir compromissos de honra com quem os elege, e devem deixar de ser meros «fantoches» das máquinas partidárias a que pertencem.

Parece-nos que a forma mais eficaz, justa e franca de renovar a política em Portugal será mesmo começar pelos seus representantes, e nada melhor que estes estarem sintonizados com os interesses de quem directamente os elege. Necessitamos de políticos que acreditem no que defendem e nada melhor que o «bem-querer» da sua gente e da sua terra, para um eficiente e genuíno empenho no trabalho que têm a desenvolver, a bem dos mais próximos em particular, a bem dos portugueses em geral, a bem da Pátria que é de todos.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

1 Comments:

At 5:08 da tarde, Blogger PintoRibeiro said...

SWinceramente, de Lisboa ou outro lado, sorry Susana, deputados já cansam.
Bjinho.

 

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