Refundação – para uma Direita Vencedora
Em tempos de mudança, urge refundar a direita portuguesa. Reflectindo sobre o actual panorama político nacional, parece-nos que infelizmente pouco do muito que seria exigível, irá mudar na suposta direita portuguesa. Na verdade, Portugal não conta na actualidade com uma direita a sério. Conta com um PSD cada vez mais similar ao PS, e com um CDS/PP que já só serve para ambicionar falsas estratégias, «em função de uma possível e forçada coligação, para um possível governo, seja ele com quem for», tudo o resto é divagar. Caberá, portanto, ao PND – Partido da Nova Democracia, a dignidade de assumir a verdadeira direita, tudo o resto é mais do mesmo.
Está desta forma clara, a oportunidade única, ao alcance do PND, de refundar o partido para uma direita vencedora. E por refundação, entende-se uma dinâmica diferente do modelo organizativo até agora adoptado, e uma prática assumida dos princípios e valores já declarados no rumo definido para o PND no II Congresso Nacional de Aveiro.
Em Abril de 2005, em Aveiro, o PND foi assumido pelos seus congressistas como um partido da não esquerda, mas efectivamente até hoje a sua prática não o tem demonstrado aos eleitores e por isso ainda não foi pelo povo entendido que o PND se demonstre realmente diferente dos outros. A comprová-lo tivemos entre outros, dois momentos políticos importantíssimos, em que não soubemos passar a mensagem de um verdadeiro partido de direita.
Nas eleições às presidenciais confundimos o eleitorado apoiando o Dr. Aníbal Cavaco Silva, ainda que deixando ao livre arbítrio dos militantes o seu voto, o Conselho Geral do PND sob proposta do presidente do partido apoiou a candidatura de Cavaco, algo que até hoje ainda é incompreensível para muitos. Recentemente, num segundo momento político de extrema importância, «o referendo ao aborto», o PND não foi capaz de se assumir pelo «Não ao Aborto», voltando a confundir o eleitorado sobre os princípios que nos unem e duvidando da nossa índole de um partido da verdadeira direita.
Como é do conhecimento público, por intervenções e por artigos da minha autoria na comunicação social, é sabido que não apoiei Cavaco Silva e que me bati pelo «Não ao Aborto».
É pois chegada a hora de reflectir sobre os erros que se comentem no PND, e de sermos claros com aqueles que esperam de nós uma direita genuína e diferente dos demais partidos. Essa diferença não se pode ficar pelas palavras e tem que passar a ser «uma atitude» do partido. Ter atitude num partido de direita, implica tomar decisões que mesmo incómodas demonstram as nossas convicções.
Não admitimos, portanto, ser rotulados de extrema-direita, racistas ou xenófobos, «porque interessará a muitos que assim se entenda», só porque protestamos por uma Nova Direita. Não admitimos essa calúnia, nem essa difamação, quando o que está em causa é o cumprimento dos nossos valores, numa plataforma livre e democrática, assumida pelo próprio PND, dentro dos princípios defendidos na sua mais pura ideologia.
Seremos, pois, defensores de uma refundação da Direita que verdadeiramente ambicionamos, defendendo os interesses nacionais e dos portugueses, da liberdade e da responsabilidade pessoal, do reconhecimento e do mérito de quem trabalha, em detrimento dos grandes interesses do capitalismo desenfreado, e da falta de valores políticos e sociais, cuja degradação temos vindo a assistir ano após ano de falaciosas governações, neste cada vez mais triste Portugal.
Acreditamos que ainda é possível, se houver a coragem necessária para mostrar a diferença assumindo-a nos nossos actos. De discursos está cansado o nosso povo, e só assim se entende a abstenção como voto de protesto, e a desilusão como forma de estar. Estão os lucros e as vantagens desta deplorável situação, cada vez maiores nas mãos de poucos, e cada vez menores para a maioria. Tem perdido a democracia, tem perdido Portugal. Está na hora de mudar para vencer!
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)
4 Comments:
Uma excelente análise política aqui:
http://arte-de-opinar.blogspot.com/2007/07/falar-cada-vez-mais-sozinho.html
Muitas pessoas não devem ter gostado das coisas que a Susana escreveu, mas a verdade é nua e crua.
Mais uma vez Parabéns pela sua coragem de meter o dedo na ferida, e só cá para nós:
QUEM NÃO SE SENTE NÃO É BOA GENTE.
As pessoas dignas não se veem na cor de pele, nem na conta bancaria, nem na marca do carro.
Força Susana vamos dignificar o nosso lindo distrito de Aveiro.
A arte de opinar é um exercicio sério para ser executada por gente anónima sem escrupulos e de merda (falando português claro e simples que é o mais necessário ao nosso pais) nós povinho estamos fartos de personalidades bem falantes e pouco actuantes. Com esquerda ou com direita é urgente mandar os opinadores à fava.
O pais precisa de gente séria e não de brincalhões que nada fazem e, têm todo o tempo do mundo para pavonearem a sua pseudo intelectualidade, em comissões de estudo, administrações de empresas municipais, em universidades estatais etc., etc.
Quando estive na Guiné tinha de eliminar para sobreviver, cada grupo biligerante sabia qual a sua posição. Davamos o corpo a alma e a vida muitos, pela pátria (infelizmente por uma causa injusta). Hoje este meninos mimados dão à letra em prol do seu eu, do seu bolso, do seu ar condicionado, da sua motoX, carrinho lindo, fato e gravata, um cem numero de futilidades.
Não concordo em muita coisa com a senhora que aqui escreve e muito menos com o seu partido, mas exite uma causa Nacional e por consequência distrital que é urgente dar-lhe novo rumo e voz, e com gente honesta.
Peço desculpa pela linguagem, porque me revolta a cobardia mas tem de chegar a hora de muitos inuteis perfumados (merdas) serem colocados no seu sitio...nas latrinas do desespero.
Por um Portugal mais eficaz, mais altruísta, mais feliz é urgente mudar.
António Martins Brás
Ol. de Azemeis
Excelente. Subscrevo tudo. Aliás, sabes-lo, há muito que defendo essa ruptura e uma refundação assente no regresso à Ideologia.
Em frente.
Bjinho Susana,
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