quarta-feira, julho 12, 2006

Angústia

Tortura do pensar! Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro, muito a sós,
Estrangular a hidra num momento!
E não se quer pensar!... e o pensamento
Sempre a morder-nos bem, dentro de nós...
Querer apagar no céu - ó sonho atroz!-
O brilho duma estrela com o vento!...
E não se apaga, não... nada se apaga!
Vem sempre rastejando como a vaga...
Vem sempre perguntando: "O que te resta?..."
Ah! não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!
Florbela Espanca

7 Comments:

At 5:03 da tarde, Blogger Unknown said...

Belo poema!

 
At 5:35 da tarde, Blogger hfm said...

"Ah! não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!"

Belo!

 
At 11:46 da manhã, Blogger Elise said...

Uma bela escolha! Beijinhos!

 
At 7:02 da tarde, Blogger Al Berto said...

Olá Susana:

Belo poema você escolheu...apesar da vida em contínuo lamento como foi o caso da Florbela Espanca.
Ao contrário dela precisamos aumentar a nossa esperança, a nossa certeza, num futuro melhor.
Somos NÒS que o iremos construir.

Um abraço,

 
At 11:38 da manhã, Blogger isabel mendes ferreira said...

ser granito.........para sobrevivermos ao gelo.


bom dia Su.


abraço.

 
At 6:06 da manhã, Anonymous Anónimo said...

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At 6:29 da tarde, Anonymous Anónimo said...

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