quarta-feira, agosto 24, 2005

"A Expressividade do Sorriso - Estudo de um caso em jornais portugueses"

É o título de um estudo inédito a nível mundial, realizado pelo psicólogo e professor Armindo Freitas Magalhães, que analisou mais de 100 mil fotografias em todos os jornais diários. «A principal conclusão é que entre 2003 e 2005 tem vindo a diminuir a exibição do sorriso nas fotografias dos jornais, o que poderá ter a ver com a situação que o país atravessa», afirmou.
Este trabalho teve início em Dezembro de 2003 e deverá estar concluído apenas no final deste ano. Contudo, o especialista afirma que a partir das mais de 100 mil fotografias analisadas em todos os jornais diários foi possível retirar já alguns indicadores importantes, que serão apresentados na IIª Conferência Europeia da Expressão Facial, que se realizará em Inglaterra de13 a 16 de Setembro.
Nestes dois anos, as mais fotografadas foram pessoas entre os 35 e os 50 anos, que exibiam quase sempre um sorriso fechado e superior. As de mais idade foram as menos fotografadas e as menos sorridentes. Em contrapartida é nas fotografias de crianças que mais se vê o sorriso aberto «o que vem confirmar dados de estudos anteriores que indicam que quanto mais jovem se é, mais frequentemente se sorri e mais espontâneo e verdadeiro é o sorriso».
«O sorriso largo, que quase nunca é exibido nas fotografias de adultos, é que mais se aproxima da emoção felicidade», afirma o psicólogo, acrescentando que «quanto mais diminui, mais se aproxima da emoção tristeza». Freitas de Magalhães salientou ainda que em determinadas fotografias aparecem os «sorrisos falsos», aqueles que são forçados quando o protagonista percebe que vai ser fotografado. No entanto, trabalhando as fotografias em laboratório «percebe-se perfeitamente quando se está perante um sorrriso falso», porque ao forçar os músculos para sorrir, o rosto fica assimétrico.
«Sorriso falso é o que normalmente acontece quando se está a posar para uma fotografia», explicou, adiantando que esse foi, aliás, um dos motivos porque as chamadas revistas cor-de-rosa não foram utilizadas na investigação.
O estudo aponta ainda uma diferença significaiva entre os géneros: neste panorama de poucos sorrisos, confirma-se mais uma vez que apesar de tudo «as mulheres sorriem mais do que os homens».
in Suplemento Semanal Saúde, DA