A vida passa, as passadeiras ficam, o civismo demora
Tomei recentemente conhecimento no Hospital da Universidade de Coimbra (HUC), que era da cidade de Aveiro a proveniência do maior número de vítimas por atropelamento, com entrada registada na Unidade de Cuidados Intensivos daquele Hospital, no decorrer dos últimos tempos.
Não deixa de ser um dado curiosamente infeliz. Numa altura em que proliferam as rotundas que supostamente abrandariam os excessos de velocidade na nossa cidade, vemos também surgir passadeiras imediatamente a seguir às rotundas, com planeamento mal estruturado da via pública e pouco conveniente para a passagem de peões.
Fez no passado dia 11 um mês, que dois dos meus familiares mais directos, pai e irmã, foram brutalmente atropelados quando seguiam a meio da passadeira frente ao Gabinete Médico-Legal de Aveiro (ao lado do Hospital Infante Pedro). Assim ficou marcado para sempre nas nossas vidas um episódio daqueles que enquanto não nos cabe a nós, nos parece que só acontece aos outros… A minha irmã ainda hoje se encontra de baixa por incapacidade temporária, mas apresentando boa recuperação. O meu pai ficou em coma profundo, até hoje numa situação que os médicos designam por “caótica”.
Por ironia do destino, continuo a ter de passar todos os dias pela mesma passadeira onde o meu pai e minha irmã foram atropelados, para me dirigir ao HIP durante os horários de visitas. Agora com cuidados redobrados e lembranças inesquecíveis, constato de forma mais inquietante como é incalculável a falta de civismo. Viaturas a alta velocidade dentro da cidade e às portas do Hospital, é uma realidade. Condutores sem civismo, é outra realidade ainda pior.
Numa altura em que estão na moda as multas por excesso de velocidade detectadas pelo imenso nº de radares colocados pelo Governo de José Sócrates nas auto-estradas, talvez não fosse má ideia começar a pensar mais na prevenção rodoviária fora das auto-estradas. Em Aveiro, tal como comecei por dizer neste artigo, os sinistros por atropelamento são acima da média e seria importante que as autoridades competentes começassem a reflectir seriamente sobre o assunto, para poderem ser tomadas medidas como acções públicas de civismo nas estradas, prevenção ao acidente e atenção aos sentidos de trânsito e ao posicionamento das passadeiras para peões.
Não deixa de ser um dado curiosamente infeliz. Numa altura em que proliferam as rotundas que supostamente abrandariam os excessos de velocidade na nossa cidade, vemos também surgir passadeiras imediatamente a seguir às rotundas, com planeamento mal estruturado da via pública e pouco conveniente para a passagem de peões.
Fez no passado dia 11 um mês, que dois dos meus familiares mais directos, pai e irmã, foram brutalmente atropelados quando seguiam a meio da passadeira frente ao Gabinete Médico-Legal de Aveiro (ao lado do Hospital Infante Pedro). Assim ficou marcado para sempre nas nossas vidas um episódio daqueles que enquanto não nos cabe a nós, nos parece que só acontece aos outros… A minha irmã ainda hoje se encontra de baixa por incapacidade temporária, mas apresentando boa recuperação. O meu pai ficou em coma profundo, até hoje numa situação que os médicos designam por “caótica”.
Por ironia do destino, continuo a ter de passar todos os dias pela mesma passadeira onde o meu pai e minha irmã foram atropelados, para me dirigir ao HIP durante os horários de visitas. Agora com cuidados redobrados e lembranças inesquecíveis, constato de forma mais inquietante como é incalculável a falta de civismo. Viaturas a alta velocidade dentro da cidade e às portas do Hospital, é uma realidade. Condutores sem civismo, é outra realidade ainda pior.
Numa altura em que estão na moda as multas por excesso de velocidade detectadas pelo imenso nº de radares colocados pelo Governo de José Sócrates nas auto-estradas, talvez não fosse má ideia começar a pensar mais na prevenção rodoviária fora das auto-estradas. Em Aveiro, tal como comecei por dizer neste artigo, os sinistros por atropelamento são acima da média e seria importante que as autoridades competentes começassem a reflectir seriamente sobre o assunto, para poderem ser tomadas medidas como acções públicas de civismo nas estradas, prevenção ao acidente e atenção aos sentidos de trânsito e ao posicionamento das passadeiras para peões.
Num país em que nos habituamos a ver permissividades sobre todas as culpas, é tempo de pelo menos dizer “basta” às culpas que atentam à segurança da vida humana!
Sair da passividade e do conforto do sofá para protestar sobre o que vai mal é um direito e uma obrigação que nos cabe a todos nós enquanto cidadãos responsáveis. Cumprir as regras estabelecidas, não é mais que o nosso dever. Mas se assim actuarmos, também nos entendemos com voz necessária para exigir as correcções imprescindíveis e as mudanças necessárias para que possamos usufruir de uma melhor qualidade de vida e acima de tudo da preservação da própria vida! Existirá maior bem?
(publicado na edição de 18.08.06 do Diário de Aveiro e no Democracia Liberal)
11 Comments:
e saio do sofá para te beijar.....
sempre sempre sempre.
Cara Susana.
Respeitosamente Solidário com o sofrimento dos seus mais queridos.
Solidariamente crítico quanto à falta de civismo, à prevenção e fiscalização rodoviárias.
Infelizmente as estradas e as ruas viraram selva.
Cumprimentos e as melhoras sinceras para a sua irmã e para o seu pai.
Sem dúvida que a falta de civismo é uma constante nas estradas portuguesas. Infelizmente ainda morrem pessoas nas estradas, vítimas de atropelamento. Ainda por cima este atroplamento dá-se no local onde, supostamente, os peões deviam atravessar tranquilos e sem preocupações.
Triste sociedade a nossa.
Melhoras para a sua irmã e pai, e resto de boa noite.
Lamento o que aconteceu aos seus ente queridos, Susana.
Uma boa e definitiva convalescença da sua irmã e que o seu pai recupere de tudo e fique bem.
Na vida há provas muito dificeis de ultrapassar
Temos de ter muita força e coragem para as superar.
Elas entram impunes e indiscriminadamente na casa de cada um de nós.
Beijinhos para si
A falta de civismo é infelizmente uma constante neste país e a causa de muitas desgraças.
Perante isto, só o tempo poderá ajudar à recuperação dos seus familiares (inocentes), que desejo muito sinceramente, seja total.
Um abraço solidário
Solidária com o teu post, desejo as rápidas melhoras aos teus familiares. Sê forte amiga.
Desejo uma rápida recuperação para os seus familiares. Quanto ao civísmo dos condutores, basta olhar.
Cpts
Solidario no seu sofrimento, mas as estatisticas que refere como base do texto não são corectas (desculpe o reparo)
Texto muito sentido e que reflete uma realidade FALTA DE CIVISMO DOS NOSSOS CONDUTORES NO GERAL.
Manuel Prior (manuelprior@gmail.com)
Caro Manuel Prior
Não refiro estatísticas, mas sim uma "constatação" do Director da UCI 1 do HUC. Esta informação foi-me prestada no passado dia 13 de Julho e refere-se ao ano em curso.
Muito obrigada a todos pela vossa solidariedade e pelos vossos bons votos. Um abraço
A isso eu só tenho uma expressão e agora que sei que o "teu" pai faleceu:
Isso não é falta de civismo!
Resume-se numa palavra:
Assassinos... vontade me dá de quebrar a cara aqueles que todos os dias apanho na rua a terem atitudes inconmensuráveis como essa!
Força amiga!
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