terça-feira, maio 30, 2006

O Distrito de Aveiro e o Turismo

Afirmou recentemente Carlos Costa, na “Revista Turismo & Desenvolvimento” que «o sector do turismo pode vir a desempenhar um papel determinante na alavancagem da economia portuguesa, e contribuir decisivamente para o seu crescimento económico, desenvolvimento social e modernização do país. O turismo, devido ao seu papel crucial em termos de aumento das exportações, de interacção social com pessoas de outros países, e devido a ser um sector de “trabalho intensivo” e não de “capital intensivo”, pode vir a introduzir uma forte aceleração da economia portuguesa».

Subscrevo na íntegra esta afirmação e lamento que os sucessivos governos portugueses não prestem a devida atenção e a devida promoção que merece o sector do turismo em Portugal. O actual ministro da economia, preocupado de forma obsessiva com o desenvolvimento tecnológico, tem esquecido que sem desenvolvimento económico de nada servirá o desenvolvimento tecnológico. A economia para crescer tem de ser sustentada e a tecnologia é importante se dela houver aplicabilidade, e quando tal não acontece, ela tornar-se obsoleta.

De forma geral, tanto a nível regional, como a nível nacional, o nosso país oferece óptimas condições naturais para o turismo. Sendo que estas condições se demonstram uma mais valia inerente ao próprio território, parte do investimento está assegurado em si mesmo. Por exemplo para um americano ou para um alemão, um país como o nosso “à beira-mar plantado”, com a diversidade paisagística que apresenta apenas num pequeno rectângulo, com a extensão de costa que usufruímos de norte a sul, com os imensos rios, rias, riachos e cascatas, com um clima ameno, simultaneamente com um património histórico e cultural relevante e uma gastronomia tão variada num raio de tão poucos kilómetros, é considerado um privilégio universal.

Neste contexto se apresenta o distrito de Aveiro, onde se pode viajar em menos de uma hora do mar da Barra ou da Costa Nova às belíssimas Serras do Arestal em Sever do Vouga, ou da Freita em Arouca. Uma região de riquíssimas paisagens onde se cruzam muitas águas, muitos patrimónios histórico-culturais e uma apetecível gastronomia, merecia um destaque especial para o turismo.

Mas para que se opere o desenvolvimento turístico na nossa região, também é necessário que haja vontade política, que o sector se modernize e se torne nacional e internacionalmente competitivo. Para que tal possa ocorrer com sucesso, é necessário que se opere uma mudança de mentalidades autárquicas neste sentido. Uma concertação inter-concelhia no sector turismo do distrito só traria benefícios para todos, os autarcas é que o não querem perceber e por vezes na ganância de “puxar a brasa apenas para a sua sardinha”, perdem a aposta da diferença pela conjugação de esforços e por uma divulgação mais abrangente e de maior qualidade.

(publicado nas edições de hoje do Diário de Aveiro e do Democracia Liberal)

3 Comments:

At 9:34 da manhã, Blogger isabel mendes ferreira said...

o "distrito" da ternura povoado de uma"qualidade" mantida. por ti. bom dia SU.


beijo-TE.

 
At 11:35 da manhã, Blogger Elise said...

bom dia susana!:)

 
At 4:14 da manhã, Anonymous Anónimo said...

I say briefly: Best! Useful information. Good job guys.
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