Cheiro a Terra Queimada em Sever do Vouga
Doze dias depois do grande incêndio de Cedrim, em Sever do Vouga, a desolação sente-se e cheira-se. O verde da serra deu lugar ao preto do carvão e é hora das populações recuperarem forças, fazerem contas à vida e rezar para que o inferno não volte.
Durante três dias, Cedrim foi notícia nos principais jornais nacionais e noticiários televisivos, embora pelos piores motivos. Uma visibilidade mediática que chegou repentinamente à pacata aldeia de Sever do Vouga no passado dia 11, por força das chamas que irromperam na tarde de sexta-feira e teimaram em lançar o pânico e a devastação na zona, durante 72 horas consecutivas. Doze dias depois do «horror», o rasto do fogo não deixa ninguém esquecer-se dos «três dias de inferno». Ao intenso cheiro a queimado, junta-se um cenário triste. Quilómetros e quilómetros de floresta e mato completamente reduzidos a cinzas, troncos queimados, mangueiras de água retorcidas, placas de sinalização pretas e uma sensação de perda e revolta partilhada pelos populares.
Continue a ler a excelente reportagem de Sandra Simões
1 Comments:
Isto assim não vai lá. Nem todos choram e alguns, esfregarão as mãos. Nem vale a pena referir o que é óbvio, mas enquanto os incêndios forem uma actividade comercial, não deixarão de acontecer.
1. O negócio da madeira, é de enorme dimensão. A madeira ardida tem o preço que os madeireiros determinam, quase gratuita pelo trabalho de a levarem, caso contrário terão de ser os proprietários a pagarem a limpeza e o transporte. Tem uma segunda consequência; faz baixar o preço da madeira sã para preços ridículos, dado o excesso da matéria.
2. O negócio do combate às chamas. Os números são mais ou menos conhecidos. São muitos milhões e como se imagina, não se investe em meios aéreos, caros, para que fiquem em terra.
3. A moldura penal. Não vai ninguém preso por incendiar.
Portanto, não vale a pena choradinhos. É p’ró qu’é.
Cpts
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