Vira o disco e toca o mesmo
No passado fim-de-semana, PSD e CDS, os ditos partidos de direita com assento parlamentar, entretiveram-se em reuniões magnas, com a “reeleição e afirmação” dos seus líderes. E penso com ousadia entretimento, porque realmente já cansam as crises existencialistas de liderança destes partidos, que mais partidos que inteiros, apresentam uma actividade política mórbida, tão virada para dentro de si próprios, de uma forma tão egocêntrica, que cada vez se tornam mais distantes da realidade do nosso país.
Do PSD, à falta de alternativas, saiu reeleito Marques Mendes, o que por si só não apresenta novidade nem tão pouco solidez de liderança, mas antes a falta de coragem de um partido envelhecido, sem vozes arrojadas e sem ideias novas para Portugal. Do CDS, de um antro de rivalidades e ganâncias, saiu reeleito Ribeiro e Castro, que dará continuidade a uma liderança fragilizada, carregando uma “cruz pesada”, como afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que desta vez a meu ver acertou em cheio no que disse.
O governo, com um fim-de-semana tranquilo, teve o país entretido com o entretimento destas oposições. Enquanto isso, ninguém se incomoda com os lamentos e cansaços de Freitas do Amaral, nem com as paranóias ibéricas de outros ministros, nem com o paradeiro incerto do ministro da economia, ainda que os estudos revelem que Portugal está cada vez mais afastado economicamente dos seus parceiros europeus e que por este rumo, o afastamento agravar-se-á nas próximas décadas.
Porque anda tão anestesiado o país, que já não exibe dinâmica para protestar de nada?
Na minha análise, entre muitas explicações para que tal aconteça, existem duas razões graves fundamentais. Por um lado a total descrença no sistema, nos políticos e na actual democracia é tão grande, que as pessoas já não acreditam em nada do que ouvem, fazendo a tudo o que é importante e menos importante “ouvidos de mercador”. Por outro lado, a crise económica é na verdade tão profunda e as dificuldades financeiras que os cidadãos de um modo geral atravessam são tão gravosas, que não deixam espaço de manobra, nem tempo, nem paciência para reflexão nem para protestos sobre o que quer que seja.
Portugal está enfermo, vive no sindroma da “pescadinha de rabo na boca”, sem retorno nem saída. Os problemas acumulam-se num círculo vicioso, numa conjuntura europeia deficitária dados os aumentos das taxas de juro e numa conjuntura internacional desfavorável dados os constantes aumentos do petróleo.
Resta-nos apelar ao que resta do bom senso da governação, que “não se iluda com a palha que vai retirando ao burro”, pois em qualquer dia quando menos se imagine, o burro aparecerá morto! Recorro a este modo popular de avisar, que não pode o governo continuar a exigir sacrifícios ao povo, enquanto os próprios responsáveis não se mentalizarem que terão de ser os primeiros a sacrificar-se e a dar o exemplo. E que sejam muito céleres nesta mentalização, enquanto é tempo…
Do PSD, à falta de alternativas, saiu reeleito Marques Mendes, o que por si só não apresenta novidade nem tão pouco solidez de liderança, mas antes a falta de coragem de um partido envelhecido, sem vozes arrojadas e sem ideias novas para Portugal. Do CDS, de um antro de rivalidades e ganâncias, saiu reeleito Ribeiro e Castro, que dará continuidade a uma liderança fragilizada, carregando uma “cruz pesada”, como afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que desta vez a meu ver acertou em cheio no que disse.
O governo, com um fim-de-semana tranquilo, teve o país entretido com o entretimento destas oposições. Enquanto isso, ninguém se incomoda com os lamentos e cansaços de Freitas do Amaral, nem com as paranóias ibéricas de outros ministros, nem com o paradeiro incerto do ministro da economia, ainda que os estudos revelem que Portugal está cada vez mais afastado economicamente dos seus parceiros europeus e que por este rumo, o afastamento agravar-se-á nas próximas décadas.
Porque anda tão anestesiado o país, que já não exibe dinâmica para protestar de nada?
Na minha análise, entre muitas explicações para que tal aconteça, existem duas razões graves fundamentais. Por um lado a total descrença no sistema, nos políticos e na actual democracia é tão grande, que as pessoas já não acreditam em nada do que ouvem, fazendo a tudo o que é importante e menos importante “ouvidos de mercador”. Por outro lado, a crise económica é na verdade tão profunda e as dificuldades financeiras que os cidadãos de um modo geral atravessam são tão gravosas, que não deixam espaço de manobra, nem tempo, nem paciência para reflexão nem para protestos sobre o que quer que seja.
Portugal está enfermo, vive no sindroma da “pescadinha de rabo na boca”, sem retorno nem saída. Os problemas acumulam-se num círculo vicioso, numa conjuntura europeia deficitária dados os aumentos das taxas de juro e numa conjuntura internacional desfavorável dados os constantes aumentos do petróleo.
Resta-nos apelar ao que resta do bom senso da governação, que “não se iluda com a palha que vai retirando ao burro”, pois em qualquer dia quando menos se imagine, o burro aparecerá morto! Recorro a este modo popular de avisar, que não pode o governo continuar a exigir sacrifícios ao povo, enquanto os próprios responsáveis não se mentalizarem que terão de ser os primeiros a sacrificar-se e a dar o exemplo. E que sejam muito céleres nesta mentalização, enquanto é tempo…
(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)
5 Comments:
É, minha amiga blogonauta, a democracia, tens imensos defeitos, porém como sabemos ainda é o melhorzinho que por aí anda.
Um dia, tavez venhamos a ter uma nova via reformista, revolucionára renovadora e com grandfe sustentação filosófica.Mas, quando e como?
Cumprimentos do
Maréchal Ney
:(
A mudança de governo é como o virar do calendário no final dum ano: associamos a ela votos semelhantes aos que fazemos em cada uma das 12 passas… – alternâncias a parte – assim acontece, isto é, até que a Esperança dos mais atentos esmoreça.
Na situação actual, com promessas de avanço repetidamente seguidas de recuos, em que a cada molhito de palha retirado ao burro farto desaparece o fardo do magriço, não há como resistir ao desânimo.
É urgente tratar este enfermo, ou arrumar a casa, desinfectá-la, limpar o pó em todos os cantos ao invés de varrer somente o lixo que mais estiver à vista, pagar as contas atrasadas sem deixar a despensa vazia.
Como?
Para já, e pelo andar do governo e dos congressos do fim-de-semana, só por força de alguma uva passa perdida não falecerá o País, pois eles não fazem análises e nem a própria casa conseguem gerir, quanto mais salvar os burritos ou este estábulo!...
(entretanto, bjts...)
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