A Ria de Aveiro
«A Ria, como o Nilo, é quase uma divindade. Só ela gera e produz. Todos os limos, todos os detritos vêm carregados na vazante até à planície, onde repousam. Isto é água e estrume, terra vegetal que se transforma em leite e pão. Palpa-se a camada de terra gordurosa sobre a areia. E, além de fecundar e engordar, a Ria dá-lhes a humidade durante todo o ano, e com a brisa do mar refresca durante o Estio as plantas e os seres. Uma atmosfera de humidade constante envolve a paisagem como um hálito.»
Raul Brandão, 1920
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